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Bloco de notas da reportagem na campanha do BE. Dia 4. Gatos, receitas e uma ação quase falhada

Marisa Matias andou à procura de gatos por Coimbra, na tentativa de sensibilizar o eleitorado para a causa animal. Uma ação que quase estragou o bom arranque do quarto dia de campanha.

O Bloco de Esquerda tem tido uma campanha algo bipolar. Ora passa um dia inteiro numa cidade — como foi o caso desta quinta-feira, em Coimbra -, ora prefere fazer cerca de 600 quilómetros por dia para conseguir despachar vários concelhos. Mas não é só nos trajetos que tem tocado nos dois extremos. É também, e sobretudo, na mensagem. Tanto se pode ver Marisa Matias apenas a falar de Europa, recusando-se a entrar em ataques ou polémicas, como vemos momentos em que não resiste a disparar contra alguns adversários — só nos últimos dois dias atacou António Costa, Nuno Melo, Durão Barroso e o PS.

Veja-se o exemplo desta quinta-feira. Arrancou com uma ação dedicada ao tema da saúde, voltando a afirmar a ideologia do partido nesta matéria, e deixou um desafio ao PS, passando a batata quente para o outro lado da barricada. Utilizou argumentos válidos e que atingem os socialistas no coração. Falar da proposta de António Arnaut e de João Semedo para a lei de bases da Saúde não será indiferente aos militantes e deputados do PS.

Já a ação do final deste dia, foi dedicada a procurar gatos por Coimbra para alertar para a causa animal. Nem tudo correu como planeado, mas o Bloco mostrou que está atento a uma fatia do eleitorado que não se impressiona nem com Europa nem com a “politiquice” interna. É o eleitorado que deu um deputado ao PAN, nas últimas legislativas, mais sensível a outras agendas. E portanto, gatos e saúde no mesmo dia.

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Também há diferenças entre o dia e a noite. A candidata exibe algum star power durante as ações do dia, mas apaga-se à noite com discursos pouco galvanizadores que fazem desviar os holofotes para os outros oradores dos comícios.

Há um ponto em que tem sido coerente: evitar as polémicas ou aquilo a que se chama a espuma dos dias. Aí continua firme.

Marisa Matias foi a uma consulta e trouxe a receita para um acordo com o PS na lei de bases da Saúde

Estamos a tempo de o PS deixar o recuo

Marisa Matias começou o dia com um desafio ao PS. A candidata referia-se à lei de bases da Saúde, que ainda está em discussão no Parlamento e que tem afastado Bloco de Esquerda e PS. Numa altura em que a palavra “recuo” tem sido ouvida em todos os quadrantes políticos, Marisa Matias não quis deixar de apontar o dedo aos socialistas e assumir as rédeas desta discussão, não a deixando morrer.

Alto. O momento inicial deste quarto dia de campanha foi uma visita a uma Unidade de Saúde Familiar (USF) em Coimbra. O objetivo era voltar a falar de saúde, do SNS e da lei de bases da Saúde. Temas a que o Bloco de Esquerda se tem agarrado nos últimos meses e que têm dado destaque ao partido. Assim, e como o tema permite deixar críticas ao PS pelo meio, a candidata arrancou o dia com mais garra do que nos anteriores. Não apenas pelo ataque “ao recuo do PS” na lei de bases da Saúde que está ainda em discussão no Parlamento, mas também porque desafia os socialistas a ir a jogo.

Baixo. Andar por alguns becos de Coimbra em busca de gatos, que são ajudados pela Associação Gatos Urbanos, sobretudo numa hora pouco própria — “são noctívagos”, disse uma das associadas tentando explicar o facto de nenhum gato aparecer –, foi uma ação pouco eficaz. A causa animal pode ser uma preocupação do partido na busca de eleitorado, mas a ação de meio da tarde chegou a ser embaraçosa. Vá lá que apareceram dois gatos mesmo no fim para ajudar Marisa Matias.

D.R.

Maria Paula Campos tem 12 gatos em casa. “Mas já tive mais”, conta ao Observador. O amor que diz sentir por estes animais foi uma das causas que a fizeram entrar para a Associação Gatos Urbanos, que cuida dos felinos da cidade de Coimbra. “Identificamos pequenas colónias e tratamos das suas necessidades. Desde a alimentação à esterilização”. Gosta de ter esta missão e confessa que por vezes é difícil “não levar mais um para casa”. Mas tem conseguido.

Nesta quinta-feira, a campanha do Bloco de Esquerda dedicou uma parte do dia a conhecer melhor o trabalho desta associação. “Gosto muito de que os partidos políticos deem atenção a estes temas”. Confessa que gosta do PAN e atribui ao partido de André Silva o mérito de ter colocado alguns dos temas mais centrais para os defensores dos animais na agenda. Mas não é nele que vai votar. “Vou votar na Marisa”, explica. “O Bloco de Esquerda tem uma visão de conjunto das coisas, tem um pensamentos político maior”, justifica. Isso e o facto de a eurodeputada “ser de cá“.

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Marisa Matias encontrou dois gatos já no fim da ação de campanha destinada à causa animal. O paté estrategicamente colocado minutos antes foi o suficiente para atrair dois dos felinos que a associação ajuda. A eurodeputada aproximou-se e observou o momento durante alguns minutos, permitindo que os fotojornalistas captassem um momento no mínimo insólito.

O quarto dia da campanha do Bloco de Esquerda foi o mais calmo. Começou e terminou em Coimbra, cidade de Marisa Matias. Entre os três pontos de campanha agendados para hoje, o Bloco de Esquerda não fez mais de dez quilómetros. O suficiente para ultrapassar a barreira dos 1.400 no total da campanha. Desde segunda-feira, os bloquistas já percorreram 1405 quilómetros.

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