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Kiev continua sem se pronunciar oficialmente sobre a ofensiva ucraniana em Kursk, que dura há três dias. Ainda assim, Volodymyr Zelensky voltou a aludir aos progressos de guerra da Ucrânia na sua comunicação diária desta quinta-feira.

“Os ucranianos sabem alcançar os seus objetivos. E atingir os nossos objetivos numa guerra não foi a nossa escolha. A Rússia trouxe a guerra para nossa terra e deve sentir o que fez”, declarou o Presidente ucraniano.

Zelensky agradeceu aos “guerreiros, soldados e comandantes”, por terem garantido as posições ucranianas e a defesa do país e reafirmou que os objetivos da Ucrânia devem ser alcançados sob uma “paz justa”. “Esforçamo-nos por atingir os nossos objetivos o mais rapidamente possível em tempo de paz — em condições de paz justas”, declarou.

As condições de paz justas já tinham sido mencionadas na comunicação diária de quarta-feira, quando afirmou que “quanto mais pressão for exercida na Rússia”, mais cedo chegará “a paz justa, através de força justa”.

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Esta quinta-feira, o discurso de Volodymyr Zelensky incluiu ainda menções a reuniões bem-sucedidas com o Ministério da Defesa e com o responsável dos Serviços de Segurança e ao desenvolvimento da nova aplicação para desburocratizar as Forças Armadas. “O mundo vê que como os ucranianos podem passar o seu tempo — a ter resultados para a Ucrânia. Estamos a aguentar terreno e a dar novas oportunidades à Ucrânia“, afirmou Zelensky.

Por último, o chefe de Estado ucraniano relatou uma reunião que teve com os especialistas internacionais do governo, cujo objetivo foi discutir o aprofundamento das relações com a NATO e com os países vizinhos que pertencem à Aliança. “Juntos podemos trazer mais segurança e estabilidade à região. E precisamos de traduzir esta certeza em passos práticos, para trazer mais segurança real”, defendeu.

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O tom animador do discurso de Zelensky vê-se traduzido no terreno. Esta semana, as forças ucranianas concretizaram a maior incursão em território russo desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022. Ultrapassando pelo menos duas linhas defensivas, a Ucrânia já conquistou terreno 45 quilómetros depois da fronteira e onze aldeias, segundo dados do Instituto para o Estudo da Guerra, sediado em Washington.

A dez quilómetros da fronteira, a Ucrânia tem o controlo de uma estação de distribuição de gás em Sudzha, cidade com cinco mil habitante, onde foram feitos 40 prisioneiros. Apesar de os ataques intensos na região, as autoridades ucranianas garantiram que a rota do gás — que alimenta a Europa — continua a funcionar.

Do lado da Rússia, Vladimir Putin esteve reunido por videoconferência com o governador Alexey Smirnov, para discutir a “coordenação das atividades”. Também o executivo russo aproveitou a reunião desta quinta-feira para apelar à coordenação das autoridades regionais, municipais e federais.

Nesta mesma reunião, o governo anunciou que ia alocar 1,8 mil milhões de rublos (cerca de 19 milhões de euros) para evacuar a região. Os habitantes de Kursk estão a ser encaminhados para centros de acomodação temporários, localizados nas regiões vizinhas.