Os regressos aos palcos do diretor do Teatro da Trindade, Diogo Infante, e do diretor do Teatro Nacional São João, Nuno Cardoso, estão entre os destaques da rentrée teatral em Portugal, no próximo mês.

Em Lisboa, Diogo Infante volta ao palco do teatro que dirige, em Lisboa, com “Telhados de Vidro”, de David Hare, numa encenação de Marco Martins que se estreia no dia 12 de setembro e fica em cena até 17 de novembro.

O texto é descrito como “um poderoso e provocador drama contemporâneo, sobre poder, política e paixão”, estreado em Londres em 1995 e “tornando-se rapidamente numa das mais bem-sucedidas pecas” do dramaturgo David Hare.

Ainda no Trindade, mas na sala Estúdio, vai estrear-se, a 18 de setembro, a peça “Sombras”, com texto de Miguel Falcão e encenação de Ana Nave.

Já no Teatro Carlos Alberto, no Porto, Nuno Cardoso protagoniza o monólogo “Homens Hediondos”, a partir de um livro do norte-americano David Foster Wallace (1962-2008) com encenação de Patrícia Portela.

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Inicialmente prevista para junho e remarcada para o período entre 11 e 14 de setembro, a peça recorre às “capacidades metamórficas e camaleónicas de Nuno Cardoso” para questionar: “Quem são os homens hediondos? Criaturas feias, repugnantes, monstruosas? Ou pessoas banais com quem nos relacionamos todos os dias, no trabalho, nos transportes, nos cafés, em casa?”

Setembro continua no Carlos Alberto com a estreia de “RE: Antígona”, de André e. Teodósio e José Maria Vieira Mendes, a mais recente criação do Teatro Praga, que, depois do Porto, entre 19 e 22 de setembro, segue para o Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), em Coimbra, em 27 do mesmo mês, antes de Lisboa, no Centro Cultural de Belém (CCB), entre 4 e 6 de outubro.

O Teatro Nacional São João completa o mês de setembro com o regresso à cena de “As Bruxas de Salém”, de Arthur Miller, com encenação de Nuno Cardoso, peça que ainda este ano vai estar em Guimarães (Centro Cultural Vila Flor) e em Lisboa (São Luiz).

Entre as estreias da nova temporada teatral está também um texto e encenação de Elmano Sancho, “Cordeiros de Deus ou soldados da esperança”, em cena na Culturgest em Lisboa, de 11 a 14 de setembro.

Ainda em Lisboa, o Teatro Aberto dá continuidade — “devido ao êxito” — à carreira da peça “Heisenberg — O Princípio da Incerteza”, de Simon Stephens com encenação de João Lourenço e interpretação de Ana Guiomar e Virgílio Castelo, a partir de 6 de setembro e até ao final de outubro.

O mesmo teatro vai receber a estreia de “Monóculo, Retrato de S. Von Harden”, de Stéphane Ghislain Roussel, numa encenação de Rui Neto com interpretação de Cristóvão Campos, em cena entre 11 de setembro e 20 de outubro.

Os Artistas Unidos abrem a temporada no CCB com “Búfalos”, de Pau Miró, entre 18 e 29 de setembro, enquanto, agora sem espaço próprio, continuam “a procurar um lugar para apresentar a Trilogia [de Pau Miró] em conjunto, como planeado”.

Na capital, o Teatro Ibérico recebe, também de 18 a 29 de setembro, a estreia de “Na solidão dos campos de algodão”, de Bernard-Marie Koltès, encenado por Zia Soares, numa produção do Teatro Griot interpretada por Daniel Martinho, Gio Lourenço, Hugo Narciso e Pedro Hossi.

Em Coimbra, e para começar a temporada, a 12 de setembro, o TAGV apresenta uma “intervenção político-poética” com base no texto “A Revolução da América do Sul”, que é considerado o mais importante texto de Augusto Boal (1931-2009).

“A Revolução da América do Sul” inicia assim a Mostra de Teatro Brasileiro do Teatrão, que vai passar por “Aveiro, Matosinhos, Loulé, Ourém, Lousã, Águeda, Santarém e Marinha Grande, com quatro espetáculos e duas ações de formação, além de leituras e conversas”.

Em Braga, o Theatro Circo recebe, nos dias 4 e 5 de setembro, “Os Caranguejos de Istambul”, pelo Teatro da Terra, com texto de António Cabrita e encenação de Maria João Luís, numa peça interpretada por António Simão e Paulo Pinto e que conta a história de dois homens “nascidos em África e filhos de colonos, ambos jovens revolucionários aquando da descolonização e que resolveram embarcar no espírito do tempo, romper com as famílias e ficar no país novo, contribuindo para a mudança do mundo”.