Elon Musk voltou a acusar a OpenAI, perante a justiça dos EUA, de violar o acordo fundador da empresa de inteligência artificial (IA), por preferir o lucro à intenção inicial de “benefício da humanidade”.

A ação, interposta num tribunal federal da Califórnia, descreveu o processo contra a Open AI e dois dos fundadores da empresa, Sam Altman e Greg Brockman, como uma “história clássica de altruísmo versus ganância“.

A queixa acusa Altman e outros visados de “cortejarem e enganarem Musk intencionalmente, aproveitando-se da preocupação humanitária de Musk sobre os perigos existenciais representados pela inteligência artificial”.

O multimilionário disse que ajudou a financiar a OpenAI com “dezenas de milhões” de dólares no início da empresa em 2015 e que recrutou os principais cientistas investigadores em IA.

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Musk demitiu-se da direção da OpenAI no início de 2018, numa decisão que a empresa disse ter como intenção evitar conflitos de interesses, uma vez que o sul-africano estava a recrutar talentos de IA para desenvolver tecnologia de condução autónoma para a fabricante de automóveis elétricos Tesla.

No final de fevereiro, Musk apresentou uma queixa semelhante num tribunal de São Francisco, na Califórnia, alegando que a relação estreita entre a OpenAI e a Microsoft prejudicou a missão original de criar uma tecnológica de código aberto que não estivesse sujeita às prioridades de uma empresa.

Mas em junho o multimilionário retirou sem qualquer explicação o processo em que sustentava que a OpenAI deixou de ser uma empresa de código aberto e se tornou em uma subsidiária de facto da Microsoft, a maior empresa tecnológica do mundo.

Musk afirma no novo processo que ele e o objetivo original da OpenAI foram “traídos por Altman e os seus cúmplices”.

“A perfídia e o engano têm proporções shakespearianas”, acrescenta a queixa.

No processo de fevereiro, o empresário referiu-se também à reestruturação no ano passado da direção da OpenAI, quando Altman foi destituído como diretor executivo e rapidamente recolocado no cargo, com o apoio da Microsoft.

Musk argumentou ainda que Altman, o presidente da OpenAI, Greg Brockman, e a Microsoft trabalharam juntos para destituir a maioria da direção da ‘startup’ (empresa emergente), que tinha promovido a sua missão original de desenvolver tecnologia para beneficio da humanidade.

A nova direção é formada por pessoas com mais experiência empresarial ou em privilegiar o lucro económico, do que na ética e na governação da IA, de acordo com a queixa original de fevereiro.

Musk, proprietário da rede social X (antigo Twitter) e fundador da Space X, tem avisado para os perigos da IA e da IA generativa.