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Em 1990, futebol dizia-se “calcio” e não só por causa do mundial que nesse ano se realizava em Itália. Os clubes da Serie A dominavam a Europa. Pela primeira e única vez, equipas do mesmo país ganharam as três taças europeias. Na Taça dos Campeões, o Milan derrotou o Benfica, a Sampdoria venceu o Anderlecht na final da Taça dos Vencedores das Taças, e a Taça Uefa foi mesmo disputada por dois clubes italianos, dois rivais históricos, Juventus e Fiorentina.
Na equipa de Turim jogavam, entre outros, Sergei Aleinikov, Rui Barros, um dos raros emigrantes futebolísticos portugueses daquele tempo, e um avançado que viveria o verão da sua vida um mês depois, Salvatore “Totó” Schilacci. Do outro lado, a estrela da Fiorentina era Roberto Baggio, “il divin codino”, o rabo-de-cavalo divino, um predestinado da bola. A Juventus venceu o troféu, então disputado a duas mãos, mas o que partiu o coração dos tifosi viola aconteceu dois dias depois da final. A 18 de maio de 1990, a Juve anunciou a contratação de Baggio, por um valor que era, na altura, o mais alto de sempre pago por um jogador.
O coração partido não impediu os adeptos da Fiorentina de incendiarem a Piazza Savonarola, local da sede do clube, e a polícia teve de intervir para repor a ordem. Resultado: cinquenta feridos. Mas os adeptos da Juventus também não se mostraram muito satisfeitos. Baggio, cujo passe tinha sido negociado pelos dirigentes da Fiorentina à sua revelia, recusou-se a envergar um cachecol do novo clube na apresentação, o equivalente a passar a lua de mel com a antiga namorada.
Durante o período em que Baggio vestiu a camisola 10 que pertencera a Michel Platini, os resultados ficaram aquém das expectativas. A equipa conquistou novamente a Taça Uefa, mas só ganhou o “scudetto” que lhe fugia há onze anos na derradeira época de Baggio no clube, a de 94/95. Na temporada seguinte, o jogador assinou pelo AC Milan, numa transferência muito mais serena do que a ida de Florença para Turim. O recorde de transferências foi batido várias vezes durante aqueles anos, mas nenhuma contratação foi tão polémica. Isto até ao ano 2000 e à transferência que abalou o futebol europeu.
O Sporting, a lista de pretendentes e, sejamos românticos, os melhores anos no Barcelona
Luís Filipe Madeira Caeiro Figo, um dos símbolos da geração de ouro do futebol português, a geração que, comandada por Carlos Queiroz, conquistou dois campeonatos do mundo de juniores, estreou-se pela equipa principal do Sporting com apenas dezassete anos, a 1 de abril de 1990, frente ao Marítimo (entrou a três minutos do fim para o lugar de Jorge Cadete), mas a afirmação total deu-se na temporada 91/92, quando também cumpriu a primeira de 127 internacionalizações pela seleção portuguesa, num jogo contra os Países Baixos. Carlos Queiroz, então já selecionador dos AA, lançou o jogador para o lugar de um dos seus grandes ídolos e o melhor jogador português daqueles tempos, Paulo Futre.
A nível individual, a primeira época dificilmente poderia ter corrido melhor a Luís Figo. Acompanhado por outros campeões mundiais, como Paulo Torres e Emílio Peixe, foi um dos mais utilizados pelo treinador brasileiro Marinho Peres, antigo jogador do Barcelona. Porém, o Sporting vivia tempos conturbados, agravados pela seca de títulos que se arrastava 1982 e o treinador não resistiu até final da temporada. Para orientar a equipa na época seguinte, o peculiar Sousa Cintra contratou Bobby Robson, homem que tinha guiado a seleção inglesa às meias-finais do Mundial de Itália e que, no ano anterior, se sagrara campeão na Holanda com o PSV Eindhoven.
Nas quatro épocas seguintes, Figo tornou-se peça imprescindível do Sporting numa equipa de luxo mas que falhou sempre a conquista do campeonato nacional e que ficou marcada pelo acidente de Sergei Cherbakov que mandou o jogador ucraniano para uma cadeira de rodas. A partir da época de 1993/94, após o despedimento de Bobby Robson e a entrada de Carlos Queiroz, Figo exibiu uma capacidade goleadora até aí desconhecida, juntando à técnica e à velocidade o sal dos golos.
As exibições do jogador numa eliminatória da Taça Uefa contra o Real Madrid despertaram o interesse dos grandes clubes europeus. Como a Serie A continuava a ser o centro do futebol (Fernando Couto, Paulo Sousa e Rui Costa tinham todos ido para clubes italianos), os “tubarões” mais fortes lançaram-se numa corrida para contratar o jogador português. A olho nu, o vencedor parecia ter sido o Parma, equipa que, graças aos milhões da Parmalat, se tornara um potentado futebolístico. Contudo, na Liga italiana entraram dois contratos para o mesmo jogador: um do Parma e outro da Juventus. Figo afirmou sempre que só tinha assinado contrato com o Parma e que com a Juventus tinha apenas um pré-acordo.
A autoridade máxima do futebol italiano não concordou e resolveu o diferendo de forma salomónica: nem Parma, nem Juventus, Figo ficou proibido de jogar em Itália nos dois anos seguintes. Mas o jogador tinha pretendentes em toda a Europa e logo em abril de 1995, dois meses após a decisão da liga italiana, anunciou que iria jogar no Barcelona na época seguinte. Teve tempo de se despedir dos adeptos do Sporting com a conquista da Taça de Portugal, o primeiro troféu do clube em 13 anos, e contra o mesmo Marítimo que apadrinhara a sua estreia pela equipa principal.
Hoje, nem que seja por nostalgia ou romantismo, apetece dizer que os anos no Barcelona foram os melhores da carreira de Luís Figo. Treinado (outra vez) por Bobby Robson e, mais tarde, por Louis van Gaal, o número 7 ganhou dois campeonatos, duas Taças do Rei, uma Taça das Taças, duas Supertaças espanholas e uma Supertaça europeia. Mas isso é palmarés. Outros conquistaram o mesmo e até mais. O grande feito de Luís Figo naqueles anos irrepetíveis foi o de conquistar o coração dos adeptos e tornar-se um dos símbolos de um clube orgulhoso quando teve ao seu lado ídolos planetários como os brasileiros Ronaldo e Rivaldo ou jogadores da casa como Pep Guardiola. Nem as negociações constantes à procura de melhorias de contrato punham em causa uma ligação que parecia perfeita e eterna.
A jogada “impossível”
Por todas essas razões, ninguém que estivesse minimamente informado sobre futebol no ano 2000 diria que havia uma possibilidade, por remota que fosse, de Luís Figo trocar o Barça pelos brancos de Madrid. “Impossível”, repetiam todos, adeptos e jogadores de ambos os clubes. Mas havia um homem que acreditava no impossível, o empresário e engenheiro civil de 53 anos, Florentino Pérez, que no verão daquele ano decidiu candidatar-se pela segunda vez à presidência do seu clube de sempre, o Real Madrid.
O então presidente do clube, Lorenzo Sanz, tinha mais um ano de mandato, mas resolveu antecipar as eleições porque o Real acabara de ganhar a segunda Liga dos Campeões em três anos, depois de um hiato de trinta anos entre a sexta e a sétima. A saúde financeira do clube não era a melhor e Sanz sabia que o sucesso desportivo podia ser a alavanca de novo triunfo eleitoral. E quem é que se arriscaria a enfrentar um presidente que devolvera o Real aos píncaros da Europa onde a lenda do clube se forjara? Uma vez mais, a resposta era Florentino Pérez.
Quando Pérez tomou a decisão de se candidatar sabia perfeitamente o que queria. Como afirma no documentário Jorge Valdano, antigo jogador e treinador do Real, o candidato tinha uma visão mitificada do clube e faria tudo para a tornar realidade. Segundo o antigo avançado argentino, a falta de uma identidade cultural, social e até política vincada é o que faz com que no Real Madrid nada seja mais importante do que as vitórias. A cultura do clube é a vitória.
Porém, Pérez não se contentava em ganhar. Isso Sanz conseguira. O que, na visão de Pérez, distinguia o Real Madrid dos outros, o que tornava o clube especial, era a forma de ganhar, a associação daquelas imaculadas camisolas brancas a um ideal de grandeza e superioridade natural, o “señorio” de que tanto se gabam os adeptos merengues. Pérez queria ganhar de uma maneira digna dos pergaminhos do Real Madrid, que há pouco tempo fora eleito o melhor clube do século XX. E para isso tinha de ter os melhores jogadores do mundo.
“El portugués” em busca do português Luís Figo
Nas últimas décadas, tinham passado pelas fileiras do Barcelona jogadores como Cruyff, Maradona, Stoichkov, Romário, Ronaldo e Rivaldo, uns Bolas de Ouro no tempo em que o prémio só era atribuído a jogadores europeus, outros campeões do mundo. O último jogador do Real Madrid a ganhar a Bola de Ouro tinha sido Alfredo Di Stéfano, no longínquo ano de 1959. Era isto que Florentino Pérez queria mudar e para isso tinha o que para outros seria um sonho e para ele era um simples plano de negócios: ir buscar o português Luís Figo, o melhor jogador do Barcelona, à Catalunha. Disse-o logo a Jorge Valdano e para pôr em ação o plano contactou outro português ou, melhor dizendo, “el portugués”.
O papel de Paulo Futre na transferência de Figo para o Real Madrid é a revelação mais picaresca do documentário. Houve outras peripécias, mas nenhuma tão suculenta, até pela ligação que o ex-jogador sempre teve ao Atlético de Madrid, o único clube que representou em Espanha. O próprio Figo ficou espantado: “depois, não sei como, o Paulo aparece na minha transferência.” O “como” é explicado por Futre. Um mês antes das eleições, recebeu um telefonema a convocá-lo para uma reunião num escritório de Madrid. Nessa noite conheceu Florentino Pérez. A identidade do amigo que fez a ponte não é revelada. Pérez ter-lhe-á dito que só avançaria com a candidatura se pudesse contar com Figo.
Futre contactou de imediato José Veiga e falou-lhe das intenções de Pérez que até ao empresário que farejava todas as oportunidades de negócio pareceram inverosímeis. Veiga desligou-lhe o telefone e foi então que, segundo palavras de Futre, aconteceu o momento decisivo da transferência. Sabendo que a cláusula de Figo era de 60 milhões de euros, Futre disse a Pérez que Veiga estava a pedir 10 milhões de comissão. Depois de uma negociação rápida chegaram a um entendimento: seis milhões de euros. Assim que Veiga soube do valor em cima da mesa, partiu logo para a Holanda onde a seleção portuguesa se encontrava a estagiar para o Euro 2000, com o intuito de informar Figo da oferta de Pérez.
O negócio dependia de uma condição evidente que era ao mesmo tempo um obstáculo quase intransponível: Figo teria de anunciar que, caso Florentino ganhasse as eleições, iria para o Real. Ou seja, Figo tinha de aceitar aparecer como trunfo eleitoral. Era um absurdo, uma loucura. Como é que um dos capitães do Barcelona poderia entrar na corrida eleitoral do Real Madrid ao lado de um candidato quando tinha contrato com o clube catalão? Por muito que a proposta fosse financeiramente tentadora – e era, Figo iria ganhar quatro vezes mais – a jogada era demasiado arriscada. Figo optou por uma solução intermédia. Autorizou Veiga a falar com os dirigentes do Barcelona, ainda presidido pelo histórico Josep Lluís Núñez, e os candidatos à presidência, visto que as eleições no Barça também estavam marcadas para aquele verão, para lhes dizer que havia uma proposta irrecusável e que ou o clube catalão cobria a parada ou o jogador mudava de ares.
“Tragam-me o cheque de 60 milhões”
Em Barcelona, nem dirigentes nem candidatos se queriam comprometer com renovações e Joan Gaspart, vice-presidente há muitos anos e principal candidato à sucessão de Núñez, mostrou-se intransigente, considerando que tudo não passava de mais um estratagema de Figo e do empresário para sacarem dinheiro ao clube. E chegou mesmo a dizer a Veiga que se houvesse um clube disposto a pagar os 60 milhões de euros da cláusula, ele que lhe trouxesse o cheque que o próprio Gaspart se encarregaria de pagar o bilhete em executiva e lhes estenderia uma passadeira vermelha. Nunca imaginou que o destino pudesse ser o Real Madrid.
A duas semanas das eleições, a imprensa divulgou a existência de um acordo entre Florentino Pérez e Figo. Do ponto de vista de Pérez, a divulgação era agridoce. Por um lado, receava assustar o jogador, que ficava numa posição muito delicada em Barcelona. Por outro, pensava que de nada valia ter um acordo com o jogador se os sócios do Real Madrid não tivessem pelo menos indícios de que pudesse existir. E Pérez tinha mais e menos do que um acordo verbal, tinha um acordo assinado por José Veiga. O contrato não comprometia Figo, mas obrigava o empresário ao pagamento de uma indemnização de 30 milhões de euros no caso de Florentino Pérez ganhar as eleições e a transferência não se concretizar.
Nesse momento, a poucos dias das eleições, Figo deu uma entrevista ao jornal catalão Sport, ainda hoje o argumento dos que o acusam de ter sido um traidor, Judas e “pesetero”. “Figo quebra o silêncio”, lia-se na capa, onde constavam declarações cristalinas do jogador: “não estou maluco a ponto de assinar com Florentino nem recebi 500 milhões de pesetas [três milhões de euros] de adiantamento”; “os adeptos podem estar tranquilos. No dia 24 [de julho] estarei em Camp Nou”; “Núñez sabe que eu estava disposto a assinar por menos dinheiro mas nem sequer me ouviu.” Florentino pressionou Veiga para que Figo desse uma entrevista ao jornal Marca, próximo do Real, para desmentir o que dissera ao Sport.
No futebol, o amor prova-se com dinheiro
Vendo o negócio em perigo e perante a possibilidade, mais ou menos real (Pérez sempre disse que o contrato era, acima de tudo uma “declaração de intenções”), de ter de pagar 30 milhões de euros, Veiga, acompanhado por Futre, partiu para a Sardenha onde Figo passava férias com a mulher e a filha, para convencer o jogador a assinar pelo Real. Mas não era fácil. Trocar Barcelona por Madrid era mais do que uma simples mudança de clube: era um terramoto que afetaria a vida familiar do jogador. Habituada à cidade condal, Helen Svedin, a mulher de Figo, estava contra a transferência.
Perante a insistência de Veiga e Futre e a recusa do Barcelona em rever as condições do contrato, Figo finalmente acedeu a encontrar-se com Pérez em Lisboa, para ouvir o que o candidato à presidência do Real tinha para lhe dizer. E, apesar de todas as dúvidas, o que ouviu, que Florentino tinha um projeto e que no centro desse projeto estava ele, Luís Figo, acabou por convencê-lo. Figo falou com a mulher e tomou a decisão que lhe mudou a vida e a face do futebol espanhol e europeu. A 24 de julho, o dia em que deveria estar de regresso a Camp Nou, um Figo de sorriso forçado, ladeado por Florentino e pela lenda Alfredo Di Stéfano, foi apresentado ao mundo como jogador do Real Madrid. Nunca mais nada seria igual. Começava a era dos galácticos.
[A 24 de julho de 2000, Luís Figo era apresentado como novo jogador do Real Madrid.]
A ideia, muito propalada na altura, de que Figo teria ido para o Real Madrid porque Veiga, a versão analógica de Jorge Mendes, tinha assinado um contrato que prendia o jogador ao clube é falsa. Esse acordo existia, mas só vinculava Veiga. Também é verdade que, sem o acordo, talvez Veiga não tivesse insistido tanto na mudança para o Real, sobretudo quando sabia que no final do arco-íris havia um enorme pote de ouro à sua espera. Porém, em última análise, ir para o Real Madrid foi uma escolha de Figo.
Por dinheiro? Sim, foi ganhar mais em Madrid, mas a lenda negra do “pesetero” não explica tudo: “a principal razão”, diz o jogador no documentário, “foi porque me valorizaram e me queriam mesmo.” Quando os clubes fazem de certos jogadores a sua bandeira têm de lhes pagar o valor devido. No Barcelona, Figo foi elevado a símbolo e os dirigentes achavam que o sentimento resolvia tudo. Mas no futebol os sentimentos são para os adeptos. Na relação entre jogadores e clubes mandam os interesses, manda o dinheiro. A certa altura no documentário, Figo diz: “as pessoas falam de sentimentos. Claro que tenho sentimentos, mas tenho de sentir que são recíprocos.” No futebol, o amor dos clubes pelos jogadores prova-se com dinheiro. O problema dos dirigentes do Barcelona foi acharem que não era necessário demonstrar tanto “amor” por Figo, que o jogador não trocaria por nada o amor incondicional que tinha em Barcelona. Mas trocou e a pergunta surge naturalmente: quem ganhou e quem perdeu?
Final da partida: o Real ganhou, o Barcelona perdeu
A saída de Figo abalou o Barcelona. O clube ficou perdido, confuso, à deriva. Três anos depois, Gaspart abandonou a presidência com a equipa poucos pontos acima da linha de água. Por seu lado, o Real ganhou ímpeto, Florentino provou não ser um vendedor de banha da cobra, que tinha um projeto financeiro que era um projeto desportivo e vice-versa: comprar os melhores e mais mediáticos jogadores do mundo e ganhar com maiúsculas. O Real ganhou, o Barcelona perdeu.
[A partida completa entre Barcelona e Real Madrid, para rever esse 21 de outubro de 2000]
Em outubro de 2000, Camp Nou recebeu o “pesetero” em ebulição: nunca um jogador foi tão insultado, tão assobiado, tão odiado pelo público daquelas bancadas como Figo. Porque o tinham amado mais do que a qualquer outro, dedicavam-lhe um ódio igualmente singular. No Real Madrid, Figo foi o símbolo inaugural de uma nova era, ganhou muito dinheiro, conquistou tudo. Se em Barcelona lhe atiraram com uma cabeça de porco no regresso ao estádio onde tinha sido adorado, no final do ano o jornal France Football atribui-lhe a Bola de Ouro, a primeira vez que um jogador do Real Madrid recebia a distinção desde Alfredo di Stéfano. Em 2002, o clube ganhou mais uma Liga dos Campeões, a nona da sua história, a única da carreira de Figo. Balanço? Os culés perderam um ídolo e ganharam um inimigo para sempre, Figo conquistou o mundo e perdeu os seus verdadeiros fiéis.
Sim, se falarmos apenas dos adeptos, Figo nunca foi tão amado como em Barcelona. A maior prova desse amor foi o ódio que depois lhe dedicaram. Já no Real Madrid, como Florentino Pérez cumpriu a promessa de trazer os melhores jogadores do mundo, ano a ano chegaram Zidane, Ronaldo, Beckham e, tal como as crianças trocam os velhos brinquedos por novos e mais reluzentes, os adeptos do Real também arrumaram rapidamente Figo na arrecadação dos afetos. “No final da meta, o que conta não são as medalhas, não é a Bola de Ouro, não é a Bola de Prata, não é a Champions”, diz Paulo Futre, que recebeu 1,5 milhões de euros com a transferência, quase no fim do documentário. “No final da meta, o importante é o papel.” Qual papel, Paulinho?
“O Caso Figo: A Transferência Que Mudou o Futebol” chega à Netflix esta quinta-feira, 25 de agosto.