A cabeça de lista do Livre às eleições legislativas da Madeira disse esta quinta-feira que o seu partido pode ser a “lufada de ar fresco” que o parlamento regional precisa, para romper com 48 anos de governação do PSD.

“Acredito que o Livre, só por ter aparecido, já é uma lufada de ar fresco. E acredito que sim, que poderemos trazer uma alternativa à assembleia, que poderemos ser realmente a lufada de ar fresco que a assembleia legislativa está a precisar, que a nossa região está a precisar”, afirmou Marta Sofia, no âmbito do penúltimo dia de campanha para as eleições regionais de domingo.

A caravana do Livre esteve esta quinta-feira em campanha em vários concelhos da ilha da Madeira, desde o Funchal ao Porto Moniz, tendo sido “bem aceite” por parte da população, indicou a cabeça de lista, realçando o contacto direto com as pessoas, para saber quais as suas preocupações e apresentar as propostas do partido.

“As pessoas pedem por uma alternativa, mas também constatamos que existe muita desconfiança, não é desconfiança, mas muita falta de esperança. As pessoas estão sem esperança. Muitas delas dizem que nem vão votar”, apontou.

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Na perspetiva de Marta Sofia, que tem 40 anos e é profissional de Cultura, a falta de esperança da população “é um sinal claro destes 48 anos” de governação por parte do PSD, “que fez com que não só a ilha estivesse a falhar a nível económico, social e cultural, mas também a nível democrático, no sentido de que as pessoas perderam a confiança na democracia“.

“Muitas delas, em Câmara de Lobos e no Estreito, acusavam até de possibilidades de manipulação” no apuramento dos votos, indicou a cabeça de lista do Livre, acrescentando que a população quer “alguém que lhes dê esperança, que lhes dê um pouco de fé na política”.

É esse sinal de esperança que o Livre tem tentado transmitir nas ruas por onde passa em campanha, apontou a candidata, ressalvando que é difícil: “Estamos cientes de que isto são 48 anos de uma máquina muito bem oleada e em que as pessoas perderam completamente a confiança nos políticos e na política em si”.

“O Livre pode fazer a diferença nestas eleições, não só pelas propostas que apresenta, mas também por esta luta, por esta necessidade de realmente tornar a Madeira, tornar a cena política na região direcionada para as pessoas, com principal foco nas pessoas, na preservação da nossa paisagem natural também, para não perdermos a nossa galinha dos ovos de ouro, que é a laurissilva, que é a nossa paisagem natural”, realçou Marta Sofia.

A candidatura do Livre propõe-se a ter uma posição “de convergência e de abertura a uma governação que realmente quebre, que rompa, com estes 48 anos de compadrio e de clientelismo, de falta de tudo, de falta de tudo, menos de vergonha para que se continue a perpetuar esta política que só contribui para uma região mais pobre, menos próspera, menos verde e menos desenvolvida, porque desenvolvimento não é só betão”.

No contacto com a população no Funchal, a cabeça de lista do Livre encontrou algumas das pessoas do grupo de 32 desalojados de um prédio afetado por um incêndio na passada quinta-feira, cidadãos com carência financeira que estavam a residir no edifício com o apoio da Segurança Social, que lhe pediram ajuda, porque “estão a dormir no chão do Pavilhão dos Trabalhadores”, na freguesia de São Martinho.

As legislativas da Madeira decorrem no domingo, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), Chega, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.

Campanha para as eleições legislativas da Madeira termina esta sexta-feira

Em 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o Chega quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.