Paulo Núncio entende que o CDS deve trabalhar para ganhar autonomia e, num futuro a médio e longo prazo, ter capacidade de ir a votos sozinho. “O CDS tem que valer por si. Tem que ter condições de ir sozinho a eleições. Tem, evidentemente, que olhar para a frente e ter condições sozinho a eleições. E, depois, em função da análise e da avaliação do interesse nacional, decidir se faz ou não faz coligações, neste caso, com o PSD”, defendeu o novo líder parlamentar do CDS.

Em entrevista ao Observador, à margem do 31.º Congresso do CDS, que decorre este fim de semana em Viseu, o antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais relativizou a polémica em torno da proposta de redução do IRS e admitiu que esta medida foi apenas um “primeiro sinal”. “É muito importante que o Governo, uma semana depois de ter recebido a investidura final no Parlamento, a primeira medida que apresente é a medida de redução do IRS. É uma medida que vai ter efeito já em 2024”, argumenta.

Núncio foi ainda confrontado com as declarações de Pedro Passos Coelho, quem, em entrevista a Maria João Avillez, no Observador, sugeriu, entre outras coisas, que Paulo Portas não era um parceiro confiável. Ainda assim, o ex-governante preferiu não responder diretamente ao antigo primeiro-ministro. “O CDS está focado no futuro, não está focado no passado. Estamos em 2024, não estamos em 2013. Estamos focados em resolver os problemas dos portugueses. O que posso dizer é que o CDS participou ativamente nesse governo. E foi um governo muito importante para recuperar a credibilidade do país depois da bancarrota socialista e por isso o CDS teve um papel fundamental nesse governo.”

Paulo Núncio descartou ainda qualquer alteração em matéria de interrupção voluntária da gravidez, ele que, durante a campanha eleitoral, protagonizou uma polémica que ia deixando os dirigentes do PSD de cabelos em pé ao defender um novo referendo ao aborto. “Fiz referência a essa questão, mas a título pessoal. Desde o princípio ficou claro que essa era uma matéria que não estava no programa da Aliança Democrática”, rematou Paulo Núncio.

Paulo Núncio. Descida do IRS “é um primeiro passo”

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