A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) pede ao Governo medidas para mitigar a situação “frágil” que atravessam os produtores de cereais, nomeadamente para fomentar a agricultura de precisão e aumentar a segurança.

Depois de alertar que a baixa rentabilidade dos cereais iria levar, este ano, a uma quebra na área de cultivo a rondar os 10.000 hectares, a CAP decidiu reunir o conselho consultivo setorial, que produziu um conjunto de apelos para o executivo atuar nesta área.

Um dos apelos da confederação é que na revisão do atual o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), agora em curso, se aproveite a “oportunidade para melhorar a distribuição de valores alocados ao pagamento ligado aos cereais, tendo em conta a atual realidade geopolítica a nível mundial”, segundo se lê em comunicado.

A CAP pede também ao Governo que “crie uma medida que permita fomentar a Agricultura de Precisão, apoiando os agricultores aderentes e os técnicos das suas organizações”.

Entre as preocupações está também o controlo de densidades de espécies como o javali, que destrói “inúmeras culturas”, bem como o reforço das medidas de segurança no mundo rural, ao garantir “penas dissuasoras para os responsáveis pelos roubos e destruições que se têm verificado desde há anos”.

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Finalmente, a CAP apela ao Governo que se “empenhe a nível europeu na manutenção de algumas substâncias ativas de proteção das culturas, para as quais não existem alternativas eficazes, determinantes para a competitividade técnica e ambiental deste setor”.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a produção mundial de cereais vai atingir 2.854 milhões de toneladas em 2024, um novo marco histórico.

Contudo, em Portugal, segundo os dados do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), vai haver “uma nova redução da área de cereais, a rondar os 10.000 hectares (-4%)”, indicou, em resposta à Lusa, o vice-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Pedro Pimenta.