A população de leões no Uganda diminuiu 45% em quase 20 anos, passando de 493 para 275, devido, principalmente, ao aumento dos conflitos entre humanos e animais selvagens, declarou esta terça-feira o ministro do Turismo e da Vida Selvagem.

Por outro lado, o ministro Tom Butime congratulou-se com o facto de outras espécies estarem a aumentar, como os gorilas, que passaram de 302 no início dos anos 2000 para 459 em 2022.

“Os leões registaram um declínio acentuado devido a represálias mortais resultantes de conflitos entre humanos e animais selvagens. O número de leões caiu de um pico de 493 em 2014 para 275 leões em 2023”, salientou na apresentação de um relatório sobre o turismo neste país da África Oriental, que é conhecido por albergar uma das maiores biodiversidades do mundo.

A maioria dos leões do país (224) encontra-se no parque de Murchison Falls e 39 permanecem no parque Queen Elizabeth, onde os leões são conhecidos pela sua invulgar capacidade de trepar às árvores.

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Nos últimos anos, foram registados numerosos casos de envenenamento em parques (nove em 2022, seis em 2021, 11 em 2018).

Os inquéritos raramente identificaram os autores e poucas foram as ações penais bem-sucedidas.

Estas práticas de envenenamento são, por vezes, feitas por agricultores em resposta a ataques ao seu gado, mas algumas estão também relacionadas com a caça furtiva.

Em 2021, a detenção de quatro caçadores furtivos levou à descoberta de cabeças e membros decapitados de quatro leões, bem como de frascos de veneno, lanças, uma catana e uma rede de caça.

Num relatório de 2023, o Governo já tinha alertado para as ameaças aos leões e chimpanzés no país, que, por outro lado, viu a sua população de elefantes quase quadruplicar (para 7.975) nas últimas quatro décadas.

No mesmo período, o número de girafas sextuplicou (para 2.072) e o de búfalos quase duplicou (para mais de 44.000).

Os parques nacionais são um dos pilares do turismo no Uganda.

O setor do turismo contribuiu com 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, de acordo com dados do Ministério das Finanças.