O recém-eleito candidato do Livre às Eleições Europeias, Francisco Paupério, surgia, até ao início desta tarde, na lista de membros fundadores do Instituto+Liberdade, fundado por Carlos Guimarães Pinto, atual deputado da Iniciativa Liberal.

Ao Observador, Francisco Paupério diz que nunca foi membro do Instituto+Liberdade, mesmo que o seu nome surja na lista de membros fundadores. “Inscrevi-me no início para perceber o que era, mas nunca fiz lá nada, como é óbvio”, afirma, garantindo que o projeto “foi vendido como uma associação apartidária em que iam partilhar informação política”, motivo que o levou a inscrever-se.

“Não tinha noção e foi por isso que me inscrevi, para tentar saber mais, e depois de perceber o que era e saí”, reitera, apontando que, nessa altura, “não se sabia quem tinha fundado o projeto”, sabendo apenas que tinha como objetivo “discutir políticas públicas”. Assim, quando recebeu o primeiro e-mail do projeto, que partilhou com o Observador, e viu a assinatura de Carlos Guimarães Pinto, decidiu não pagar a quota que estaria associada à inscrição definitiva. “Inscrevi me para tentar saber mais do projeto, porque não havia informação e assim que recebi esse e-mail, decidi não avançar”, clarifica.

Francisco Paupério eleito cabeça de lista do Livre às Europeias

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Segundo fonte oficial do Instituto+Liberdade, o que levou a que o nome de Paupério surgisse na lista de membros fundadores, mesmo sem quota paga, foi o facto de na altura ter 25 anos, sendo que os membros só passavam a ser obrigados a pagar quota no ano em que completavam 26 anos. Até então o pagamento era voluntário, daí ser enviado o NIB para todos os inscritos. Ou seja, o atual candidato do Livre foi automaticamente tido como membro fundador, devido à sua idade, mesmo que nunca tenha pago quotas e sendo considerado atualmente, como confirmou o +Liberdade, “membro inativo” por falta de pagamento.

O instituto esclarece ainda ao Observador os critérios definidos para apontar as pessoas que se inscreviam como “membros fundadores”, mas nega que em algum momento o projeto tenha sido apresentado de forma indefinida. “Desde o início que [o +Liberdade] se apresentou como um projeto de democracia liberal. Os fundadores e co-fundadores não tinham nada a ver com política e a única coisa que mudou daí para cá foi Carlos Guimarães Pinto se ter tornado deputado”, acrescenta, referindo que o parlamentar da Iniciativa Liberal cessou, desde que é deputado, funções executivas no instituto.

“As pessoas não se inscreviam como membros fundadores. As pessoas inscreviam-se e nós considerávamo-las enquanto tal. Ou seja, foi anunciado que até determinada data que os membros que se inscrevessem seriam membros fundadores“, explica fonte do instituto. “Foi a lista de nomes que se inscreveram até essa data que vigora agora no site. Há pessoas que não deram importância a isso ou que quando se inscreveram estariam a ser considerados membros fundadores, mas por uma questão de coerência mantemos a lista”, assinala ainda.

O formulário de inscrição que surge no site é, segundo fonte do +Liberdade, idêntico ao que era apresentado no momento da fundação, sendo requeridas apenas informações básicas de contacto, não lhe estando associado qualquer manifesto que a pessoa teria de subscrever. No entanto, como refere o instituto, os ideais base do projeto já se encontravam definidos — os da defesa da Democracia Liberal e de promover a literacia na área.

O Observador contactou fonte do Grupo de Contacto do Livre, que não quis fazer qualquer comentário.