Bertolt Brecht, David Mamet, Federico García Lorca, Tankred Dorst são alguns dos dramaturgos em cena em diferentes localidades, enquanto atores como Rui Mendes, em Lisboa, e Ruy de Carvalho, em Viseu, são homenageados, e as estreias se estendem de Norte a Sul.

O Teatro Nacional S. João, no Porto, abre portas ao ensaio de “Fado Alexandrino”, a partir de António Lobo Antunes, e o Nacional D. Maria celebra “O teatro que Abril abriu”, no Capitólio, em Lisboa, iniciando o ciclo “Abril Abriu” que se estende até julho, com 18 espetáculos, por vários espaços da cidade.

Em Vila Real, a companhia Filandorra – Teatro do Nordeste assinala o Dia Mundial com “O cutelo do Adão”, uma atuação de protesto ao ainda ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, pela escassez de apoios nos concursos bienais da Direção-Geral das Artes.

A companhia Momento – Artistas Independentes, em Vila Nova de Famalicão, estreia “Eu sou Lorca”, a partir de “Assim que passarem cinco anos”, do poeta e dramaturgo andaluz, para pensar o que é ser artista durante um regime ditatorial e sobre a liberdade nas artes.

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O Teatro Experimental de Cascais estreia “Últimos remorsos antes do esquecimento”, de Jean-Luc Lagarce, com encenação de Elmano Sancho. Em Alverca, a Cegada faz a primeira representação de “A recusa de Bartleby”, a partir de Herman Melville, com adaptação de Ricardo Cabaça.

Em Lisboa, há estreias no Teatro Aberto (“Uma vida no teatro”, de David Mamet), e no Teatro Armando Cortez, pela Companhia da Esquina (“Terror e miséria no III Reich”, de Brecht). A receita deste espetáculo reverte para a Apoiarte — Casa do Artista, que organiza um almoço com cerca de duas centenas de artistas. No S. Luiz Teatro Municipal haverá sessão gratuita de “Fedra (não é de pedra)”, peça de Martim Pedroso estreada na véspera.

Ainda em Lisboa, a Freguesia de Santo António, que abrange o Parque Mayer, inaugura a inscrição do nome de mais 33 personalidades do teatro, na calçada da Praça da Alegria, que passa agora a contar com 112. Entre os novos homenageados está o ator Rui Mendes, com mais de 60 anos de carreira.

No Porto, o Teatro Carlos Alberto, acolhe as leituras encenadas “Crepúsculo”, do projeto “Theatre for Democracy”, que congrega “inquietações de quatro jovens dramaturgos europeus”: Francesca Lancelotti (“Outdefining”), Gurshad Shaheman (“A maré sobe”), Stuer Dhaenens & Vanden Broecke (“Rexit!”) e Denise Duncan (“93 Metros de Comprimento)”.

A Seiva Trupe irá homenagear um dos seus fundadores, o ator António Reis, que morreu em 2022, apresentar o novo ‘síte’ e a peça “Noite de solidão no capim”, de Castro Guedes.

Em Braga, no Theatro Circo, a CTB – Companhia de Teatro de Braga irá debater “Para que serve o teatro?”, e apresentar “Anfiteatro”, de Heinrich Von Kleist, enquanto em Viseu, é inaugurada a exposição “Retratos contados de Ruy de Carvalho”, na Casa da Ribeira, com o homenageado.

Em Coimbra, O Teatrão dá continuidade a um programa de visitas guiadas, através de sítios de resistência à ditadura do Estado Novo na cidade, “onde as flores da Revolução começaram a ser semeadas”.

No Fundão, a Este – Estação Teatral celebra o dia com “2+2=5”, a partir de “1984” de George Orwell.

O Teatro das Beiras, da Covilhã, apresenta “A grande imprecação diante das muralhas da cidade”, do alemão Tankred Dorst, na Casa da Cultura de Seia.

O Teatro do Noroeste — Centro Dramático de Viana assina a tradução portuguesa da mensagem do Dia Mundial do Teatro, este ano escrita pelo Nobel da Literatura Jon Fosse, que reconhece na arte a expressão da paz, contra todas as guerras: “A guerra e a arte são opostas, tal como a guerra e a paz são opostas — é tão simples quanto isto. Arte é paz.”