A força de intervenção rápida (em inglês, SWAT team) mobilizada para ajudar a proteger o ex-Presidente Donald Trump durante o comício na Pensilvânia só teve contacto com os agentes do Serviço Secreto depois da tentativa de assassinato do antigo governante.
“Era suposto termos uma reunião frente a frente com os membros do Serviço Secreto quando eles chegassem, mas isso nunca aconteceu“, revelou Jason Woods, elemento da equipa de intervenção rápida, à ABC News. “Não tivemos comunicação”, acrescentou.
Segundo Jason Woods, o encontro entre as duas equipas era essencial no planeamento da segurança do ex-Presidente. “Acho que foi provavelmente um ponto crucial, comecei a pensar que as coisas estavam erradas”, afirmou.
Jason Woods disse ainda que os elementos da equipa de intervenção rápida estavam em posição no comício logo ao início da manhã, horas antes do ex-Presidente subir ao palco. O atirador, Thomas Crooks, chegou a ser avistado pela equipa, que considerou o seu comportamento suspeito e avisou o comando da operação, mas o jovem de 20 anos conseguiu escapar-se às autoridades e posicionar-se no telhado de onde viria a disparar.
Foi precisamente depois dos disparos que, segundo Woods, se deu o primeiro contacto entre a equipa de intervenção e o Serviço Secreto. “Por essa altura, já era tarde demais”, reconheceu. Donald Trump tinha sido atingido de raspão numa orelha, outras duas pessoas tinham ficado feridas e uma morreu.
Diretora do Serviço Secreto norte-americano apresenta demissão após falhanço na segurança de Trump
Ainda assim, a SWAT team considera ter feito todos os possíveis para garantir a segurança no comício. “Acredito que a nossa equipa fez tudo o que era humanamente possível naquele dia”, disse ainda à ABC Patrick Young, que geriu a equipa de intervenção rápida e a unidade de serviços de emergência.
O Serviço Secreto, que como habitualmente estava apoiado por equipas locais, era em última análise o responsável pela segurança de Donald Trump durante o comício. Foi o “fracasso operacional mais significativo” da agência em décadas, nas palavras da diretora, Kimberly Cheatle, que entretanto se demitiu.