O presidente do Chega considerou esta terça-feira que colocar Portugal a reconhecer no papel “o candidato A, B ou C pode ficar ridículo se nada mudar na Venezuela”.

André Ventura reagia ao projeto de resolução da Iniciativa Liberal (IL) que recomenda ao Governo português que reconheça Edmundo González como vencedor das eleições presidenciais venezuelanas e desenvolva esforços para um reconhecimento alargado.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao mercado do Livramento em Setúbal, o presidente do Chega advogou, em contrapartida, que Portugal deve apoiar os que dentro e fora da Venezuela estão a lutar para “o derrube democrático de Nicolás Maduro”.

“Reconhecer um candidato como vencedor? já tivemos uma experiência no passado que não correu bem. Pôr um papel a dizer que o Estado português reconhece A, B ou C pode ficar ridículo se nada mudar em Caracas”, sustentou.

André Ventura defendeu que Portugal deve pressionar para conhecer os resultados das eleições na Venezuela e, juntamente com a comunidade internacional e a União Europeia, dizer a Nicolás Maduro que não é aceitável uma ditadura.

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“Nicolás Maduro tem de sentir que a torneira do dinheiro europeu acaba se não aceitar os resultados democráticos, que a União Europeia não colabora nem mais um segundo se não aceitar resultados democráticos e caso ameace países vizinhos os nossos países europeus com a sua capacidade económica e politica juntamente com os Estados Unidos devem dizer que estamos dispostos a tudo para o retirar do poder”, frisou.

“O que gostava que a Europa dissesse a Nicolás Maduro é que não pode pisar a linha e se pisar será removido do poder a bem ou a mal”, disse.

A Venezuela realizou uma eleição presidencial no final de julho, após a qual o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que González obteve quase 70% dos votos.

Tanto os dissidentes como grande parte da comunidade internacional apelam a uma contagem de votos transparente.

No sábado, Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos e Polónia apelaram às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas eleitorais, de forma a garantir a total transparência e a integridade do processo eleitoral, atribuindo credibilidade às atas publicadas pela oposição.