Siga o nosso liveblog sobre o conflito israelo-palestiniano

A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, anunciou esta terça-feira uma ajuda humanitária adicional de 19 milhões de euros para a Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que criticou o Governo israelita pelas suas ações na Palestina.

“Para as crianças de Gaza, cada refeição, por menor que seja, é vital para a sobrevivência“, afirmou a ministra, referindo que “cada caixa de material médico ajudará a restaurar um nível mínimo de cuidados nos hospitais destruídos” pela guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

Baerbock, que na véspera discursou em Telavive na conferência de segurança de Herzliya, reuniu-se esta terça-feira em Jerusalém com o seu homólogo israelita, Israel Katz, e, em Ramallah, com o primeiro-ministro e chefe da diplomacia da Autoridade Palestiniana, Muhamad Mustafa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Familiares de reféns israelitas condenam declarações de Netanyahu sobre “acordo parcial” em Gaza

Depois de se reunir com Katz, a diplomacia alemã sublinhou que Baerbock defendeu que “no final só uma solução política pode acabar definitivamente com o sofrimento da população de Gaza, libertar os reféns e proporcionar uma segurança duradoura à população de Israel e dos territórios palestinianos”.

Para atingir essas metas, a chefe da diplomacia de Berlim instou o Hamas a “finalmente aceitar o plano” do Presidente norte-americano, Joe Biden, para um cessar-fogo duradouro.

Baerbock alertou ao mesmo tempo o executivo israelita da coligação liderada por Benjamin Netanyahu que as suas ações esta terça-feira determinarão a segurança a longo prazo de Israel, pelo que criticou medidas como a expansão dos colonatos em territórios ocupados.

“Com as suas ações, o Governo israelita já determina esta terça-feira as condições para a segurança de Israel a longo prazo. Isto aplica-se tanto à política de colonatos ilegais como à investigação dos últimos acontecimentos em Jenin”, disse nas redes sociais.

O Exército israelita afirmou no sábado que a conduta de um grupo de soldados, que amarrou um palestiniano gravemente ferido no capot de um veículo militar e o fez desfilar pela cidade palestiniana de Jenin, na Cisjordânia ocupada, vai contra os seus procedimentos e disposições.

Vídeo mostra que soldados israelitas amarraram palestiniano ferido na parte da frente de um jipe

Antes de se encontrar com Katz, Baerbock avistou-se com Mustafa em Ramallah, com quem discutiu “os últimos desenvolvimentos” nos territórios palestinianos e como a guerra na Faixa de Gaza pode ser interrompida.

O governante palestiniano sublinhou que a comunidade internacional deve implementar a resolução 2735 do Conselho de Segurança da ONU sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

Baerbock defendeu por seu lado a importância de manter os esforços norte-americanos, europeus e árabes para promover a solução dos dois estados, informou a agência oficial palestiniana Wafa.

O gabinete da ministra alemão observou que Baerbock defendeu que, no interesse da segurança sustentável, a Autoridade Palestiniana empreenda reformas para ser um parceiro “forte e confiável”.

Para o conseguir, a entidade necessita de estruturas viáveis e sólidas cujas fundações sirvam para construir um estado Palestiniano e por isso garantiu a Mustafa o apoio da Alemanha às suas reformas políticas e económicas.

“Sem recursos, um novo começo para a Autoridade Palestiniana é impossível. Esperamos que o governo israelita liberte o dinheiro alfandegário e fiscal devido. Os bancos israelitas devem ser capazes de processar novamente pagamentos com bancos palestinianos”, afirmou Baerbock.

Fundos da Autoridade Palestiniana congelados por Israel vão ser transferidos para a Noruega

Posteriormente, a ministra seguiu para Beirute para se encontrar com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, com quem abordará a “situação tensa e perigosa na fronteira entre Israel e o Líbano“.

A guerra na Faixa de Gaza foi iniciada com o ataque sem precedentes que o grupo islamita palestiniano Hamas realizou em solo israelita em 7 de outubro de 2023, deixando quase 1.200 mortos e levando mais de 200 reféns.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 37 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário que desestabilizou toda a região.