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António Gandra D'Almeida. O homem "bom" e fazedor de pontes que vai tentar "humanizar" o SNS

Especialista em Medicina de catástrofe, o cirurgião António Gandra D'Almeida vai suceder a Fernando Araújo na Direção-Executiva. Bastonário dos Médicos espera que consiga "humanizar" o SNS.

Foto: Exército português
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Foto: Exército português

Foto: Exército português

Um fazedor de pontes, cirurgião, especialista em medicina de catástrofe e com um passado ligado à saúde militar e ao INEM. Pode resumir-se desta forma o perfil do novo rosto da Direção Executiva do SNS. Sai Fernando Araújo, entra o tenente-coronel António Gandra D’Almeida, um médico sem nenhuma ligação partidária conhecida e que vai ter a seu cargo — ao que tudo indica — a gestão operacional do SNS.

Na manhã desta quarta-feira, poucas horas depois de o diretor demissionário do SNS ter entregado no Ministério da Saúde o relatório de atividades pedido por Ana Paula Martins, a tutela fazia saber que a escolha para liderar a Direção Executiva tinha recaído em António Gandra D’Almeida, de 44 anos, Tenente-Coronel Médico dos quadros permanentes do Exército. Um militar sem nenhuma ligação atual ou passada à política ativa.

Fernando Araújo decidiu sair antes de uma rutura total. Forma como o Ministério pediu para prestar contas foi a ‘gota de água’

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“É uma pessoa que sabe estabelecer pontes. Tem feito pontes com as forças armadas, com as forças de segurança, com o INEM, com os bombeiros“, realça ao Observador o general-médico João Jácome de Castro, ex-diretor do Hospital das Forças Armadas e que trabalhou vários anos com Gandra D’Almeida na Direção de Saúde do Exército e na Direção de Saúde Militar.

Uma pessoa “íntegra, com espírito de sacrifício”, diz ex-diretor do Hospital das Forças Armadas

O novo diretor-executivo do SNS esteve colocado em diferentes unidades e órgãos do Exército e no Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) com funções de chefia e de coordenação. Da sua folha de serviços constam seis louvores, concedidos por membros do Governo, bem como por altas patentes das Forças Armadas.

“Já desempenhou várias funções e tenho acompanhado a carreira dele. É uma pessoa íntegra, dedicado às missões, com espírito de sacrifício (algo que faz muita falta e que não se encontra sempre), leal à cadeia hierárquica, muito disciplinado e disciplinador”, realça o endocrinologista Jácome de Castro, destacando o prestígio que Gandra D’Almeida foi acumulando na área que acabou por abraçar enquanto médico cirurgião: a medicina de emergência e catástrofe.

O novo bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, durante a cerimónia da sua posse, no Pátio da Galé, Lisboa, 15 de março de 2023. A 16 de fevereiro, o médico Patologista Clínico foi eleito bastonário dos médicos com 61,94% dos votos, num total de 11.176 votos, na segunda volta das eleições disputadas com o médico Rui Nunes, que obteve 6.867 votos. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O bastonário dos médicos, Carlos Cortes, lembra que Gandra D'Almeida tem liderado missões humanitárias destinadas a "amenizar o sofrimento das pessoas". "É um homem profundamente bom", garante

MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

“Já esteve em várias missões humanitárias internacionais, como nas cheias na Beira [em Moçambique, em 2019, que mataram centenas de pessoas]. Tem participado em várias missões da ONU”, vinca Jácome de Castro. Também o bastonário da Ordem dos Médicos lembra o currículo do novo diretor-executivo do SNS na ajuda que tem prestado a populações vulneráveis em cenários de catástrofe. “Tem estado a liderar um conjunto de missões no estrangeiro para salvar vidas, para amenizar o sofrimento das pessoas em cenários muito difíceis. É um homem profundamente bom neste aspeto”, diz Carlos Cortes, em declarações à agência Lusa.

[Já saiu o segundo episódio de “Matar o Papa”, o novo podcast Plus do Observador que recua a 1982 para contar a história da tentativa de assassinato de João Paulo II em Fátima por um padre conservador espanhol. Ouça aqui o primeiro episódio.]

Licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e especialista na área do trauma, António Gandra d’Almeida foi, entre 2021 e o final de janeiro deste ano, diretor da Delegação Regional Norte do INEM. Foi responsável pelas Vias Verdes da Região Centro do INEM, desde 2014 até 2019, e esteve à frente da instalação e coordenação da Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Barreiro, entre 2016 e 2018. O Observador tentou obter uma reação de um responsável do INEM à nomeação de Gandra D’Almeida mas ninguém se mostrou disponível para falar.

Direção Executiva trava há quase um ano nomeação de diretor clínico de vários hospitais de Lisboa. Fontes internas falam em “vingança”

O agora diretor-executivo do SNS tem no currículo uma formação complementar na Academia Militar, uma Pós-Graduação em Saúde Militar, o mestrado European Master in Disaster Medicine e a especialidade em Cirurgia Geral, bem como a Competência em Gestão de Serviços de Saúde, Emergência e Medicina Militar pela Ordem dos Médicos.

No currículo conta ainda com atividade hospitalar. Trabalhou como cirurgião na Unidade Local de Saúde de Gaia/Espinho. Fez parte da Comissão de Remodelação do Serviço de Urgência do Hospital de Aveiro, da Comissão Nacional de Trauma e da Comissão do Doente Crítico do Algarve.

O bastonário dos médicos espera que o novo diretor-executivo do SNS “tenha a capacidade de reverter a tendência” de “desumanização” do sistema de saúde e dar um “enquadramento de humanização” ao SNS.  “O lugar que ele vai ocupar é um dos mais desafiantes da estrutura governativa do país. Só lhe posso desejar o melhor a ele e a Portugal”, remata João Jácome de Castro.

 
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