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Europeias. Partidos arriscam tudo na segunda volta das legislativas

Bugalho e Temido escolhidos para segurar eleitores fiéis. Chega acredita que candidato da AD não belisca assim tanto, mas teme efeito de Cotrim. IL confiante que só pode crescer nas europeias.

Ninguém o assume frontalmente, mas as eleições europeias transformaram-se numa segunda volta das legislativas de março e num referendo à vitalidade da Aliança Democrática e à força das oposições a Luís Montenegro. O resultado, de resto, pode condicionar o comportamento dos três protagonistas que saíram do novo quadro parlamentar até outubro – altura em que se aprovará ou não o Orçamento do Estado, o cabo das tormentas para o atual Executivo. Uma eventual vitória de Montenegro será um aviso para que PS e Chega tenham redobrado cuidado e recuem na pressão; o contrário será um incentivo para que Pedro Nuno Santos e André Ventura precipitem a queda do atual primeiro-ministro e rompam a corda, sem medos. Por tudo isto, joga-se muito mais do que a eleição de eurodeputados.

Os primeiros sinais, aliás, são ligeiramente alarmantes para a Aliança Democrática: ao contrário do que ia prometendo o núcleo duro de Luís Montenegro, o Governo tem tido dificuldades em arrancar com uma boa primeira impressão. É certo que falta ainda tempo para mostrar resultados nas negociações com professores, polícias e profissionais de saúde, as três grandes prioridades do Executivo. Mas, e para lá dos casos e casinhos que já foram enchendo páginas de jornal e minutos de televisão, e que fazem naturalmente mossa, o grande primeiro sinal do Governo para mostrar serviço, a redução do IRS, bateu na trave e obrigou a equipa de Montenegro a passar dias a justificar uma medida que, teoricamente, seria altamente popular. Pior: PSD e CDS arriscam-se a ser vergados por uma incomum aliança entre Pedro Nuno Santos e André Ventura.

Não houve direito a estado de graça, como vinham antecipando elementos do próprio núcleo duro de Montenegro. Ainda assim, com cerca de um mês até às próximas europeias, há tempo para apresentar resultados, conquistar cristãos-novos para a causa e conseguir um bom resultado nas europeias – estratégia assumida abertamente por elementos da Aliança Democrática. As primeiras sondagens, todavia, inspiram algumas cautelas. Os dois estudos de opinião até agora conhecidos (Aximage e Intercampus) dão os socialistas à frente como favoritos na corrida, a Aliança Democrática em segundo, abaixo do resultado conseguido nas legislativas, e o Chega consolidado como terceira força política.

Estas sondagens, mesmo assim, devem ser lidas com algum distanciamento porque foram feitas ainda antes de serem conhecidas as listas da AD e do PS. Mas é possível mesmo assim retirar uma leitura: as coisas não estão a correr às mil maravilhas a Luís Montenegro e o ponto de partida para a Aliança Democrática não é brilhante. Resta saber se o efeito Bugalho terá ou não o resultado pretendido.

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Procura-se jovem, conservador e de direita

Rui Miguel Pedrosa / Observador

Para já, na Aliança Democrática, as primeiras sondagens são relativizadas. Os números tímidos retiram pressão, transformam a dupla Pedro Nuno-Temido no incumbente e mostram que há margem de crescimento para a candidatura de Sebastião Bugalho. “Luís Montenegro teve sempre más sondagens até deixar de as ter”, nota um destacado dirigente social-democrata. É parcialmente verdade: de facto, Montenegro teve sondagens muito tímidas durante grande parte da sua liderança; mas assim que António Costa caiu e se percebeu que seria Pedro Nuno Santos o líder do PS as coisas inverteram-se – Montenegro fez a campanha para as legislativas à frente de praticamente todas as sondagens.

“Para o bem e para o mal, [Sebastião Bugalho] pôs toda a gente a falar dele. Já se percebeu que será ele o protagonista desta campanha. E isso é bom”, diz ao Observador fonte social-democrata. Na candidatura da Aliança Democrática acredita-se convictamente que Sebastião Bugalho tem condições para falar simultaneamente ao eleitorado mais conservador e mais jovem. “Fura na Iniciativa Liberal e fura no Chega”, acrescenta a mesma fonte.

Não deixa de ser uma estratégia ligeiramente diferente daquela que Luís Montenegro levou para as legislativas de março, onde houve uma preocupação deliberada em falar para o eleitorado de centro, mais velho – a tal reconciliação com os pensionistas assumida pelo agora primeiro-ministro –, segmentos que alimentaram as últimas vitórias do PS. Desta vez, e ao contrário do que aconteceu em março, a dinâmica será diferente: o peso do voto útil não é tão evidente nesta corrida e importa sobretudo manter mobilizados os fiéis. “Nas europeias, só há um segredo para ganhar: levar os teus a votar.” Eleições diferentes contam histórias diferentes.

Na perspetiva da equipa de Montenegro, Sebastião Bugalho, um conservador assumido – basta ver que o último texto publicado no Expresso foi, precisamente, um ensaio sobre o conservadorismo – tem a dupla vantagem de falar para o eleitorado mais conservador (que tem interseções com a massa que alimenta o Chega) sem fugir para a direita radical; e para o eleitorado mais jovem, urbano, de direita e atento às redes sociais particularmente permeável às intervenções curtas, incisivas e replicáveis (piscando o olho aos eleitores que votam na Iniciativa Liberal).

Quem esteve na campanha de Luís Montenegro nas últimas eleições legislativas não tem dúvidas: é verdade que o eleitorado de centro, mais velho, que oscila entre o PS e PSD, foi indispensável para a vitória tangencial da Aliança Democrática; mas o eleitorado de direita e mais jovem desempenhou um papel importante no dia 10 de março e na própria dinâmica da campanha. E foi para esses, sobretudo esses, que Montenegro procurou agora falar.

Aliás, é isto que explica, em grande medida, a hesitação em dar o nó com Rui Moreira, convidado para ser número dois de Bugalho. Apesar de perfeitamente alinhado com os objetivos estratégicos de Montenegro, a Moreira faltava-lhe a disrupção que Bugalho veio trazer, comenta-se nos bastidores sociais-democratas. “Tenho dúvidas de que fosse um bom candidato para lá do rio Mondego”, observa um elemento da direção do PSD, numa referência ao cunho mais “regionalista” do autarca. Não era grande acrescento: se há sítio em que o PSD continua forte (talvez o único) é precisamente a Norte. Era preciso alargar fronteiras, não fechá-las, diz-se.

Existe, evidentemente, um ângulo morto na escolha de Sebastião Bugalho. Ou vários, aliás. Ninguém sabe o real capital político do candidato para lá da notoriedade televisiva. Ninguém sabe o que vale nas ruas, como se comportará durante a corrida, como resistirá à pressão e aos solavancos (naturais) de uma campanha eleitoral, como aguentará os debates televisivos e as entrevistas e como será ele a encabeçar uma lista que é bugalhodependente – ao contrário do que acontece no PS, nenhum outro candidato da lista da Aliança Democrática tem verdadeira dimensão nacional (são quase todos autarcas ou ex-autarcas).

Mas todos esses riscos foram devidamente ponderados. “Precisávamos de rasgar. E rasgámos”, comentava com o Observador um destacado dirigente social-democrata no dia em que o nome de Sebastião Bugalho foi formalmente anunciado. Mais a mais, ninguém na Aliança Democrática ignora que a oposição apareceu em força. Marta Temido aparece para falar para o eleitorado mais velho e mais à esquerda. Tânger Corrêa é um nome sólido entre os mais conservadores e tradicionalistas — e terá o embalo ativo de André Ventura em campanha. E João Cotrim Figueiredo é uma das figuras mais respeitadas do eleitorado mais liberal.

A equipa de Sebastião Bugalho vai preparando a estratégia para contrariar os argumentos dos três principais opositores: se Marta Temido é a campeã do Estado Social, então importa lembrar o estado em que o PS deixou o Estado Social; se Tânger Corrêa faz valer a sua carreira diplomática, então importa lembrar as posições assumidas sobre a Rússia; e se João Cotrim Figueiredo o ataca (e tem atacado muito) dizendo que é ‘poucochinho’ como candidato, logo se lembrará que a IL, o “partido dos jovens”, moderno e disruptivo, pensa afinal como os seus irmãos mais velhos. A ver se resulta.

Lembram-se dela na pandemia?

A ministra da Saúde, Marta Temido, participa na audição da Comissão de Saúde sobre os números de mortalidade em Portugal no ano de 2020, a contratação de profissionais para o SNS e o Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas à resposta do SNS a doentes oncológicos entre 2017 e 2020, na Assembleia da República, em Lisboa, 14 de julho de 2022. MÁRIO CRUZ/LUSA

MÁRIO CRUZ/LUSA

No PS a surpresa com a cabeça de lista escolhida não foi tão grande como à direita, mas saiu daquilo que se vinha alimentando nos últimos meses. Pelas linhas de jornais foram circulando nomes — apontados por vários socialistas — como o de Ana Catarina Mendes, António Vitorino ou Francisco Assis. Já para não falar do próprio António Costa que, segundo sabe o Observador, chegou a ser considerado pelo líder a dada altura, tendo em conta as ambições Europeias de Costa e o potencial eleitoral que ainda conserva. Mas tudo acabou em Marta Temido.

O nome que os socialistas já começavam a habituar-se a apontar para concorrer nas autárquicas do próximo ano, por Lisboa, apareceu no topo da lista às Europeias, à frente de Assis (duas vezes candidato ao Parlamento Europeu e, na última vez, como cabeça de lista) e até de Ana Catarina Mendes (o nome que circulava como mais certo, mas já vindo da anterior direção). Pedro Nuno Santos assumiu a liderança em dezembro, foi a legislativas, perdeu à tangente e viu o Chega disparar, e na preparação para as Europeias acabou por pesar o factor-popularidade do candidato.

O PS sabe que tem pela frente uma eleição decisiva, que pode ditar o ritmo de desgaste do atual Governo mas também o da sua própria liderança. Mesmo que por poucos, Pedro Nuno perdeu as legislativas e perdeu a maioria absoluta de Costa, e está ciente de que a paciência partidária não é eterna. Somar mais uma derrota eleitoral começará a pesar. Temido foi, assim, a arma que considerou mais adequada para disparar neste combate que se segue.

“É uma figura de primeira linha do PS. Foi a ministra da Saúde que teve a maior provação se sempre”, aponta um dirigente do partido. O fator-pandemia e o mediatismo natural em que foi lançada a ministra da Saúde, fez dela um rosto facilmente reconhecido no país e o PS quer capitalizar isso mesmo. “É uma figura muito empática“, aponta um socialista ao Observador apontando a “popularidade elevada” da ex-ministra.

Claro que também tem desvantagens e uma delas é também ser… ex-ministra da sempre bicuda pasta da Saúde. E Luís Montenegro foi direito a isso mesmo logo na apresentação da candidatura da AD às Europeias, ao lembrar as circunstâncias em que Temido se demitiu: a morte de uma grávida depois de falhas num hospital público. A direita não tem poupado a candidata do PS a essas referências e também na colagem ao estado atual do Serviço Nacional da Saúde.

O tema é, aliás, recorrente na oposição ao PS e povoou as últimas legislativas. Marta Temido até chegou a aparecer num comício do partido, na Aula Magna em Lisboa onde falou na qualidade de presidente da concelhia mas sem esquecer as funções executivas que desempenhou. E isto para procurar fazer um dois em um: capitalizar a sua experiência pandémica e defender-se dessas mesmas críticas. Disse que sabia bem “como foi difícil vencer a batalha tão difícil contra a pandemia” e como “a resposta esteve na capacidade de termos um SNS forte, um Estado Social forte, que protegeu a Saúde, o emprego, as empresas e protegeu a todos quando todas as outras portas se fechavam. É por isso que não podemos andar para trás”, disse então apontando um “tempo de incertezas” em que não se pode “correr o risco de desmantelar o Estado Social”.

A outra desvantagem de Temido é o eventual mal-estar interno à própria lista. Afinal o seu nome ultrapassou o de Ana Catarina Mendes, mas também o de Assis que já foi cabeça de lista pelo PS (em 2014, na era Seguro). Segundo apurou o Observador, Assis não impôs encabeçar a lista, mas o seu posicionamento em segundo lugar não deixou de ser estranhado tendo em conta o histórico. A decisão foi lida por alguns setores do partido como fruto da existência de receios sobre posições de Assis sobre a Europa que pudessem vir a ser menos alinhadas com a atual direção, muito mais à esquerda do que a linha do socialista moderado. Essa divisão entre os dois tinha feito de Assis um apoio importante para a candidatura à liderança de Pedro Nuno Santos, mas as diferenças não se diluíram nessa altura, apenas concordaram em discordar em algumas abordagens e a respeitar o espaço ideológico dentro do PS de cada um.

Assis ainda foi tentado, no inédito primeiro dia de trabalhos parlamentares e perante a confusa eleição do presidente da Assembleia da República, para o topo do Parlamento, contra Aguiar Branco. Acabou tudo numa presidência dividida a meio, com os dois primeiros anos para o PSD e os últimos dois para o PS. Mas nem Pedro Nuno nem Assis alguma vez deram por certo que seria o ex-presidente do CES a assumir o cargo dentro de dois anos. Esta candidatura ao Parlamento Europeu deixa-o fora dessa equação.

Francisco Assis acaba por ser o único experiente em Bruxelas da lista do PS, o que é tido como importante num contexto em que Pedro Nuno Santos fez uma razia nos eurodeputados que estavam em funções. A decisão do líder surpreendeu a delegação socialista no Parlamento Europeu, como contou o Observador na semana passada, e o passado de Assis na instituição é apontado como importante, nesse quadro de perda de experiência e conhecimento dos corredores.

Razia nos eurodeputados do PS provoca “surpresa”. Teme-se “perda de crédito político”

Logo a seguir ao pódio, Pedro Nuno colocou um jovem, secretário-geral da União Internacional de Juventudes Socialistas (IUSY), e nos lugares ainda potencialmente elegíveis duas autarcas em exercício. “Conhecem o território”, aponta um socialista como mais valia para o contexto europeu. Mas Carla Tavares (Amadora) e Isilda Gomes (Portimão) são também duas figuras importantes do partido que em 2025 chegam ao limite de mandatos autárquicos. Seguem, assim, para assumirem cargos de eurodeputadas em Bruxelas e Estrasburgo.

Chega teme mais Cotrim do que Bugalho

LUSA

No Chega, o nome Sebastião Bugalho divide opiniões entre quem considera que é um candidato a ter em conta pela forma como se impõe em termos mediáticos e quem não vê quaisquer motivos de preocupação. Todos alinham na teoria de que é um “ótimo comentador” e que isso lhe permitiu estar na televisão várias horas por semana durante os últimos anos. Mas nem todos concordam que isso seja suficiente para captar o eleitorado que Chega e Iniciativa Liberal foram conquistando. No núcleo duro de Ventura considera-se que João Cotrim Figueiredo é até mais preocupante do que Sebastião Bugalho.

Mais: no partido de André Ventura entende-se que há uma “desconformidade entre a posição usual da Aliança Democrática e a figura do Sebastião Bugalho”, o que leva o Chega a acreditar que o ex-comentador “não encaixa no tradicional eleitorado do PSD e CDS” — e que Tânger Corrêa até pode acabar por capitalizar mais votos. Por outro lado, há também a tese de que a notoriedade de Bugalho foi construída e alimentada na bolha, estando longe de chegar a um eleitorado mais alargado. “Nesses termos é tão conhecido como o Tânger Corrêa”, atira um dirigente do Chega.

A convicção é de que Sebastião Bugalho, enquanto um “jovem com tiques de velho”, não agrada ao eleitorado que o Chega pescou nos jovens, pelo menos ao ponto de levar a uma mudança no boletim de voto. Apesar dos 28 anos, é visto como “rebelde, mas dentro do conformismo e com linhas muito estreitas”, pelo que se acredita no Chega que não se aproxima da “atitude decisiva e frontal” com André Ventura seduziu essa faixa etária. Já Cotrim Figueiredo é “mais problemático”, sentenciou um dirigente do Chega ao Observador, dizendo que o adversário de Tânger tem “currículo, presença e é fluente”. Mesmo assim, entende-se que não será capaz de “roubar o eleitorado jovem” ao Chega.

Ainda que seja uma opinião consensual entre os mais próximos de Ventura, há quem veja em Bugalho uma “lufada de ar fresco” para a AD e que pode conseguir duas coisas: ir “buscar uma franja do eleitorado que já tinha saído para o Chega e IL”; e fazer regressar o bipartidarismo nestas eleições europeias, transformando num duelo entre “Temido contra Bugalho” e em que Chega e IL veriam os votos “canibalizados” pelo candidato da AD.

Num aspeto, aliás, alguns dos elementos mais influentes do Chega concordam com os dirigentes da Aliança Democrática: o antigo comentador está a ser capaz de ser o centro das atenções, um efeito que nas últimas eleições tinha sido reservado para André Ventura e para o Chega. Com a agravante de que, desta vez, o líder do Chega vai ser obrigado a deixar o palco para Tânger — pelo menos no que toca a entrevistas e debates — onde Bugalho e Cotrim têm mais experiência e provas dadas.

O candidato catch all que alimenta a esperança dos liberais

DIOGO VENTURA/OBSERVADOR

João Cotrim Figueiredo é visto, dentro e fora da IL, como o maior ativo político do partido, o que deixa os liberais numa posição bastante confortável: vão a votos com aquele que se tornou num senador e a pessoa com mais notoriedade. O que leva os liberais a considerarem que com aquilo que o ex-presidente conquistou junto dos portugueses, com destaque para a credibilidade, mas também para o facto de ter boa imagem e um discurso eloquente, terá a capacidade de assegurar não só os votos de quem já vota IL, como também os votos de quem circula entre a IL, o PSD e o CDS e até em quem votou no Chega.

No partido existe confiança de que Cotrim Figueiredo é um catch all capaz de chegar a todas as faixas etárias, dos jovens aos mais velhos, e que, tendo em conta o risco (assumido pelo próprio) da escolha de Sebastião Bugalho para ser cabeça de lista da Aliança Democrática, Cotrim Figueiredo pode ser o grande capitalizador dessa aposta. Conta-se portanto que o eleitorado clássico do PSD e CDS possa não ficar agradado com um nome disruptivo como o de Bugalho e preferir um perfil mais transversal como o de Cotrim Figueiredo.

Entre os liberais ouvidos pelo Observador há também a ideia de que Sebastião Bugalho possa ser capaz de ir buscar um público mais novo que tem optado por votar no Chega, nomeadamente pelo estilo mais agressivo e rebelde e até por contraste com o perfil de Tânger Corrêa, mas dificilmente os jovens que votaram na IL. A tese é a seguinte: a IL não teve resultados brilhantes nas últimas eleições, pelo que pelo menos esse eleitorado será fixo e não deverá fugir para um nome como o Bugalho.

Por outras palavras: “Quem votou na Iniciativa Liberal de Rui Rocha dificilmente foge e não vota na Iniciativa Liberal de Cotrim Figueiredo”. Pelo contrário, acredita-se que Cotrim consiga ir buscar o eleitorado mais qualificado e até com mais poder de compra que fugiu nas últimas legislativas. “Esse eleitorado fugiu para a Aliança Democrática e há mais probabilidade de voltar à IL do que fugir para a AD do Bugalho.” Além disso, a IL vê nas europeias a possibilidade de voltar a encher um balão que perdeu ar nas últimas legislativas, tendo em conta que na ida às urnas para o Parlamento Europeu não se sente tanto o fenómeno do voto útil — e que no último ato eleitoral deixou os liberais entre o voto de protesto no Chega e uma tentativa da Aliança Democrática reunir o voto da restante direita.

 
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