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Liz Truss Campaigns In Essex In Tory Leadership Bid
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Liz Truss. A primeira-ministra por quem "ninguém se vai apaixonar"

Teve uma juventude radical mais à esquerda, mas hoje gosta de seguir Margaret Thatcher. Liz Truss é crente no Estado mínimo, mas mais flutuante no resto das ideias. E depende muito do Instagram.

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Quando Liz Truss tinha 8 anos, fez de Margaret Thatcher num debate da escola, a propósito das eleições de 1983. Acabou, porém, com zero votos. Não é de admirar se tivermos em conta que Liz estudava em Paisley, na Escócia, onde os conservadores sempre tiveram problemas em angariar votos. A própria Liz Truss não votou em si própria. “Até com aquela idade eu sabia que não era popular ser uma tory na Escócia ocidental”, recordaria, anos mais tarde.

Nos anos anteriores, durante o primeiro mandato de Thatcher, Liz costumava acompanhar a mãe nas marchas anti-nucleares, onde participava nos cânticos que exigiam “Maggie, Maggie, Maggie — out, out, out!” Num campo de férias “pela paz”, ajudou a fazer uma bomba de papel higiénico, para representar a luta pelo desarmamento nuclear, conta o The Times. Foi, naturalmente, incentivada pela mãe, ferozmente à esquerda no panorama político britânico daquela época.

Boris Johnson Holds Weekly Cabinet Meeting

Liz Truss foi membro do governo de três primeiro-ministros diferentes e chega agora ao cargo de primeira-ministra

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Não seria por isso de prever que, cerca de 30 anos depois, Liz Truss se tornasse primeira-ministra do Reino Unido pelo Partido Conservador — anunciada como nova líder dos tories esta segunda-feira, arrecadando 81.326 dos votos (contra os 60.399 de Rishi Sunak) — com 57,4% dos votos, teve o resultado mais baixo obtido por um líder do partido em desafio interno desde 1998, altura em que este modelo foi implementado. E que o tenha conseguido depois de uma campanha centrada numa mensagem económica semelhante à de Thatcher, de menor intervenção do Estado na economia e redução de impostos.

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Mais: ao longo dos últimos anos, Truss aproveitou cada momento para se colar à imagem da antiga primeira-ministra. Uma fotografia em cima de um tanque? Check. Um chapéu de pêlo de estilo soviético durante uma visita oficial a Moscovo? Check. Um casaco preto com um grande laço branco durante um debate? Check.

“As pessoas não adoravam Thatcher e não adoram Truss, que fala de forma um pouco esquisita, por exemplo. Mas Thatcher sabia o que queria e era respeitada por isso”, aponta ao Observador Henry Hill, editor do site especializado na política dos tories Conservative Home. “A equipa dela faz bem em apostar na comparação por esta razão: ninguém se vai apaixonar por ela como líder, mas as pessoas podem levá-la a sério.” O futuro de um governo britânico liderado por Liz Truss ainda é uma incógnita. Mas o seu passado, porém, pode dar algumas pistas sobre quem é esta mulher.

A infância numa família de esquerda e a juventude a defender a liberalização das drogas

Liz Truss nasceu em 1975 numa família que se definia como estando “à esquerda do Partido Trabalhista”. As suas origens são, por isso, tudo menos típicas para um líder conservador: mais velha de quatro irmãos, cresceu no norte de Inglaterra e na Escócia e estudou numa escola pública.

Em casa, a política sempre esteve à mesa, como recordou o irmão mais novo, Francis, ao podcast da BBC Profile: “Não nos sentávamos a falar do último jogo da Mega Drive. Era mais temas políticos ou a campanha local. E o meu pai era um apaixonado por matemática, por isso também se falava muito disso”, contou. Francis também deu conta de outro traço de caráter da irmã que se revelou desde cedo: a competitividade. O pai sempre a acusou de fazer batota a jogar ao Monopólio e, quando perdia, Liz ficava “muito chateada”.

Boa aluna, conseguiu entrar em Oxford para estudar Economia, Filosofia e Política. Um antigo professor na Universidade, Marc Stears, recorda-a como uma aluna criativa, com uma capacidade para “surpreender”. “Nenhum outro estudante igualava a sua capacidade malandra de produzir ensaios sobre a História política do Reino Unido que traziam sempre algo de novo; nem sempre rigoroso, mas definitivamente novo.”

“A Liz tinha uma veia muito forte de um certo radicalismo liberal”, recordou ao mesmo podcast o antigo colega Alan Rennick. “Uma vez estávamos a montar uma banca para os caloiros e ela aparece com um monte de posters que diziam ‘Legalizem a Erva’ e queria cobrir a banca com aquilo”.

Foi também na Universidade que se evidenciou outra característica da sua biografia em tudo atípica para um líder tory: Liz Truss juntou-se aos Liberais Democratas. “A Liz tinha uma veia muito forte de um certo radicalismo liberal”, recordou ao mesmo podcast o antigo colega Alan Rennick. “Uma vez estávamos a montar uma banca para os caloiros e ela aparece com um monte de posters que diziam ‘Legalizem a Erva’ e queria cobrir a banca com aquilo”.

Em 1994, fez um discurso que foi até visto por muitos dos colegas lib-dems como demasiado radical ao defender a abolição da monarquia. “Nós, Liberais-Democratas, não acreditamos que alguém nasça para reinar”, declarou ao defender a moção, que acabou chumbada. Uma posição vista por muitos como corajosa, mas que desde cedo ajudou à perceção de que Truss talvez não tenha convicções muito profundas. “Acho honestamente que ela só fazia aquelas coisas por achar que eram populares”, disse agora à CNN um antigo colega dos lib-dems, Neil Fawcett. “Não sei realmente se ela acreditava em alguma das coisas que dizia. À altura e agora.”

A verdade é que, pouco depois de terminar os estudos, não tardou a que Liz abandonasse o partido e se juntasse aos conservadores. Foi trabalhar para a petrolífera Shell e depois para a empresa de telecomunicações Cable & Wireless, onde viria a conhecer o futuro marido, Hugh O’Leary. A mudança de orientação política, garante, aconteceu enquanto ainda estudava, sobretudo ao ler sobre Economia. “Sempre fui uma grande crente na liberdade de fazer o que se quer. E percebi que, para se ter controlo sobre a nossa vida, precisamos de ter controlo sobre o nosso dinheiro”, afirmou. “Para além disso, conheci alguns tories e descobri que não tinham duas cabeças e não comiam bebés.”

O pai nunca aceitou bem a decisão, como a própria confessou ao jornalista Nick Robinson em 2021: “Às vezes, acho que ele pensa que sou uma agente adormecida a tentar derrubar o regime por dentro”. O irmão Francis garante que as discussões políticas continuam a ser intensas em família: “Normalmente acabam com ninguém a querer ouvir mais nada, porque ela nunca se cala.”

Do confronto com “Os Talibãs do Nabo” à alcunha de “granada humana” no governo

Depois da juventude política, veio o amadurecimento. Liz Truss foi candidata pelo Partido Conservador a Westminster em 2001 e 2005, por lugares no Yorkshire ocidental, muito mais favoráveis aos trabalhistas. Não foi eleita. A sua chance chegaria em 2010, quando concorreu por Norfolk Sudoeste, mas a campanha revelou-se um batismo de fogo.

Vários membros do partido opuseram-se veementemente à sua nomeação, devido ao facto de ter tido um caso fora do casamento com o colega Mark Field. Os jornais chamaram à sua oposição interna “Os Talibãs do Nabo”, devido à produção intensa daquele vegetal na região. Um deles, Roy Brame, recordou ao The Guardian o momento em que foi assistir a um discurso de defesa de Truss durante a campanha: “Naquela reunião, quando mais de 200 pessoas lhe estavam a colocar perguntas pessoais e sobre quais eram as intenções dela, saiu-se muito bem”, disse o ativista, que na altura garantiu aos jornalistas ter ali visto “a nova Thatcher”. Apesar disso, votou contra Truss.

Elizabeth Truss affair row

Truss a ser questionada pelos jornalistas por causa da sua infidelidade

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A candidata, porém, saiu por cima. Segurou a nomeação, venceu a eleição e tornou-se deputada. Nos primeiros dois anos, tentou definir-se dentro do partido. Juntamente com outros colegas (Dominc Raab, Priti Patel e Kwasi Kwarteng, que viriam a ser seus colegas no governo de Boris Johnson), escreveu o livro Britannia Unchained, que causou estrondo. Abertamente eurocético e neoliberal, tinha frases polémicas como “ao contrário dos que andam nas ruas de Bangalore, os estudantes britânicos com poucas posses não veem os estudos como uma forma de saírem da pobreza”.

Apesar disso, foi escolhida por David Cameron para integrar o seu governo mais moderado. Em 2012, foi nomeada vice-secretária de Estado da Educação e em 2014 subiu a ministra do Ambiente e da Agricultura. Com 38 anos, era o membro mais jovem de todo o governo. Desses tempos, criou-se a ideia de que Liz Truss é uma política firme, que defende as causas em que acredita. “Ela é do contra. Só porque 90% das pessoas lhe dizem ‘É este o caminho’ ela não tenciona seguir por ele”, recordou um antigo funcionário do governo ao The Guardian. A alcunha que ganhou desses tempos foi a de “granada humana”, por ser necessário “cuidado” ao lidar com ela.

“Ela é uma conservadora nacionalista e que defende um Estado mínimo”, resume ao Observador Tim Bale, professor da Queen Mary University especialista nos tories. “Mas, dito isto, a carreira dela como ministra de três primeiro-ministros muito diferentes sugere um grau de flexibilidade e pragmatismo”. É que Liz Truss pode ser vista como obstinada, mas é também refém da ideia de que, para lá da sua visão económica, não alimenta grandes ideais. “Ela pode ter crenças profundas, mas sempre foi ambiciosa e, portanto, sempre foi capaz de ceder se isso representasse um avanço na sua carreira.”

O exemplo mais clássico é o do Brexit. Em 2016, quando fazia parte do governo de Cameron, Truss fez campanha pela permanência na União Europeia, chegando a assinar uma declaração onde descrevia a campanha pelo Leave como “extrema e datada”. Com a chegada à liderança do partido de Boris Johnson, porém, mudou radicalmente de rumo. “Se pudesse recuar a 2016, votaria para sairmos”, garante agora.

“Não acho que ela seja uma Leaver ou uma Remainer”, resumiu à New Statesman Mujtaba Rahman, analista do Eurasia Group. “Acho que ela é extremamente oportunista e procurou a forma mais rápida e eficaz de chegar ao N.º 10 [de Downing Street]”. Embora o afirme de forma mais doce, Henry Hill concorda: “Acho que ela apoiou o Remain por lealdade com David Cameron e por uma questão pragmática. Fez o mesmo em relação a muitas outras coisas onde tem uma posição menos ideológica do que na economia, tomando uma posição com base nos factos que tem à frente”.

Quando o assunto foge à regulação estatal ou à política fiscal, é difícil encontrar consistência nas ideias de Liz Truss. Se nos tempos da universidade chegou a ser apelidada de “Liz ‘Politicamente Correta’ Truss”, agora é uma das conservadoras que mais ferozmente critica o que vê como deriva do politicamente correto em relação a temas como a identidade de género. Se no passado criticou Boris Johnson — dizendo que Theresa May “trabalha como uma troiana” enquanto Boris se limita a “estudar os troianos” — durante a sua liderança foi uma das ministras mais fiéis.

Liz Truss Is Sworn In As Lord High Chancellor Of Great Britain

Foi a primeira mulher nomeada Lord Chancellor, mas acabou despromovida por Theresa May

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A sua passagem por diferentes governos de primeiros-ministros conservadores teve o seu momento baixo em 2016. Liz Truss foi escolhida por May para ser a primeira Lord Chancellor (o título mais alto do sistema judicial britânico, de nomeação política) mulher do Reino Unido, mas o seu trabalho na área da Justiça não foi elogiado. O pior momento chegou na sequência da capa do Daily Mail em que os juízes do Supremo Tribunal eram apelidados de “Inimigos do Povo” devido a uma decisão sobre o Brexit. O facto de não ter defendido publicamente os juízes não caiu bem dentro do governo e Theresa May decidiu afastá-la do cargo, despromovendo-a para um lugar secundário no Ministério das Finanças.

Uma oradora “medíocre” em público, mas um talento no Instagram

Aquilo que poderia ter ditado o fim da sua carreira política, porém, tornou-se uma rampa de lançamento. Chris Willkins, antigo conselheiro de Theresa May, assistiu de perto ao momento e partilhou com o Observador as suas impressões: “Ela não esteve bem à altura e a Theresa despromoveu-a. E creio que esse foi um ponto de viragem. Ela estava entre a espada e a parede, percebeu que não tinha nada a perder e assumiu uma postura muito mais política: na forma como passou a comunicar e na maneira como se comportava dentro do partido, passando a aliciar deputados. Também não por acaso, decidiu apoiar Boris Johnson muito rapidamente.”

A equipa de Liz Truss começou a preparar o trabalho de renovação. Os contactos com colegas reforçaram-se, em reuniões informais apelidadas de “Fizz with Liz”. As suas redes sociais tornaram-se mais sofisticadas.

"Ela estava entre a espada e a parede, percebeu que não tinha nada a perder e assumiu uma postura muito mais política: na forma como passou a comunicar e na maneira como se comportava dentro do partido, passando a aliciar deputados. Também não por acaso, decidiu apoiar Boris Johnson muito rapidamente.”
Chris Willkins, antigo assessor de Theresa May que trabalhou com Truss, sobre quando foi despromovida por May

Para trás ficou a impressão de uma oradora terrível e de uma pessoa “estranha”, com dificuldade em relacionar-se. Em 2014, Truss tinha deixado péssima impressão com um discurso no congresso do partido onde oscilou entre um sorriso postiço quando falava das exportações britânicas e um ar dramático ao mencionar que o país “importa dois terços” de todo o queijo que consome. Mas o momento tornou-se viral na internet.

“Acho que as coisas naquele momento mudaram para a Liz, porque ela aí passou a ser uma das primeiras políticas desta geração a perceber o potencial das redes sociais”, comentou um antigo colaborador. Já durante o governo de Boris Johnson, quando liderou o Department for International Trade (DIT), usou tanto o Instagram ao promover os seus encontros com líderes mundiais que o gabinete ganhou internamente a alcunha de Department for Instagramming Truss, segundo o Politico.

Ao mesmo tempo, a sua equipa não se cansava de promover nos jornais a ideia de que Liz Truss é “uma pessoa normal” — tentando combater comentários como o do antigo conselheiro Dominic Cummings, que a apelidou de “pessoa mais oficialmente louca em todo o Parlamento”. A quantidade de informação sobre detalhes mundanos é tanta que ficamos a saber que Truss gosta de hambúrgueres (em especial da cadeia Bleecker) e de vinho branco, toma muitos cafés por dia, gosta da série Veep, ouve Taylor Swift e é uma grande fã de karaoke.

“É isto que os políticos espertos fazem. Boris Johnson já era um mestre de popularidade e ela está a tentar fazê-lo também”, aponta ao Observador Henry Hill. “Embora aquele discurso de 2014 seja ridículo.”

Liz Truss Campaigns In Essex In Tory Leadership Bid

A equipa de Liz Truss tenta regularmente retratá-la como "uma pessoa normal"

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As dificuldades de Liz Truss de discursar em público ou dar entrevistas, onde o ambiente não é tão controlado como no seu feed de Instagram, podem, por isso, vir a ser um problema no futuro. “Não acho que se possa ser um bom primeiro-ministro se não se tiver um certo nível nos debates semanais no Parlamento, por exemplo”, nota Chris Willkins. “Os debates são importantes para ganhar a confiança do partido e dos deputados e temos de nos recordar que ela não venceu a eleição entre os deputados, só entre os militantes do partido. Se fosse a ela, trabalhava nisso.”

O professor Tim Bale, porém, considera que, embora seja uma oradora “medíocre”, Truss não é “um desastre” a falar em público. O grande problema, diz, será no contacto com os media: “Os improvisos, as entrevistas, ela tentará ao máximo evitá-los, como fazia Boris Johnson”, diz. “Contudo, ela não pode evitar a Câmara dos Comuns. E ali pode vir a ter dificuldades no futuro.”

Economia é o grande desafio. O espírito de Thatcher chegará para ter sucesso?

O jogo de cintura de Liz Truss nem sempre é o melhor, como comprovou um dos seus encontros já quando ocupava o cargo de ministra dos Negócios Estrangeiros no governo de Boris. Numa reunião com o homólogo russo, Sergey Lavrov, cometeu uma gaffe ao dizer que não reconhecia a soberania russa sobre os territórios de Voronezh e Rostov, pensando que fazem parte do território ucraniano, quando na verdade são cidades russas.

Os militantes do Partido Conservador, porém, não a consideram impreparada e deram-lhe a vitória contra o antigo ministro das Finanças Rishi Sunak. Os especialistas ouvidos pelo Observador têm interpretações diferentes sobre esse resultado. Para Tim Bale, “qualquer pessoa que concorresse contra Sunak — um dos verdadeiros membros da elite global de super-ricos — conseguiria parecer uma pessoa normal por comparação. E essa comparação parece tê-la ajudado”.

Sunak And Truss Face Off In Final Tory Leadership Hustings

Com Rishi Sunak, adversário na campanha para suceder a Boris Johnson

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Já Henry Hill considera que Sunak era, na verdade, “um político muito mais consistente em termos ideológicos”: “Uma das coisas mais estranhas é o facto de ela se ter posicionado como a candidata da continuidade face a Boris Johnson, quando na verdade ele defendia mais gastos públicos e mais investimento e ela assume-se como a tory tradicional dos anos 80.” “Ela tem esta capacidade de se vender aos tories como uma candidata muito mais ideológica do que de facto é. Veremos como será com o resto do país.”

Numa altura em que a inflação e o custo de vida são as principais preocupações da maioria dos britânicos, o sucesso da sua proposta de redução de impostos sem mais apoios estatais está por comprovar. E a eterna comparação com Margaret Thatcher nem sempre resulta, considera este editor da Conservative Home. “Para merecer esse título, ela tem de lidar com os problemas do século XXI da mesma maneira que Thatcher lidou com os da década de 1970. Agora já não são os sindicatos ou os mineiros, são o mercado de habitação, a política energética, as infraestruturas decadentes”, diz Hill. “Thatcher desafiava o consenso e os interesses. Liz Truss está apenas a aliciar os eleitores”.

“Margaret Thatcher era verdadeiramente excecional e não há muitos sinais de que Truss — por muito que tente vestir-se e soar como ela — tenha o mesmo talento.”
Tim Bale, professor da Queen Mary University especialista no Partido Conservador

Chris Willkins, que se recorda de Truss nos Conselhos de Ministros de Theresa May como alguém “competente” — mas sem rasgo quando o assunto não era Economia — diz que à altura imaginar Liz Truss como primeira-ministra do Reino Unido parecia “uma ideia remota”. Agora, diz, aposta que o novo governo será composto por uma equipa competente, mas discreta. “Vamos ver uma administração mais focada nas políticas do que na personalidade. O que é um reconhecimento de que ela não é tão popular como Boris Johnson”, afirma o operativo de Downing Street.

A comparação com Margaret Thatcher continuará sempre presente, diz. “A ideia será imitá-la no sentido de levar os eleitores a dizerem ‘Não a adoro, mas ela tem um plano e está a cumprir’. Se isso chega para convencer os eleitores é a grande incógnita”. Outros, como Tim Bale, são menos otimistas: “Margaret Thatcher era verdadeiramente excecional e não há muitos sinais de que Truss — por muito que tente vestir-se e soar como ela — tenha o mesmo talento.”

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