Marcelo Rebelo de Sousa concorda com Luís Marques Mendes sobre a necessidade de existir um pacto de regime entre PS e PSD no que respeita à Saúde, mas recusa que esta seja a altura certa para se avançar com esse tipo de entendimento. Em declarações à SIC Notícias, na praia de Monte Gordo, no Algarve, o Presidente da República afirmou que, para já, era “fundamental” um pacto de regime “no sentido de haver uma continuidade política” nas políticas de Saúde e gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não como o sugerido pelo comentador. Noutras declarações à CNN, o chefe de Estado explicou: “Neste momento é tentador falar num pacto, mas é a pior altura para esse pacto.”

“Houve mudança de governo e o governo anterior ainda não tinha começado a aplicar a reforma que pretendia no modelo de gestão do SNS, havia lugares por preencher, tudo isso se iria passar em 2024”, recordou Marcelo, em declarações à SIC Notícias, notando que o novo Governo de Luís Montenegro “mudou algumas políticas e a forma de gestão, bem como os responsáveis” do setor. Perante isto, considera que haver uma “estabilidade para o futuro é útil e fundamental para o SNS”.

O chefe de Estado realçou também, em declarações à CNN, que ultrapassado o momento atual “pode ser que seja viável” o tal pacto de regime e que “as posições sejam compatíveis”. Até lá, sublinha, é preciso “esperar pelo plano de emergência”. Marcelo considera que o “imediato e urgente” é que haja uma continuidade na “execução do plano de emergência”, tendo em conta que há “medidas fáceis de aplicar” e outras “mais lentas”, como é o caso das urgências de obstetrícias onde há “mais problemas de fundo”.

No espaço de comentário na SIC, este domingo, Luís Marques Mendes tinha defendido que deve existir um “acordo de regime entre PS e PSD” na saúde, apelando a que “pensassem no interesse dos portugueses”. Apesar de reconhecer as dificuldades no setor da saúde, com situações inaceitáveis, Marques Mendes diz que o Governo vai numa “boa direção”.

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De férias no Algarve, o principal desejo de Rebelo de Sousa para a reentré política é o de “uma abertura à negociação do Orçamento do Estado“. “Era positivo, sobretudo por parte dos principais partidos políticos. Significaria que estes meses que faltam até outubro e novembro seriam meses em que além das divergências existiria um objetivo comum de estabilizar financeiramente, economicamente e politicamente o país”, afirmou.

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