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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, garantiu esta segunda-feira que já há uma data para a invasão de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde milhares de palestinianos procuram refúgio após o início da guerra contra o Hamas.

Numa mensagem de vídeo, Netanyahu explicou que recebeu informações pormenorizadas sobre o progresso das negociações indiretas entre Israel e o grupo islamita Hamas que decorrem no Cairo para chegar a um acordo de cessar-fogo e à libertação dos reféns israelitas na Faixa de Gaza.

Para o primeiro-ministro israelita, a vitória sobre o Hamas “requer entrar em Rafah e eliminar os batalhões terroristas”, garantindo que esse cenário acabará por acontecer e que já há uma data para a operação.

Estas declarações de Netanyahu são uma resposta às críticas dos aliados de extrema-direita do seu Governo, Ben Gvir e Bezalel Smotrich, que nas últimas horas divulgaram mensagem de alerta sobre as notícias de retirada de tropas do sul de Gaza.

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Pressão sobre o Hamas ou ofensiva em Rafah: o que significa a saída das tropas israelitas do sul de Gaza?

“Se Netanyahu decidir acabar com a guerra sem um ataque abrangente a Rafah, não terá o mandato para servir como primeiro-ministro”, avisou Ben Gvir, líder do partido Poder Judaico e ministro da Segurança Nacional.

Já depois das declarações de Netanyahu, o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Matthew Miller, reiterou a oposição dos Estados Unidos a qualquer grande operação israelita em Rafah.

“Deixamos claro a Israel que acreditamos que uma invasão militar maciça de Rafah teria um efeito extremamente prejudicial sobre estes civis e acabaria por prejudicar a segurança de Israel”, disse aos jornalistas Miller em Washington.

Entretanto, uma fonte do Hamas confirmou que o grupo recebeu uma proposta de acordo que inclui o regresso dos deslocados a Gaza, não às suas casas, mas sim aos campos de refugiados.

“Acreditamos que a ocupação está a tentar ganhar tempo fingindo que está a fazer ofertas sérias”, disse a fonte, que sublinhou que o Hamas não aceitará qualquer acordo que não contemple um cessar-fogo que leve ao fim da guerra, permitindo o regresso dos deslocados às suas casas e a retirada total das forças israelitas, além de um aumento substancial da ajuda humanitária.

Entretanto, a Turquia anunciou esta segunda-feira que Israel bloqueou o pedido das autoridades turcas de permitir a largada aérea de pacotes de ajuda humanitária em Gaza e anunciou que decidiu responder com “uma série de novas medidas” contra esse país.

Tal como outros países, a Força Aérea Turca queria participar numa operação de ajuda humanitária com os seus aviões de carga.

“Hoje soubemos que o nosso pedido, que foi bem recebido pelas autoridades da Jordânia, foi rejeitado por Israel. Não há desculpa para Israel bloquear a nossa tentativa de lançar ajuda de pára-quedas aos famintos de Gaza”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, dizendo que, por isso, Ancara decidiu “tomar uma série de novas medidas contra Israel”.

Fidan também disse que a retaliação aprovada pelo Presidente turco Recep Tayyip Erdogan, um fervoroso defensor da causa palestiniana, será implementada “passo a passo” e “sem qualquer demora”.

Erdogan tornou-se um dos principais críticos da guerra de Israel em Gaza, classificando Israel como um “Estado terrorista” e comparando o seu primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Adolf Hitler.