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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta terça-feira que a China pode acelerar a paz com a Rússia, desempenhando um “papel ativo” na conferência internacional sobre o fim do conflito prevista para decorrer na Suíça em junho.
“Estou convencido de que a primeira cimeira mundial de paz na Suíça pode abrir caminho para uma paz justa para a Ucrânia. O papel ativo da China pode certamente acelerar o nosso progresso neste caminho”, escreveu Zelensky na rede X, após o chanceler alemão, Olaf Scholz, se ter avistado com o Presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, e ter dado conta do apoio dos dois líderes à iniciativa a realizar-se em junho.
I had an important and productive call with @Bundeskanzler Olaf Scholz.
I am grateful to the Chancellor for the decision to deliver an additional Patriot air defense system to Ukraine, as well as air defense missiles for existing systems.
Thank you, Olaf, for your leadership.…
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 13, 2024
A Suíça vai realizar uma conferência internacional de alto nível sobre a paz na Ucrânia em 15 e 16 de junho, mas a Rússia não tenciona participar, segundo o Governo suíço.
O chanceler alemão disse, esta terça-feira, em Pequim que pediu ao Presidente chinês que pressionasse Moscovo para parar a sua “campanha sem sentido” na Ucrânia, ao mesmo tempo que afirmava que os dois líderes apoiam a conferência de paz na Suíça.
“A palavra da China tem peso na Rússia”, disse Olaf Scholz após uma reunião com Xi Jinping no complexo diplomático de Diaoyutai, em Pequim.
Scholz expressou o seu desejo de ver as tropas russas retirarem-se da Ucrânia e que “esta terrível guerra acabe”.
Pequim afirma-se por sua vez neutral em relação ao conflito na Ucrânia e nunca condenou publicamente Moscovo pela sua invasão iniciada em fevereiro de 2022.
O chanceler alemão tem insistido na necessidade de intensificar os esforços diplomáticos para tentar encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia, embora a Alemanha até agora se tenha concentrado principalmente na ajuda militar a Kiev.
“Penso que é um progresso necessário que, a par do apoio militar à Ucrânia prestado pela Alemanha, pelos seus amigos e aliados, a questão da diplomacia esteja atualmente no centro” dos debates, observou.
A conferência internacional de paz deverá realizar-se na estância balnear de Burgenstock, junto ao Lago Lucerna (ou Lago dos Quatro Cantões), no centro da Suíça.
Espera-se que junte altos funcionários governamentais de dezenas de países, seguindo um plano estabelecido pelo Presidente ucraniano e pelo chefe da diplomacia suíça, Ignazio Cassis, nos últimos meses.
Berna disse que as primeiras negociações para organizar a conferência envolveram a União Europeia e os enviados do chamado “Sul Global”, incluindo Brasil, China, Etiópia, Índia, Arábia Saudita e África do Sul.
O Governo suíço acrescentou que “existe atualmente apoio internacional suficiente para uma conferência de alto nível para lançar o processo de paz” na Ucrânia, após mais de dois anos de guerra.
No início do mês, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, desvalorizou os esforços ocidentais para apoiar o plano de paz na Ucrânia proposto por Kiev e avisou que o fim das hostilidades só será bem-sucedido com a participação de Moscovo.
O chefe da diplomacia russa argumentou que o Ocidente está a tentar aumentar a adesão à planeada ronda de negociações na Suíça, alegando que os seus participantes seriam livres para discutir apenas certos aspetos do plano de paz, como a forma de garantir a segurança alimentar global.
Lavrov descreveu estes argumentos como uma manobra ocidental para atrair países mais hesitantes do “Sul Global” e atrair até 140 participantes, a fim de apresentar a conferência como uma demonstração de apoio esmagador em todo o mundo à Ucrânia.
No entanto, reiterou que quaisquer negociações de paz seriam uma “perda de tempo inútil” se não levassem em conta os interesses de Moscovo.
Na semana passada, Lavrov visitou Pequim e elogiou a “posição imparcial” da China sobre a guerra na Ucrânia, bem como “a sua vontade de desempenhar um papel construtivo” na resolução da crise de uma forma política.
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