A estreia numa grande competição causa sempre nervos nos intervenientes, mesmo que estejamos a falar dos melhores jogadores do mundo. Contudo, nos Países Baixos, os nervos surgem aliados à expectativa e àquilo que a laranja mecânica, muito longe daquela que conquistou a Europa em 1988, pode fazer. Cody Gakpo, avançado do Liverpool, não é alheio a isso, mas, uma vez mais, voltou a ser decisivo, desta vez na importante vitória frente à Polónia (1-2).

O jogo foi espectacular, mas o melhor estava guardado para o fim e chama-se Weghorst (a crónica do Polónia-Países Baixos)

Depois de se ter estreado em fases finais no Europeu de 2020, o jogador de 25 anos teve pouca utilização. No Mundial do Qatar, porém, tudo mudou. Gakpo afirmou-se como um dos principais jogadores da seleção neerlandesa, conseguiu o estatuto de elemento mais agitador do ataque e, com três golos, deixou a sua marca na prova, com a particularidade de ter feito o primeiro golo da sua seleção na prova, frente ao Senegal (vitória por 2-0).

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Este domingo, Cody Gakpo repetiu a proeza e, depois da Polónia ter começado em vantagem, fez o empate com um remate à entrada da área. Esse foi o décimo golo do jogador do Liverpool pela laranja, sendo que todos foram marcados em jogos oficiais, dado que revela e eleva a sua importância.

A “missão” de Gakpo no jogo deste domingo não ficou por aí. Sem um jogador referência no ataque, de modo a tentar surpreender a congénere polaca, Koeman confiou no extremo para tentar desfeitear a defesa adversária e assumir as despesas ofensivas da sua equipa. E a aposta acabou por ser certeira. Os Países Baixos dominaram os polacos, criaram inúmeras oportunidades e Gakpo apresentou-se como o elemento mais agitador da sua equipa, terminando o jogo com três passes para finalização, quatro dribles eficazes e três duelos aéreos ganhos, para lá do golo e do prémio de melhor em campo.

Este duelo ficou ainda marcado por dois registos históricos na defesa. Na baliza, Verbruggen foi titular e, com 21 anos e nove meses, tornou-se no segundo guarda-redes mais jovem de sempre a atuar num Europeu, apenas batido por Iribar, em 1964. Já Aké fez dois passes para golo e fixou-se como o quinto jogador dos Países Baixos com duas assistências num jogo do Euro, juntando-se a Gullit, Bergkamp, Robben e Kuyt. No que toca à defesa, o jogador do Manchester City é apenas o terceiro a conseguir o bis de assistências: Bonhof e Shaw juntam-se neste registo.