Depois de três dias sem dar tréguas, o incêndio no norte de Atenas abrandou esta terça-feira. A Grécia continua em “alerta máximo” de risco de incêndio e a União Europeia vai continuar a “monitorizar” a situação e vai estar envolvida no combate às chamas, perto de Atenas. Em entrevista ao Observador, o porta-voz da Comissão Europeia para a Gestão de Crise faz um ponto de situação dos meios europeus que estão, neste momento no terreno.

Há uma melhoria significativa nas últimas horas, também graças à presença da equipa europeia”, Balazs Ujvari refere-se assim aos quase 700 bombeiros de diferentes Estados-membros que foram mobilizados pela Comissão Europeia para apoiar as autoridades gregas e aos dois aviões italianos, um helicóptero francês e um helicóptero da Sérvia.

Incêndio em Atenas abranda depois de três dias consecutivos muito difíceis e de uma morte. Alerta mantém-se até quinta-feira

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Nesta entrevista ao Observador, Ujvari recorda o pedido de ajuda grego que a Comissão Europeia recebeu nas “primeiras horas de segunda-feira” e explica como é que a União Europeia responde perante um pedido urgente de um Estado-membro.

O pedido de ajuda chega ao “Centro de Crises” em Bruxelas e Bruxelas transmite o pedido para as várias capitais europeias. Os meios que são enviados para um país a gerir uma crise, neste caso a Grécia, são dos Estados-membros “que estão numa posição de ajudar”. “O nosso trabalho limita-se a coordenar e a cobrir alguns dos custos das operações” como os de transporte.

[Já saiu o terceiro episódio de “Um Rei na Boca do Inferno”, o novo podcast Plus do Observador que conta a história de como os nazis tinham um plano para raptar em Portugal, em julho de 1940, o rei inglês que abdicou do trono por amor. Pode ouvir aqui, no Observador, e também na Apple Podcasts, no Spotify e no YouTube. Também pode ouvir aqui o primeiro e o segundo episódio]

E numa altura de calma aparente em Atenas, a vigilância é chave. “Durante todo o mês de agosto, no sul da Europa”, a gestão dos incêndios no sul da Europa “vai continuar a ser difícil”. A situação, acredita a Comissão Europeia continua a ser “alarmante”. “Vamos continuar a monitorizar e estamos disponíveis para continuar a ajudar.

GettyImages-2157719539

Balazs Ujvari explica que o apoio a países como a Grécia não se faz apenas no terreno. A União Europeia recorre o sistema Copernicus – o programa espacial europeu – para “enviar imagens de satélite às autoridades gregas” e assim ser possível mapear os danos e os estragos causados pelo incêndio no norte de Atenas.

O combate aos incêndios na Europa não se faz apenas no Verão. A prevenção é chave para a União Europeia, mas o porta-voz para a Gestão de Crises,  separa as águas. “A principal responsabilidade de prevenção é dos estados-membros” enquanto deixa para Bruxelas o papel de “complementar”.

O incêndio no norte de Atenas ardeu durante três dias. Durante três dias, a maior parte da capital grega esteve coberta por fumo e os cientistas, especialmente durante a noite, de domingo para segunda-feira. Neste momento não tem frentes ativas. Bruxelas reconhece que a situação melhorou, assim como as autoridades gregas.