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O antigo tenista, agora com 57 anos, venceu Roland Garros em três ocasiões durante os anos 80
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O antigo tenista, agora com 57 anos, venceu Roland Garros em três ocasiões durante os anos 80

O antigo tenista, agora com 57 anos, venceu Roland Garros em três ocasiões durante os anos 80

Mats Wilander. "Alcaraz seria candidato a Roland Garros se o ténis fosse só bater em bolas com uma raquete"

Para Mats Wilander, antigo número 1 mundial, Carlos Alcaraz ainda não é um dos candidatos à vitória em Roland Garros. O Grand Slam francês arranca este domingo e, para o sueco, Djokovic é o favorito.

Djokovic é o claro favorito, Nadal pode sempre superar-se, Alcaraz ainda terá de esperar. Para Mats Wilander, Roland Garros ainda não terá a surpresa de uma vitória do jovem espanhol mas também não terá a tradição da vitória do experiente espanhol — terá, por isso, a confirmação da vitória do sérvio.

Em conversa com o Observador, à boleia da Eurosport, o antigo número 1 mundial antecipou o Grand Slam francês cujo quadro principal arranca este domingo. Mats Wilander, agora com 57 anos e vencedor de três Roland Garros nos anos 80, acredita que Novak Djokovic vai igualar os 21 Grand Slams de Rafa Nadal em Paris e que ainda é cedo para pensar numa vitória de Carlos Alcaraz — principalmente por se tratar de um torneio a cinco sets.

Para o sueco, que também venceu no US Open e no Open da Austrália, Iga Swiatek também vai confirmar o favoritismo no torneio feminino e só daqui a “cinco ou dez anos” é que vamos perceber por completo se a decisão de Wimbledon de afastar os tenistas russos e bielorrussos está certa ou errada.

epa09781566 Novak Djokovic of Serbia in action during his quarter final match against Jiri Vesely of the Czech Republic at the Dubai Duty Free Tennis ATP Championships 2022 in Dubai, United Arab Emirates, 24 February 2022.  EPA/ALI HAIDER

Para Wilander, Djokovic vai voltar às grandes vitórias em Grand Slams já em Paris

ALI HAIDER/EPA

Djokovic acabou de ganhar o Masters de Roma, a primeira grande vitória depois da polémica do Open da Austrália, num torneio onde Nadal caiu nos oitavos de final e com muitas dificuldades físicas. Este é o melhor contexto possível para Djokovic igualar os 21 Grand Slams de Nadal em Roland Garros?
Ganhar em Roma, para ele, foi gigantesco. A confiança que ele vai retirar daí é gigantesca. Venceu tenistas muito bons, venceu o Tsitsipas, que tem estado muito consistente a cada semana que passa. Vai ser um grande boost de confiança para ele, como é óbvio. Principalmente porque, no ano passado, na final de Roland Garros, ele perdeu dois sets para o Tsitsipas e agora ganhou em dois sets… Por isso, até pode sentir que melhorou mais no último ano do que o Tsitsipas. O que não é exatamente verdade mas deve ser aquilo que ele está a dizer a ele próprio e é o que os outros tenistas estão a ver, é uma situação perfeita.

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Mas e em relação a Nadal? Acha que é o potencial adversário com que Djokovic está mais preocupado?
Acho que, para o Novak, não importa se o Rafa está lesionado ou não. Não acredito que ele ache que o Rafa é o adversário mais difícil em terra batida hoje em dia, acho que ele está mais preocupado com muitos outros tenistas. O Tsitsipas é um deles, claro, o Zverev, também o Alcaraz. Acho que ele está muito preocupado com vários tenistas e não acredito que seja muito importante para o Novak se o Rafa está lá ou não. Claro que, no fim do dia, jogar a final de Roland Garros contra um Rafa Nadal que está a 100%, mesmo que te chames Novak Djokovic, é muito difícil, é o maior desafio do ténis atual. Mas, aos meus olhos, a situação do Rafa é indiferente àquilo que o Novak está a fazer.

Acho que, para o Novak, não importa se o Rafa está lesionado ou não. Não acredito que ele ache que o Rafa é o adversário mais difícil em terra batida hoje em dia, acho que ele está mais preocupado com muitos outros tenistas.
Mats Wilander

Roland Garros é o Grand Slam com menos variação de vencedores nas últimas décadas: de 2005 para cá, só Federer, Djokovic e Wawrinka conseguiram ganhar em Paris para além de Nadal. Isto é sinal de que Nadal continua a ser o grande favorito independentemente dos 35 anos?
Não, não acho que ele seja o grande favorito. Já tivemos vários anos em que o Rafa ganhou Roland Garros e não era o favorito. Chegou lá, jogou melhor, aproveitou os cinco sets e encontrou uma maneira. E tenho a certeza de que, se ele estiver lá este ano, vai encontrar uma maneira de jogar o seu melhor ténis. Houve anos em que ele chegou a Roland Garros e estava a jogar o seu melhor ténis, e ganhou, e houve em que ele não estava a jogar o seu melhor ténis, deu o seu melhor e isso foi suficiente para ganhar. E este pode ser um desses anos, em que ele vai dar o seu melhor e vai ser suficiente, vai melhorar a cada jogo e a sua confiança vai crescer. Mas, na minha opinião, ele não é o favorito para ganhar neste momento específico. Talvez seja o terceiro, quarto favorito… E o Novak, para mim, é o número um.

Carlos Alcaraz tem estado num momento de forma assinalável, venceu em Madrid depois de bater Djokovic, Nadal e Zverev e está no topo da lista nas casas de apostas para Roland Garros. Acha que é justificável pensar que Alcaraz é um dos candidatos à vitória em Paris? Ou estamos a sonhar demasiado alto para alguém que tem apenas 19 anos?
Era justo pensar que ele era um dos candidatos se o ténis fosse apenas bater em bolas com uma raquete. Em cinco sets, bater em bolas com uma raquete é parte do problema, parte da solução. A superfície significa muito mas a maior vantagem que o Novak e o Rafa e alguns dos tenistas mais experientes têm são os cinco sets. Não é a terra batida, a relva ou o piso rápido, é o facto de eles saberem o que esperar num jogo de cinco sets. De saberem como recuperar de um jogo de cinco sets emocionalmente, de não ficarem fisicamente exaustos ao fim de quatro ou cinco horas, eles entendem o output emocional e físico que podem fazer. Têm essa capacidade para entender que podem ganhar aquele jogo mas que terão de pagar por isso na ronda seguinte. Os tenistas que são bons em cinco sets sabem como guardar-se e ainda ganhar o jogo.

Mutua Madrid Open - Day Ten

O antigo tenista sueco acredita que Carlos Alcaraz, de apenas 19 anos, ainda não é um dos principais candidatos à vitória em Roland Garros

Getty Images

No torneio feminino, acha que alguém poderá combater o favoritismo de Iga Swiatek, que atualmente leva 28 vitórias seguidas e que ganhou em Paris em 2020? Poderemos ter uma surpresa?
Se fossem cinco sets, diria que a Iga Swiatek era a grande, grande, grande favorita. Porque, tendo em conta o nível que ela tem apresentado em cinco sets, ela seria a grande favorita. Mas como são três sets, existem várias tenistas que podem aparecer e jogar incrivelmente bem ao longo de 45 minutos ou uma hora, ficar em vantagem e levar a partida para uma questão de sorte. Como são três sets, acho que a Swiatek é a favorita, claro que sim, mas é muito mais complicado ser consistentemente a favorita quando são só três sets. É a favorita mas ainda precisa de bons arranques, enquanto que o Novak não precisa de bons arranques em Roland Garros.

Porquê? Qual é a diferença?
Djokovic tem hora e meia, duas horas, para caminhar lentamente até se tornar o favorito para ganhar a partida, que vai durar sempre um mínimo de três horas. Já a Iga pode ter partidas de uma hora e 15 minutos e não encontrar a sua forma, o seu nível, naquele dia. Mas é a favorita, claro. Até porque é terra batida, é a melhor superfície dela e não existem muitas tenistas que estejam confortáveis em terra batida, em comparação com os homens. Muito disso tem a ver com o movimento, quando se desliza para tentar cobrir o campo todo. Não existem muitas mulheres que sejam rápidas ou fortes o suficiente para deslizar ao longo do campo todo… Aplicam o plano B, jogam defensivamente para cobrir o campo todo e ganhar, mas essa é uma tática mais fácil de usar do lado dos homens do que do das mulheres.

Em cinco sets, bater em bolas com uma raquete é parte do problema, parte da solução. A superfície significa muito mas a maior vantagem que o Novak e o Rafa e alguns dos tenistas mais experientes têm são os cinco sets. Não é a terra batida, a relva ou o piso rápido, é o facto de eles saberem o que esperar num jogo de cinco sets.
Mats Wilander

Como é que olha para o futuro do ténis feminino? Tivemos o inesperado fim da carreira da Ashleigh Barty e existem várias tenistas a um nível muito alto e a ganhar torneios mas não parece existir alguém com a capacidade de dominar a modalidade durante vários anos.
Não sei como é que vai ser em relação às tenistas mas o ténis feminino está a mudar. Está a mudar principalmente com uma forehand que tem um maior topspin do que no passado, o que faz com que a margem de erro seja muito maior. Podem jogar com mais segurança mas continuar a jogar de forma agressiva, como o Nadal ou o Federer com a forehand. E ainda não tínhamos visto isso no ténis feminino, porque é precisa alguma velocidade e força na raquete para conseguir essa pancada com topspin. E a Iga está nesse caminho para onde o ténis feminino está a ir, com maior variedade, com maior segurança mas a manter a extrema agressividade. Mas acho que vamos ter muitas vencedoras durante muito tempo porque, mais uma vez, são apenas três sets. E há muita sorte envolvida quando se jogam partidas curtas.

Por fim, um bocadinho à margem de Roland Garros, o que é que acha sobre o afastamento dos jogadores russos e bielorrussos de Wimbledon? Era a única coisa a fazer ou os tenistas estão a ser castigados?
A única maneira de o mundo avançar de forma progressiva e democrática é aceitar que todos temos opiniões distintas mas somos capazes de sentar à mesa e decidir e discutir qual é o caminho a seguir sem violência. Sempre que há uma guerra, estamos a recuar no tempo. Proibir os jogadores de estar em Wimbledon… A parte positiva é que estamos a abrir a porta ao debate sobre o que está certo e o que está errado. Mas não vamos saber isso agora, talvez tenhamos uma resposta em cinco ou dez anos, que torneio fez a coisa certa ou que parte do mundo fez a coisa certa ou que governo fez a coisa certa ao integrar certas organizações [referindo-se à decisão da Suécia, seu país natal, de integrar a NATO]. Não sei. Mas agrada-me que tenhamos debate. Acho que tudo começa com a conversa à volta da mesa e depois tentamos resolver as nossas diferenças seja no papel ou através das palavras.

Principais tenistas estão contra o afastamento de russos e bielorrussos e querem que Wimbledon não conte para o ranking ATP

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