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Pedro Gonçalves e Tó Trips: os Dead Combo ao vivo no Coliseu dos Recreios em 2014, o ano em que editaram o álbum "A Bunch of Meninos"
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Pedro Gonçalves e Tó Trips: os Dead Combo ao vivo no Coliseu dos Recreios em 2014, o ano em que editaram o álbum "A Bunch of Meninos"

Lusa/José Sena Goulão

Pedro Gonçalves e Tó Trips: os Dead Combo ao vivo no Coliseu dos Recreios em 2014, o ano em que editaram o álbum "A Bunch of Meninos"

Lusa/José Sena Goulão

Celebremos mais uma vez os Dead Combo, "dois tipos que fizeram uma banda para se salvarem na música"

Tó Trips reúne amigos e músicos que fizeram parte do percurso da banda e lembram Pedro Gonçalves numa performance que acontece no Teatro São Luiz. Antes, e com Filipe Melo, (re)conta-nos histórias.

O fim dos Dead Combo não correu como previsto. Foi em outubro de 2019 que a banda lisboeta anunciou que iria fazer uma última digressão. Pedro Gonçalves, metade da dupla que formava com Tó Trips, estava doente e tinha as “suas próprias razões” para que o grupo chegasse ao fim. Fizeram alguns concertos de despedida pelo país, mas o problema de saúde e, depois, o impacto da pandemia, obrigaram a múltiplos cancelamentos de espetáculos.

Pedro Gonçalves viria a morrer a 4 de dezembro de 2021, vítima de um cancro, aos 51 anos. O fim dos Dead Combo ficou “pendurado”, mas foi agora recuperado para um espetáculo derradeiro que pretende ser um “encontro para a família Dead Combo”. Esse Olhar que Era Só Teu, título resgatado a um dos temas mais célebres do duo, será apresentado em duas sessões nesta quinta-feira, 28 de setembro, no Teatro São Luiz, em Lisboa. Ambas já se encontram esgotadas.

Será, ao mesmo tempo, uma despedida e uma celebração desta banda que marcou o panorama cultural português, no ano em que o grupo celebra o 20.º aniversário. A melancolia e a alegria lado a lado, a luz e o negrume da sombra a coabitar o mesmo espaço, como tantas vezes os Dead Combo evocaram nas suas histórias instrumentais que percorriam o fado, os blues, o rock’n’roll ou o jazz, desde os imaginários fantasiosos western, de registo cinematográfico, até às sonoridades autênticas da Lisboa Mulata.

Com direção musical de Filipe Melo e António Quintino, o espetáculo vai reunir em palco uma série de músicos que atuaram com os Dead Combo ao longo da vida da banda. A Tó Trips irão juntar-se nomes como Alain Johannes, Aldina Duarte, Alexandre Frazão, Carlos Tony Gomes, Gaspar Varela, Gonçalo Prazeres, Joana Sá, João Cabrita, Pedro Cobrado, Peixe ou Sérgio Nascimento, entre tantos outros.

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Para Tó Trips, os Dead Combo acabariam sempre como num daqueles filmes em que os espectadores só podem imaginar o que terá acontecido àquelas personagens

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

“O Pedro foi-se embora em dezembro e tínhamos pensado, logo no ano seguinte, para aí por volta de março [de 2022], em fazermos este espetáculo. Depois surgiram outras coisas e acabou por não acontecer. E resolvemos agora fechar de vez a história dos Dead Combo”, explica Tó Trips ao Observador.

A ideia partiu do manager do grupo, José Morais, que falou com Tó Trips e a mulher de Pedro Gonçalves, a bailarina e encenadora Ainhoa Vidal. “Tínhamos sempre um sinal na cabeça de que tínhamos de fazer isto. Tínhamos que fazer uma homenagem ao Pedro, à música dos Dead Combo e uma homenagem a todas as pessoas que estiveram na vida dos Dead Combo ao longo dos anos. Para mim, é uma homenagem a todas essas pessoas que estiveram connosco, que fizeram parte da nossa vida.”

O núcleo duro que idealizou o espetáculo começou com estes três elementos mas rapidamente se alargou para abranger Daniel Neves, amigo próximo de Pedro Gonçalves, seu colega de casa quando os Dead Combo começaram o seu percurso. É o responsável pelo vídeo da performance. Nuno Salsinha (luz) e Helder Nelson (som) tornaram-se as restantes mentes por trás da conceção artística de Esse Olhar que Era Só Teu.

Grande parte da estrutura do espetáculo está assente na ideia de duplas, esse elemento que sempre definiu os Dead Combo — ainda que tenham aberto as suas portas a colaboradores e a opiniões de terceiros, num registo “comunitário” característico, sobretudo, de Pedro Gonçalves. “Foi uma ideia do Filipe de que todos gostámos: os Dead Combo eram uma dupla, portanto o espetáculo será sempre baseado em duplas. Só há um tipo que não tem dupla, que sou eu, não é?”

“É uma despedida que é feliz. Ao mesmo tempo, é uma homenagem e há aqui uma ligação entre as pessoas que faz com que este se torne um momento muito especial. É mesmo. Posso dizer que não me lembro de ter tido uma ligação emocional tão forte com um espetáculo. Representa muita coisa fora da música.”
Filipe Melo, diretor musical do espectáculo no São Luiz

Tó Trips acredita que “essa coisa meio pendurada” que foi o final anunciado dos Dead Combo precisava de ser “fechada”. “Tinha que se pôr um ponto final. A música continua, é das pessoas, elas que façam o que quiserem com ela, mas precisávamos de fazer isto. É importante para todos os que tocaram connosco, vai ser bonito estarmos todos juntos à volta de uma coisa que juntou estas pessoas todas ao longo dos tempos.”

De todos aqueles que vão estar em palco, Filipe Melo é, curiosamente, o único que nunca tocou com os Dead Combo. “Mas sinto que de alguma maneira isto colmata essa falha”, explica o pianista, que cresceu com Pedro Gonçalves em Benfica (que lhe contava histórias de OVNI que o deixavam cheio de “medo”) e teve Tó Trips como designer do seu primeiro disco. Diz-nos que conceber este espetáculo revelou-se um “trabalho muito fácil porque há algo de muito especial a passar-se”.

“É uma despedida que é feliz. Ao mesmo tempo, é uma homenagem e há aqui uma ligação entre as pessoas que faz com que este se torne um momento muito especial. É mesmo. Posso dizer que não me lembro de ter tido uma ligação emocional tão forte com um espetáculo. Representa muita coisa fora da música”, conta.

Do Bairro Alto para o mundo, sem planos

Reza a lenda que Tó Trips e Pedro Gonçalves formaram os Dead Combo numa caminhada desde o Campo das Cebolas ao Bairro Alto, onde ambos viviam. Tinham ido a um concerto do norte-americano Howe Gelb quando se encontraram. “Não tens aí uma boleia para mim?”, atirou Tó Trips. Pedro Gonçalves não tinha carro — nem sequer carta de condução. Mas lá foram eles por aí acima. Na altura, Tó Trips tinha recebido um convite por parte do radialista Henrique Amaro para participar num projeto de homenagem a Carlos Paredes, um duplo CD intitulado Movimentos Perpétuos (2003). “Não queres entrar aí com um contrabaixo?”, perguntou a Pedro Gonçalves. Assim nasciam os Dead Combo.

Na verdade, os dois já eram velhos conhecidos, pelo menos de vista e de encontros fugazes. Tinham frequentado o mesmo liceu, o D. Pedro V, na Estrada das Laranjeiras. De Alvalade, Tó Trips era quatro anos mais velho. “Lembro-me de o ver lá, mas depois mudei-me para a António Arroio e comecei a vê-lo em concertos. Ele também fez os acústicos dos Xutos & Pontapés, era amigo deles… A minha banda da altura, os Lulu Blind, ensaiavam na sala do Sérgio Godinho em Almada, ao lado da sala dos Xutos, e às vezes encontrava-o. E também o encontrava aí à noite.”

Dupla Dead Combo

"Acho que se os Dead Combo tivessem existido nos anos 90 não teriam tido grandes hipóteses de sobreviver", afirma Tó Trips

D. R.

Pedro Gonçalves tinha-se formado no Hot Clube e vinha do circuito do jazz, mas nunca havia sido um músico convencional do género. Filipe Melo, também daquele ambiente, tinha a impressão de que o seu amigo era um certo “extraterrestre ali no meio”. Por sua vez, Tó Trips vinha das bandas rock e do espírito punk de Alvalade. Os dois encontraram-se, fruto de “um acaso”, numa altura da vida em que ambos precisavam de começar algo novo.

“Eu estava farto dos problemas das drogas e de coisas com bandas de rock, e o Pedro estava um bocado saturado da cena do jazz. Os Dead Combo foram uma maneira de continuarmos na música, sem desistirmos dela. Na vida é muito fácil as pessoas desistirem das coisas de que gostam à conta dos outros. E nessa fase estávamos, sem nos apercebermos, a precisar da mesma coisa. Foi algo a que nos agarrámos, sem perceber que isso iria atingir a dimensão que atingiu. Até porque é música instrumental, hoje em dia as pessoas se calhar já ouvem mais, mas na altura… Acho que se os Dead Combo tivessem existido nos anos 90 não teriam tido grandes hipóteses de sobreviver.”

Em 2004 lançavam o primeiro álbum, Vol. 1, ao qual se seguiriam Quando A Alma Não É Pequena (Vol. 2) e Guitars From Nothing. Mais tarde, Lusitânia Playboys, Lisboa Mulata e A Bunch of Meninos levariam a banda para uma dimensão superior, chegando a um público mais alargado. “Quando isto começou, a ideia era tocar na ZDB ou em sítios pequenos, nada mais do que isso.” O primeiro concerto grande que fizeram — na verdade, foram dois, esgotados — aconteceu precisamente no São Luiz, uma sala umbilicalmente ligada à história da banda.

“Aquela sujidade bonita é o reflexo da cidade, que é a cidade onde cresci e que, na verdade, não querendo ser pessimista, está a desaparecer um bocadinho. É uma cidade muito rica musicalmente e onde as pessoas se conheciam quando saíam à noite. E tenho a impressão de que isso ainda não foi devidamente celebrado, aquilo que se passou em Lisboa nos anos 90 e início dos 2000."
Filipe Melo, diretor musical do espectáculo no São Luiz

“Como é aqui no Chiado, e o pessoal morava aqui no Bairro, passávamos a vida aqui”, recorda Tó Trips. “Conhecíamos o Joca que arranjava os telhados das igrejas, o senhor Ulisses, a Ana do Adamastor, era uma outra Lisboa. Conhecíamos a malta toda que vivia aqui o seu dia a dia. Era uma cena de bairro. Havia muita malta artista a viver aqui. Hoje em dia, não têm dinheiro para isso.”

Filipe Melo aponta a música dos Dead Combo enquanto reflexo da Lisboa do início dos anos 2000. “Aquela sujidade bonita é o reflexo da cidade, que é a cidade onde cresci e que, na verdade, não querendo ser pessimista, está a desaparecer um bocadinho. É uma cidade muito rica musicalmente e onde as pessoas se conheciam quando saíam à noite. E tenho a impressão de que isso ainda não foi devidamente celebrado, aquilo que se passou em Lisboa nos anos 90 e início dos 2000. Foi uma altura muito especial, havia aquele ambiente. Tínhamos o Hot Clube, o Ritz Club, havia um circuito em que íamos de uns sítios para os outros. Havia o bar do Tito Paris na rotunda de Alcântara, o bar do Zé da Guiné no Bairro Alto… Havia uma grande mistura e isso também se refletia na música dos Dead Combo.”

Aos poucos, a banda foi crescendo. Depois do São Luiz, arriscaram a Aula Magna e correu surpreendentemente bem. “Depois também começas a ver certo tipo de pessoas a aparecer nos teus concertos, que nunca teriam nada a ver com a banda. Foi depois da cena do Anthony Bourdain. Começaram a aparecer outro tipo de pessoas.”

Em abril de 2012, os Dead Combo foram uns dos protagonistas do episódio dedicado a Lisboa do programa No Reservations, do famoso chef aventureiro Anthony Bourdain. “Os programas eram vistos por muita gente. Mas nós nem sabíamos quem era o Anthony Bourdain [risos]”, lembra Tó Trips. “Lembro-me de estar na Marítima de Xabregas com a minha mulher e os meus filhos a um sábado, e era dos poucos que eu tinha livres, fomos almoçar e eu disse: ‘Desculpa lá, agora acho que temos ali uma entrevista com um americano, eu vou lá e depois vou ter com vocês’. O Pedro não via televisão, eu pouco vejo, portanto não tínhamos noção da dimensão do programa dele e de quem ele era. Mas depois o pessoal começou: ‘o quê, tiveram uma entrevista com o Anthony Bourdain?’ Começámos a ver que havia muita malta, amiga nossa, que o conhecia.”

"Tínhamos que fazer uma homenagem ao Pedro, à música dos Dead Combo e uma homenagem a todas as pessoas que estiveram na vida dos Dead Combo ao longo dos anos"

JOSE COELHO/EPA

Houve um antes e depois desse momento. Os Dead Combo chegaram ao top 10 do iTunes norte-americano nesse ano e encontraram mais portas abertas a nível internacional. Foi também em 2012, aliás, que foram convidados para tocar no Festival de Cinema de Cannes, na estreia de Cosmopolis, filme de David Cronenberg produzido pelo português Paulo Branco.

Tó Trips recorda com carinho os concertos que os Dead Combo deram em Paredes de Coura, e refere episódios caricatos passados no estrangeiro — como quando, num festival em Toronto, no Canadá, tocaram para uma única pessoa, que ainda por cima era português; ou como tiveram medo de subir a palco num concerto em Gdansk, na Polónia.

“Tocámos a seguir a uma banda punk checa, num buraco, uma cave que estava apinhada de pessoal sem T-shirt, tudo acelerado. E estávamos com imenso medo de tocar a seguir àquele chavascal. Tivemos de pedir ao pessoal para se desencostar, nós sentadinhos a tocar as guitarrinhas… E no fim aquilo correu bem, vendemos discos e T-shirts e as pessoas curtiram, mas fomos tocar cheios de medo. Depois de um set punk daqueles, tipo Sex Pistols da República Checa… Acho que foi das vezes que tivemos mais medo.”

“Uma coisa que nunca existiu comigo e com o Pedro foram egos: isto agora é nosso e ninguém interfere. Não. Muitas vezes gravávamos um disco e convidávamos pessoas para ouvir e diziam o que achavam e muitas vezes mudávamos as coisas.”
Tó Trips

Embora tenham começado a “planear” mais à medida que foram crescendo, o “lado punk” dos Dead Combo manteve-se sempre. “Essa ideia de ‘no future’, deixa ver o que vamos fazer disto agora, sem saber o que é que as coisas iriam dar.” Até porque praticavam uma certa “auto-sabotagem”.

“Isto é um pequeno exemplo: há uns anos fizemos uns livros, que até foi ideia do Pedro e do António Quintino, de passar as nossas músicas para pauta. Conseguimos arranjar um editor, pedimos um texto ao Filipe Melo, e nunca os comunicámos. Só comuniquei o ano passado, há um ano mesmo, quando o Pedro faria anos. A editora vendia os livros, mas nunca ninguém fez comunicação daquilo. Nunca ligámos a essas coisas. Sempre fomos assim meio fora.”

“Eu e o Pedro éramos muito diferentes, mas a música juntou-nos”

O espírito comunitário da banda, uma dupla desdobrada e aberta, traduz-se agora neste derradeiro espetáculo. “Uma coisa que nunca existiu comigo e com o Pedro foram egos: isto agora é nosso e ninguém interfere. Não. Muitas vezes gravávamos um disco e convidávamos pessoas para ouvir e diziam o que achavam e muitas vezes mudávamos as coisas.”

A receita angariada com estas duas sessões vai reverter para a Orquestra Geração, um “projeto nobre que ajuda miúdos de bairros periféricos”, e que mantém o “lado comunitário de ajudar alguém”. “A música é uma coisa fantástica. Une as pessoas e faz com que nunca te sintas sozinho. Quando ouves uma música, pesa-te menos a solidão, sabes que não estás sozinho no mundo. Junta pessoas de ideologias diferentes, por vezes super diferentes, numa celebração, num concerto, numa banda. Eu e o Pedro éramos muito diferentes, mas a música juntou-nos e conseguimos fazer uma coisa que nos deixou orgulhosos.”

Tó Trips: “O melhor legado é ser livre, acreditar na liberdade daquilo que fazes, sem estar com grandes projeções de que vamos ser isto ou aquilo"

Para Tó Trips, o legado dos Dead Combo é, acima de tudo, “o espírito de acreditar naquilo que se faz, mesmo sem se saber se aquilo vai a algum lado”. “O melhor legado é ser livre, acreditar na liberdade daquilo que fazes, sem estar com grandes projeções de que vamos ser isto ou aquilo. Porque já tive bandas em que o pessoal projetava imensa coisa, e nunca se passou nada. E hoje em dia, então, em que toda a gente projeta tudo e mais alguma coisa, e trabalha nessa projeção — às vezes até é mais o artista do que propriamente a música que ele faz — e no caso daqueles dois gajos eram tipos que fizeram aquela banda para se salvarem na música. Para não perderem aquilo de que eles mais gostavam à conta de problemas com os outros ou das relações que eles tinham com outras pessoas. Salvaram-se na música assim. Acho que é esse o legado.”

Embora não se considere “nada místico”, quando Tó Trips viu pela primeira vez a capa de Odeon Hotel (2018), o músico pressentiu que seria mesmo o último disco da banda. “Costumávamos dizer que os álbuns dos Dead Combo tinham a ver com as várias fases de Lisboa. A última tem uma capa feita no antigo cinema Odeon, que agora vai ser transformado em apartamentos. E a foto, com as pessoas todas, representa isso tudo. Aquelas ruínas, com pessoas de vários sítios e culturas. Quando vi a capa, pensei logo que era o último disco dos Dead Combo. Não pelas piores razões, que o foram, mas porque pensei que já estávamos diluídos no meio daquelas pessoas. E nós sempre aparecemos na capa como ‘os’ dois gajos. E ali eles aparecem no meio das pessoas. Não sei porquê, lembro-me de ver a capa pela primeira vez e pensar: este vai ser o último disco da malta, estamos a desaparecer. E foi, mas da pior maneira. Mas fez todo o sentido. Por isso é que, quando se acabou a banda, para mim a gente desaparecia.”

“Que é feito destes gajos? Para mim, os Dead Combo são duas personagens que apareceram e, conforme o fizeram, também desapareceram. São tipos que habitaram um certo momento desta cidade, numa outra Lisboa. O resto imaginas tu.”

Quando anunciaram o fim do grupo, Pedro Gonçalves colocou duas hipóteses a Tó Trips: ou faziam uma última tour ou gravavam um disco final. “Só que eu não gravo discos se não os puder tocar… Então fizemos a tour e fomos tocar os dois, que era algo que já não fazíamos há imenso tempo. Mas demos alguns concertos e a saúde do Pedro começou a complicar-se. Nem essa ideia do Pedro [de gravar mais um disco] seria concretizável, digo eu, porque as coisas ficaram muito complicadas.”

Para Tó Trips, os Dead Combo acabariam sempre como num daqueles filmes em que os espectadores só podem imaginar o que terá acontecido àquelas personagens. Neste caso, a dois misteriosos Lusitânia Playboys a partir rumo ao horizonte, sem destino à vista, a dissiparem-se num nevoeiro. “Que é feito destes gajos? Para mim, os Dead Combo são duas personagens que apareceram e, conforme o fizeram, também desapareceram. São tipos que habitaram um certo momento desta cidade, numa outra Lisboa. O resto imaginas tu.”

 
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