Rui Tavares, porta-voz do Livre, não faz parte da lista de candidatos do partido às Eleições Europeias de junho próximo, nem como cabeça de lista nem noutro lugar, hipótese que não tinha, até ao momento, afastado. No debate das rádios no primeiro dia da campanha eleitoral, o porta-voz do Livre foi confrontado com essa possibilidade, mas não desfez o tabu.

A fase de avalização das candidaturas às primárias abertas do Livre para este ato eleitoral terminou esta segunda-feira: 68 candidaturas foram consideradas válidas e cinco foram excluídas por falta de documentos obrigatórios ou por não terem avais suficientes. No relatório a que o Observador teve acesso, a primeira fase do processo interno teve uma participação de 26% do Colégio Avalizador, o que quer dizer que 401 membros e apoiantes do partido deram o seu aval aos candidatos que passam agora à fase seguinte das eleições primárias — a campanha eleitoral.

Os dois caminhos de Rui Tavares. Portugal ou Europa?

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De entre as candidaturas com mais apoios destaca-se a de Filipa Pinto, número dois do Livre pelo Porto nas eleições legislativas de 10 de março, a de Francisco Paupério, que há vários meses divulga a sua intenção de ser “candidato a candidato” do Livre nas Europeias, bem como a de Tomás Cardoso Pereira, o número quatro do partido por Lisboa e chefe do gabinete parlamentar do Livre. Quem também vai participar na próxima fase do processo eleitoral interno é Filipe Caetano, jornalista que foi, até dezembro de 2023, editor da secção de Internacional na TVI e CNN Portugal.

“Decidi que era hora de me entregar a esta causa e de ajudar o partido a crescer”

A ligação do  jornalista ao Livre não é nova. Em declarações ao Observador, Filipe Caetano explicou que é um dos fundadores do partido e esteve presente “nas discussões iniciais para a criação dos regulamentos , do nome e do emblema”. “Decidi que era hora de me entregar a esta causa e de ajudar o partido a crescer”, afirmou, justificando a candidatura com vista a ocupar um assento no Parlamento Europeu na bancada do partido verde europeu.

Nas mesmas declarações, Caetano sublinhou que, depois de ter ajudado a criar o partido, acabou por se retirar de posicionamentos ativos, apontando questões relacionadas com o código de ética dos jornalistas para a moderação na intervenção política. Como o próprio recordou, foi “funcionário da Media Capital durante mais de 20 anos” e “editor de Internacional na TVI e na CNN Portugal nos últimos dez”. Esteve, por exemplo, a cobrir a Guerra na Ucrânia logo após a invasão russa.

Na sua conta na rede social X (antigo Twitter), já se apresenta como candidato às eleições primárias do Livre nas Europeias de 2024 e como jornalista freelancer. Filipe Caetano confidenciou ainda não saber se conta com o apoio público de Rui Tavares, referindo que não é comum o porta-voz do partido expressar-se publicamente em relação aos candidatos internos do partido.

O cabeça de lista do Livre às Europeias será conhecido a 19 de abril, após uma primeira e segunda voltas de votação interna nos candidatos.