Os hospitais de Macau têm atualmente 24 médicos provenientes de Portugal, revelou nesta terça-feira o líder do governo da região semiautónoma chinesa, que sublinhou a importância da cooperação com os países lusófonos.

Numa sessão do plenário da Assembleia Legislativa, Ho Iat Seng disse que as autoridades de Macau têm mantido “contactos estreitos e intensos” com os países de língua portuguesa, “especialmente com Portugal” em setores como o financeiro, o turismo e a saúde.

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, esteve no final de maio em Portugal para tentar recrutar médicos portugueses. Em dezembro, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) disseram à Lusa que iriam propor a contratação de dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram.

Os SSM admitiram que alguns tinham desistido do processo porque, como tinham estatuto de residente em Macau, seriam obrigados a realizar internato e exames.

O novo hospital do território entrou em funcionamento, a título experimental, no final de dezembro, com mais de 800 camas, e gestão do Peking Union Medical College Hospital, da capital da China.

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As declarações de Ho Iat Seng surgiram em resposta a uma questão do deputado Wu Chou Kit sobre a sexta conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

A conferência de três dias vai decorrer entre 21 e 23 de abril e incluir a assinatura do novo plano de ação do organismo, mais conhecido como Fórum de Macau, até 2027.

O secretário-geral do Fórum de Macau, Ji Xianzheng, disse em 26 de março que o plano vai abranger novas áreas, entre as quais a economia digital, o comércio eletrónico, o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas.

Ho Iat Seng disse nesta terça-feira estar confiante que o documento vai “oferecer mais oportunidades de cooperação bilateral e também multilateral”.

Inicialmente prevista para 2019, a sexta conferência ministerial foi adiada para junho de 2020, devido às eleições para a Assembleia Legislativa de Macau, mas com a pandemia da Covid-19 acabou por não se realizar.

Em 23 de abril vai decorrer ainda o Encontro de Empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa, que deve reunir mais de 600 empresários, disse Ji Xianzheng no final de março.

As Linhas de Ação Governativa de Macau para 2024, divulgadas em novembro, já tinham referido que o encontro iria “promover o novo modelo de desenvolvimento sinérgico entre as indústrias de Macau e de Hengqin” (Ilha da Montanha).

Ho Iat Seng disse nesta terça-feira que a farmacêutica portuguesa Hovione, que se estabeleceu no território em 1986, “pretende expandir-se para a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau”.

A Zona de Cooperação Aprofundada, em Hengqin, é um projeto lançado por Pequim, em 2021, gerido conjuntamente pela província de Guangdong e Macau, com uma área de 106 quilómetros quadrados.