O PSD e a Iniciativa Liberal (IL) anunciaram, esta terça-feira, que os liberais não farão parte do Governo, após semanas de especulação. Num comunicado conjunto assinado por Luís Montenegro e Rui Rocha, os dois partidos sublinharam que “não avançarão nesta altura para a celebração de entendimentos alargados”.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o presidente dos liberais justificou que não existe “aproximação suficiente” com o PSD para a “celebração de acordo mais alargados”, isto é, a entrada no governo da IL. “Há prioridades diferentes, há pontos de contacto diferentes”, afirmou Rui Rocha.

Não entrando em “pormenores”, Rui Rocha garantiu que os contactos foram mantidos em “clima de transparência e boa-fé aos portugueses”. No comunicado conjunto, os dois partidos enfatizaram que estes contactos “decorreram num clima de grande abertura e com respeito integral pelo princípio da boa-fé, num quadro muito exigente que impõe a todos os agentes políticos um elevado sentido de responsabilidade”.

Apesar deste “clima de grande abertura”, o presidente da IL nunca explicou exatamente as divergências com o PSD. Rui Rocha apenas assinalou que foi uma questão de “ideias”: “Foi sempre esse o ponto”. “Como eu digo, as prioridades não convergiram suficientemente para um entendimento mais alargado e isso é uma posição legítima da parte dos dois partidos.”

Questionado sobre qual dos dois partidos se manteve mais inflexível nas negociações, Rui Rocha não respondeu, assinalando apenas que essas questões não podem ser “mensuradas”.

Ainda que não tenha havido um entendimento, o presidente da IL manteve a “porta aberta” para a manutenção “do diálogo e do sentido de responsabilidade” entre liberais e sociais-democratas. No comunicado, os dois partidos salientam que se deve manter o “diálogo na legislatura que agora se inicia”, comprometendo-se a discutir “as melhores soluções em matérias relevantes para o futuro dos portugueses”.

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