Gavin Barwell é o novo chefe de gabinete de Theresa May, anunciou a primeira-ministra em comunicado. “É com grande prazer que anuncio que Gavin Barwell aceitou ser o meu chefe de gabinete. Foi um excelente ministro e é amplamente respeitado. Vai trazer uma experiência considerável do partido para o cargo”, anunciou May, citada pela BBC.

Fazendo eco das palavras de sexta-feira, a primeira-ministra disse novamente que pretende “refletir” sobre as eleições e sobre o porquê de não ter obtido os resultados esperados. “O Gavin vai ter um papel importante nisso. Estou ansiosa por falar com ele.” Barwell, de 45 anos, desempenhou vários cargos durante os Governos de David Cameron e May, nomeadamente o de ministro da Habitação e Planeamento. Vai substituir Nick Timothy, que apresentou a demissão na sexta-feira face às pressões exercidas pelo Partido Conservador depois dos resultados desastrosos nas eleições de quinta-feira.

Num comunicado divulgado este sábado na Conservative Home, Timothy — que foi nomeado em julho do ano passado — disse que assumia a sua parte da responsabilidade, principalmente em relação ao ao programa eleitoral do Partido Conservador. O antigo chefe de gabinete foi muito criticado pelas políticas de segurança social, que alguns acreditam ser uma das causas dos maus resultados eleitorais.

Admitindo que as eleições gerais foram “uma grande desilusão” e que lamenta a diminuição do número de deputados eleitos pelo Partido Conservador, Timothy explicou o problema não está na falta de apoio que May recebeu, mas “no surpreendente aumento” da popularidade dos trabalhistas. “Podemos especular sobre as razões, mas existe uma verdade simples que é a do Reino Unido ser um país dividido: muitos estão cansados da austeridade, muitos continuam frustrados ou chateados com o Brexit e muitos jovens sentem que não têm acesso às mesmas oportunidades que os seus pais.”

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Lamentando a “decisão de não incluir um limite mínimo e máximo” na proposta para “combater o aumento dos custos com a assistência social”, o ex-chefe de gabinete esclarecendo que os “relatos bizarros dos media” sobre o seu papel “na política de inclusão estão errados”. “Isso foi alvo de vários meses de trabalho em Whitehall, não foi o meu projeto pessoal. Escolhi não refutar estas notícias quando elas foram publicadas pois, se o tivesse feito, teria sido uma distração para a campanha. Mas assumo a responsabilidade pelo conteúdo de todo o manifesto, que continuo a acreditar ser um programa honesto e forte para o Governo”.

Nick Timothy e Fiona Hill trabalhavam com Theresa May desde 2001

Pouco depois de se conhecer a demissão de Nick Timothy, foi anunciada a decisão da número dois do gabinete da primeira-ministra. Fiona Hill anunciou este sábado, numa curta nota, publicada na Conservative Home, que “foi um prazer servir no Governo e um prazer trabalhar com uma ótima primeira-ministra”. “Não tenho dúvidas de que Theresa May vai continuar a servir e trabalhar como primeira-ministra de maneira brilhante.”

Hill e Timothy trabalhavam diretamente com Theresa May desde que esta assumiu a pasta do Ministério do Interior, em 2010. Responsáveis pela campanha eleitoral, a sua posição fragilizou-se depois dos maus resultados eleitorais e de vários membros do Partido Conservador exigirem a saída de May para evitar uma cisão entre os tories.

Negociações com unionistas suspensas durante o fim de semana

As negociações com os unionistas irlandeses, com os quais May vai tentar chegar a um acordo, estão suspensas durante o fim de semana. Como refere o The Guardian, os membros do Partido Unionista não trabalham aos domingos porque costumam passar o dia na igreja ou na paróquia. De acordo com o jornal britânico, antigamente, nas autarquias unionistas, era costume fecharem-se os parques infantis e algumas das instalações municipais.

Artigo atualizado às 19h40 com a nomeação de Gavin Barwell