A oposição venezuelana denunciou esta quinta-feira que pessoas não identificadas sequestraram o coordenador do partido democrata-cristão Convergência Nacional [direita], Biagio Pilieri.

O sequestro e possível detenção ocorreu, segundo a aliança de partidos opositores da Venezuela Plataforma Unitária Democrata (PUD) na quarta-feira, depois de participar numa concentração em Caracas, convocada pela líder opositora Maria Corina Machado.

Condenamos veementemente o ataque contra o nosso camarada, durante o qual foi também foi raptado o seu filho Jesús Pilieri e duas outras pessoas que os acompanhavam”, explica a PUD em comunicado.

No documento, a PUD sublinha que “Pilieri demonstrou, durante mais de duas décadas, a sua luta inabalável pela democracia, pela liberdade e pelo futuro de todos os venezuelanos”.

“Responsabilizamos o regime pelo que possa acontecer a ambos e pedimos à comunidade internacional que permaneça atenta à violação dos direitos humanos e políticos que o nosso país está a viver neste momento, porque Nicolás Maduro não aceita a vitória retumbante de Edmundo González Urrutia, no passado dia 28 de julho [eleições presidenciais]”, sublinha.

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Entretanto, a esposa de Biagio Pilieri, Maria Livia de Pilieri, divulgou um vídeo na rede social X manifestando preocupação pelo acontecido e precisando que após a manifestação, o marido e o filho foram “perseguidos, abalroados e levados” para um destino desconhecido.

“Biagio Pilieri, devido à sua idade [58 anos], sofre de problemas de saúde e eu, como mãe, estou preocupada com o estado de Jesus [Pilieri] que sofreu um acidente de viação, teve uma fratura do crânio, tem uma prótese, esteve sob observação médica, sofre de dores de cabeça e enxaquecas constantes, pelo que lhe peço, por favor, como mãe, que os libertem”, explicou.

No vídeo, Maria Livia de Pilierir conta que foram também detidos dois companheiros do filho, que os acompanhavam na mesma viatura.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o CNE atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos.

O anúncio da reeleição de Nicolás Maduro, de 61 anos, provocou manifestações espontâneas que fizeram 27 mortos e 192 feridos, segundo fontes oficiais.

Cerca de 2.400 pessoas foram também detidas, segundo as autoridades locais.