O ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdullah Bou Habib, apelou esta terça-feira a um maior apoio económico e político árabe ao seu país, perante um possível prolongamento da guerra no Médio Oriente.

Numa conferência de imprensa no Cairo, ao lado do seu homólogo egípcio, Badr Abdelatty, Bou Habib agradeceu os “contactos para evitar uma escalada” e pediu que o Egito “continue a apoiar o Líbano no que está por vir”, especialmente fornecendo um ‘guarda-chuva’ de proteção árabe ao Líbano “face aos planos agressivos de Israel para prolongar a guerra”.

O chefe da diplomacia libanesa mostrou-se confiante de que alcançar uma trégua em Gaza será “o primeiro passo para proteger toda a região das repercussões de uma guerra abrangente”.

“Quando Israel bombardeava apenas o Líbano, falámos com o Hezbollah (grupo xiita libanês) para uma resposta que não levasse a uma guerra, mas agora e depois da extensão dos ataques israelitas no Iraque e em Teerão (…) a decisão já não é só libanesa”, argumentou o ministro libanês.

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Bou Habib lamentou as repercussões económicas da escalada do conflito no Líbano, e criticou os países que pediram aos seus cidadãos que abandonassem aquele país face a uma possível resposta do Irão e do Hezbollah ao recente assassinato do líder do Hamas em Teerão e do principal comandante do grupo xiita em Beirute.

Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio reafirmou o apoio e solidariedade do seu país para com o Líbano e assegurou que o Cairo não poupará esforços e “continuará a trabalhar com os seus parceiros regionais e internacionais para travar a escalada”.

Abdelatty condenou a “política de assassínios” e a “falta de respeito pela soberania dos países”, referindo-se ao assassinato do líder político do grupo islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, na passada quarta-feira em Teerão.

Este assassínio ocorreu um dia depois da morte do principal líder militar do Hezbollah, Fuad Shukr, num bombardeamento israelita no sul de Beirute, num ataque assumido pelo Estado judaico.

Depois de alertar que “esta política só levará a mais violência, e a um possível descontrolo da situação”, Abdelatty garantiu que o Cairo continuará os seus “intensos contactos” com os Estados Unidos e o Qatar — outros mediadores na guerra de Gaza — “para evitar uma guerra regional”.