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O Exército israelita prosseguiu esta sexta-feira os bombardeamentos na Faixa de Gaza, centrados nas cidades de Khan Younis e Rafah, sul do enclave, e quando permanecem num impasse as perspetivas de um eventual cessar-fogo, indica a agência noticiosa Efe.

Na primeira cidade, as forças israelitas desencadearam na segunda-feira um novo assalto na zona leste, onde ordenaram a retirada dos civis, ao indiciarem que o movimento islamita Hamas disparava projéteis contra território israelita.

Desde então, o Exército assegura que foram “eliminados” cerca de 100 combatentes palestinianos na zona humanitária de Mawasi, a oeste de Khan Younis, onde recuperaram os corpos de cinco reféns “após 30 horas” de operação.

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“Trouxemos os cinco reféns, de outra forma não poderíamos garantir a sua recuperação. Não cederemos ao Hamas e vamos recuperar todos os reféns. Não cederemos ao Hamas até desmantelarmos o último batalhão”, assegurou na quinta-feira o chefe de estado-maior do Exército, Herzi Halevi, ao dirigir-se aos soldados.

Os meios de comunicação palestinianos indicaram que muitos civis permanecem bloqueados há cinco dias em Khan Younis, sem comida ou água. As equipas de emergência referiram ter retirado dos escombros os corpos de seis civis, no leste da localidade.

A estação televisiva Al Jazeera indicou esta sexta-feira que os novos ataques aéreos israelitas mataram 18 pessoas.

“Os tanques da ocupação e os atiradores furtivos permanecem a leste da zona de Khan Younis, e os rumores da retirada não são fiáveis, aconselhamos as pessoas que não se desloquem para as regiões leste para evitarem que as suas vidas corram risco”, indicou a Defesa civil de Gaza, dirigida pelo Hamas.

Em Rafah, onde há mais de dois meses a maioria da população local se deslocou para Khan Younis, os combates centram-se no bairro de Tal Al Sultan, onde o Exército reivindicou a morte de vários combatentes e a deteção de “novos túneis e armas, incluindo lança-foguetes de longo alcance e explosivos”.

“O nosso Exército atacou cerca de 45 objetivos terroristas, incluindo células, túneis, estruturas militares e rampas de lançamento”, acrescentou o comunicado militar.

Os ataques israelitas também flagelaram o norte e centro do enclave, incluindo o campo de refugiados de Nuiserat no início de quinta-feira, indicou a agência noticiosa palestiniana Wafa.

“Fontes médicas informaram que os corpos de dois civis e sete feridos foram recuperados nos escombros da casa da família al-Bana no bairro de Daraj da cidade de Gaza após um bombardeamento israelita”, indicou a Wafa.

O alto-comissário da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, manifestou esta sexta-feira preocupação pela deteção de um surto de poliomielite tipo 2 em diferentes regiões de Gaza, segundo confirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

OMS vai enviar para Gaza um milhão de vacinas contra poliomielite

“Este é outra situação importante na interminável viagem da miséria. A pólio surge devido a um sistema de saúde em ruínas, falta de água potável e produtos de higiene, refúgios superlotados e saneamento muito deficiente”, indicou na sua conta da rede social X, acrescentando que “apenas um cessar-fogo e um aumento do fluxo de vacinas” poderá travar o surto de poliomielite.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e de 90 mil feridos, bem como um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente. Milhares de corpos de civis permanecem sob os escombros.

Em maio, a ONU declarou que as mulheres e crianças representam pelo menos 56% das pessoas mortas desde o início do atual conflito, com base em dados do Ministério da Saúde do Hamas.

As baixas nas fileiras do Exército israelita também continuam a aumentar, com pelo menos 328 mortos, segundo um comunicado militar.