Alexei Navalny, o opositor russo de Putin, estava a escrever um livro de memórias na prisão. “Patriot”, em português patriota, vai ser publicado pela editora Knopf nos EUA a 22 de outubro, com uma edição de meio milhão de cópias, avança o New York Times (NYT).

O livro de memórias do ativista, que morreu em fevereiro, com 47 anos, vai ser publicado em mais países. Para já, Yulia Navalnaya, a viúva do ativista russo, revela que o livro está a ser traduzido para 11 idiomas e que “definitivamente vai ser lançado em russo”.

Alexei Navalny, rosto da oposição a Putin, morreu após “uma caminhada” na prisão. Tinha 47 anos

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“Este livro é um testemunho não só à vida de Alexei, mas também ao seu incessante compromisso de luta contra a ditadura — uma luta pela qual deu tudo, incluindo a vida”, diz em comunicado Navalnaya. “Através destas páginas, os leitores vão conhecer o homem que amei profundamente — um homem de profunda integridade e coragem inflexível.”

No comunicado citado pelo NYT, Navalnaya considera que “partilhar a sua história vai não só honrar a memória como também inspirar outros a tomar uma posição sobre o que é certo e a nunca perder de vista os valores que realmente importam”.

Já numa publicação na rede social X, antigo Twitter, a viúva explica que não imaginava que o livro de memórias do marido fosse escrito desta forma. “Achei que teríamos cerca de 80 anos, que ele se sentaria solenemente em frente ao computador perto de uma janela aberta e que escreveria.”

A situação mudou rapidamente em 2020, quando Navalny foi envenenado e lhe pediram que começasse a pensar num livro. A viúva diz que, na altura, lhe pareceu demasiado cedo. “Mesmo assim, Alexei começou a escrever o livro e no qual se envolveu inesperadamente de uma forma rápida”, explica. A maior parte do livro foi escrita enquanto o ativista russo esteve na Alemanha, a recuperar do envenenamento.

Navalnaya conta que o marido descreveu a infância com gosto, mas não revela mais detalhes sobre a obra. “Não me vou adiantar. Em breve poderão ler.”