O ministro da Defesa israelita defendeu esta quinta-feira que o regresso a casa dos mais de 60 mil deslocados no norte de Israel também deve ser um dos objetivos estabelecidos pelo Governo desde o início da guerra em Gaza.

Para Yoav Gallant, dar este passo em relação ao norte do país, na fronteira com o Líbano, onde também têm sido trocados ataques de artilharia com o movimento xiita Hezbollah, “não reduzirá em nada” o seu compromisso “com a eliminação do Hamas e o regresso dos reféns” que estão na Faixa de Gaza.

“Para atingir este objetivo, devemos expandir os objetivos da guerra e incluir o regresso seguro dos residentes. Assim que formularmos esta proposta, irei levá-la ao primeiro-ministro”, frisou o ministro da Defesa após uma reunião estratégica em que também participou o chefe do Exército, Herzl Halevi.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou a ofensiva israelita, que prossegue na Faixa de Gaza desde outubro, com três objetivos: acabar com as capacidades governamentais e militares do Hamas, o regresso dos reféns e garantir que Gaza não volte a ser uma ameaça para Israel.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Por outro lado, Gallant sublinhou que as conquistas do Exército nos últimos meses permitiram o regresso da maioria dos residentes das comunidades do sul, de onde foram retirados após os ataques do Hamas de 7 de outubro.

“Neste momento estamos também em guerra contra forças adicionais: estamos a lutar contra o Irão, o Hezbollah e os Huthis”, acrescentou o responsável da Defesa.

As hostilidades na fronteira entre Israel e o Líbano começaram em 8 de outubro, um dia após o início da guerra em Gaza e em solidariedade entre o Hezbollah e as milícias islamitas palestinianas no enclave.

A troca de ofensivas já se intensificou a um ponto em que se teme um conflito regional alargado.

Esta troca de tiros diária obrigou o Estado judaico a retirar cerca de 60 mil residentes das comunidades junto à fronteira, enquanto outros 20 mil o fizeram voluntariamente.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente, de acordo com dados das autoridades de saúde do enclave, controlado pelo movimento islamita palestiniano.

A partir de 7 de outubro, a violência também se intensificou na Cisjordânia, território palestiniano desde 1967 ocupado por Israel.