A PSP foi chamada para intervir em 2.144 casos de violência contra profissionais de saúde em 2023, praticamente o dobro das 1.036 situações reportadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) relativamente ao ano anterior, segundo o jornal Público. A comparação pode não ser perfeita, porque se usam duas fontes de informação diferentes para os dois anos, porém os dados apontam para um agravamento do problema que afeta hospitais e centros de saúde e que terá levado a 3.725 dias de baixa entre os profissionais de saúde.

Entre as mais de duas mil situações de emergência para as quais a polícia foi chamada em 2023 estão “situações de violência psicológica, injúrias, ameaças e situações de conflito percecionadas como violência pelos profissionais”, diz o superintendente Sérgio Barata, coordenador do Plano de Ação para a Prevenção da Violência no Sector da Saúde (PAPVSS). “Na maior parte dos casos, a violência tem muito que ver com as expectativas frustradas do doente: uma baixa que não é concedida, uma consulta que é cancelada ou adiada, o encaminhamento para uma especialidade que não acontece…”, afirma Sérgio Barata.

A consequência das agressões levou a um total de 3.725 dias de ausência por baixa médica. “É o equivalente a um centro de saúde parado um ano inteiro”, compara o subintendente que coordena o gabinete de segurança do Ministério da Saúde.

Ainda assim, o responsável salienta que o crescimento, de um ano para o outro, pode ser menor do que indicam os dados. Isto acontece, explica, pelo facto de “nem todas as ocorrências serem registadas na plataforma da DGS”, que é a fonte dos dados do ano anterior.

“Como temos agentes em todas as instituições de saúde, somos chamados a responder a casos que muitas vezes não são registados”, explica Sérgio Barata. Porquê? “Porque a plataforma está algo ultrapassada e tem de ser trazida para este século, isto é, tem de ser mais fácil e mais intuitiva e tem de passar a permitir a identificação da pessoa que é agredida para que seja possível prestar-lhe o devido apoio”.

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