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Uma introdução preliminar, sete pontos sobre os factos da acusação, um resumo das conclusões e uma lista de requerimentos, entre documentos e testemunhas. No longo Requerimento de Abertura de Instrução (RAI), exatamente com 250 páginas, José Azeredo Lopes surge ao ataque e com uma certeza: “Nunca mentiu ou ocultou quaisquer factos relevantes” sobre Tancos e pode prová-lo porque a acusação “não tem sustentação factual ou jurídica”.

Não ter “sustentação factual ou jurídica” é, provavelmente, a crítica mais leve que o antigo ministro da Defesa faz ao trabalho do Ministério Público. Em praticamente todos os pontos do RAI, e nas palavras do advogado Germano Marques da Silva, que o representa, Azeredo Lopes não poupa adjetivos sobre a acusação, algumas das suas teses ou a forma como foi construída: diz que é venenosa, absurda, parcial, abusiva e novelística; fala em obsessão quase doentia, induções assentes na ‘lógica da batata’ e em gravíssimas lacunas; e acusa o MP e a Polícia Judiciária (PJ) de terem inventado uma realidade adequada à narrativa que antes já tinham criado e de confundirem factos com “puro comentário político”.

“Qual a prova? Absolutamente nenhuma”, garante. E é isso que tenta demonstrar, facto por facto: diz que o SMS em que disse ao deputado Tiago Barbosa Ribeiro que “sabia”, depois de o material militar roubado em Tancos ter sido encontrado, queria expressar apenas a sua esperança de que as armas seriam recuperadas; insiste que nunca foi próximo do coronel Luís Vieira, ex-diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM), e que os telefonemas feitos perto da sua casa não provam que o também arguido no processo lá tenha estado; e repete que o memorando que Vieira e o major Vasco Brazão entregaram ao seu chefe de gabinete não permitia perceber que tinha sido montada uma encenação.

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