Portugal entrou esta terça-feira da melhor forma no Campeonato da Europa, vencendo a Rep. Checa pela margem mínima (2-1). Contudo, a tarefa da equipa portuguesa não foi fácil, já que, na primeira oportunidade, os checos começaram a vencer, através de um grande pontapé de Provod. Apesar da desvantagem, a Seleção reagiu bem, empatou num autogolo de Hrasác, e chegou a completar a reviravolta por Diogo Jota, mas o golo foi anulado. A fechar, Francisco Conceição fez mesmo o golo, pouco tempo depois de ter entrado.

Afinal, a água (da chuva) não apaga brasas, nem quem as espalha (a crónica do Portugal-Rep. Checa)

No final do encontro, Vitinha foi eleito o homem do jogo pela UEFA e, em declarações aos jornalistas, destacou a vitória complicada alcançada pela Seleção portuguesa. “Infelizmente sofremos o golo na primeira vez que a Rep. Checa foi à [nossa] baliza. Mostrámos a nossa frieza e resiliência. Não é fácil começar o Europeu a perder. Fizemos o empate e acreditámos sempre até ao fim. Quando os [jogadores] que estão de fora entram e acrescentam, somos verdadeiramente uma equipa”, começou por dizer Vitinha, eleito o melhor em campo pela UEFA.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quanto à postura defensiva dos checos, o jogador de 24 anos garantiu que Portugal precisa de “manter a calma, continuar com a bola e a fazer bascular [no terreno]”. “Foi o que fizemos a espaços e queremos fazer mais. Quando é assim há-que manter a frieza e esperar que se abra o espaço”, concluiu.

“Este jogo não é para avaliar do ponto de vista tático, técnico e físico. Mostrámos resiliência”, defende Martínez

Já o seu companheiro de equipa e de seleção, Nuno Mendes, realçou o “grande espírito de equipa” e garantiu que Portugal “não vai desistir”. Apesar de hoje ter atuado numa posição nova na Seleção, como terceiro central, o internacional português frisou que conhece bem a posição. “Jogo nesta posição no clube [PSG] e senti-me bem e confortável. Estou cá para ajudar a equipa. É mais difícil jogar por dentro, prefiro jogar nas alas”, disse o lateral.

Bernardo Silva, que foi titular na vitória diante da formação checa, frisou que os golos portugueses apareceram em boa altura porque, quando a Rep. Checa inaugurou o marcador, “era difícil dar a volta ao jogo”. “São três pontos, nada mais, nada menos”, acrescentou. Relativamente à postura defensiva apresentada pelos checos ao longo de todo o encontro, o jogador do Manchester City disse que “hoje em dia as seleções respeitam muito Portugal. Defendem baixo em grande parte do jogo e apresentam-se com organização. Com resiliência conseguimos os três pontos. Levar o caneco para Portugal? Sem dúvida, claro que sim”, concluiu o internacional português.

Portugal-República Checa: as pontuações dos jogadores da Seleção (com direito a duas estátuas)

Bruno Fernandes: “Mostrámos o nosso espírito de sacrifício, de resiliência, de saber estar no jogo”

Bruno Fernandes é um dos principais jogadores da Seleção portuguesa mas, apesar de não ter realizado uma exibição de encher o olho frente à Rep. Checa, afirmou que o grupo o ajuda a melhorar. “Sabíamos dos problemas que a Rep. Checa podia criar. Dominámos grande parte do jogo, estivemos muito bem, sem dar oportunidades, mas eles tiveram um grande momento de inspiração. Mostrámos o nosso espírito de sacrifício, de resiliência, de saber estar no jogo e, consoante tudo isso, conseguimos o empate. Fizemos outro golo, que foi anulado, mas conseguimos vencer com o golo do Francisco Conceição”, começou por dizer o médio.

“Torna-se mais difícil quando o adversário joga com uma linha de cinco defesas. Por vezes forcei os passes quando não o devia ter feito. Se tivermos uma boa reação à perda de bola, [os adversários] não nos poderão criar problemas”, adiantou, acrescentando que, na primeira parte, cometeu “alguns erros”. “Correr riscos tem os dois lados da moeda. Estou ciente disso, mas se conseguir fazer a bola passar, há muita qualidade diante de mim para fazer golo. Por isso, não estou preocupado em errar porque faz parte do jogo. Tenho a equipa a puxar por mim porque sabe que é uma das minhas caraterísticas”, justificou Bruno Fernandes.

Tinha seis recordes, bateu mais um e há cinco à espera (e outros dois “impossíveis”): Ronaldo é o primeiro a jogar em seis Europeus

Diogo Dalot, companheiro de equipa no Manchester United, foi titular esta noite em Leipzig e, no final, destacou a prestação da equipa de Roberto Martínez. “Mesmo estando por baixo no resultado acreditámos que íamos conseguir virar o jogo. Foi um jogo complicado. Sabíamos que ia ser difícil, contra uma equipa muito física. Controlámos o jogo, sofremos o golo e fomos em busca da vitória. É o que temos de tirar deste jogo. Temos de tentar melhorar em alguns aspetos. Houve alguma ansiedade com bola, mas estou muito feliz com a vitória”, resumiu.

Questionado sobre o que Portugal precisa de melhorar, o defesa considerou que a equipa precisa de “ter mais calma com bola”. “Controlámos em termos defensivos, reagimos bem à perda e raramente sofremos contra-ataques. Foi positivo. Agora é tentar melhorar e ter mais controlo do jogo ofensivamente. “Ronaldo? Está muito concentrado, muito bem fisicamente e está pronto para fazer golos”, finalizou Dalot.

Luís Montenegro espera voltar à Alemanha para ver seleção. “Estão lançadas as bases para uma boa campanha e chegar à final”

Por sua vez, Francisco Conceição, que marcou o golo da vitória por Portugal, assumiu que apenas pretendia ajudar a equipa. “Foi isso que tentei e felizmente consegui, com a ajuda dos outros companheiros da equipa. Espalha-brasas? Não tenho de comentar [a alcunha], só tenho que fazer o meu trabalho, ajudar a equipa e felizmente consegui”, sublinhou. O próximo jogo é contra a Turquia e Conceição disse que “sabe que todas as equipas têm as suas valias e pontos fracos”, prometendo “preparar muito bem o jogo” em busca de “mais uma vitória.”

Por fim, Pepe, que foi titular e voltou a jogar os 90 minutos, sublinhou que “a equipa foi extraordinária”. “Estivemos sempre por cima no jogo. Temos que manter sempre a calma e conseguimos. A equipa esteve bem. Tivemos alguns lances em que podíamos ter feito o golo. A equipa trabalhou muito bem, sempre a fazer aquilo que trabalhámos nos treinos e o que o mister nos pediu”, concluiu o experiente defesa central que, neste jogo, tornou-se no futebolista mais velho a participar numa partida do Europeu.

Pepe não sabe como vai ser. Agora, sabe bem como é: central (agora sem clube) é o mais velho de sempre a jogar os Europeus