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Quinta dos Carvalhais: vinhos harmoniosos do Dão

Elegantes, subtis e equilibrados, os vinhos da Quinta dos Carvalhais são uma viagem inesquecível e recomendável às características típicas do Dão.

Com moderação, claro!

A mesa está posta na Quinta dos Carvalhais. Ouvimos dizer que nos espera, como se gosta de comer no Dão, um belo de um cabrito assado, acompanhado por alguns dos melhores vinhos da casa. Estamos expectantes com o repasto – e com os néctares, naturalmente -, mas por agora guardamos a curiosidade no lugar da expectativa. Para abrir o palato, no hall de entrada de uma casa granítica tipicamente serrana, onde o aconchego e o bom gosto são o primeiro brinde, espera-nos um Quinta dos Carvalhais Rosé de 2022, numa mesa que exibe enchidos para acompanhar. Leve, fresco, leva-nos numa breve viagem através de nuances florais e notas frutadas. Beatriz Cabral de Almeida, a Enóloga responsável por nos encaminhar nesta viagem, chama-nos a atenção para o paladar: “parece um rebuçado floco de neve”, sorri. Mais um gole naquele vinho e percebemos que esta frescura vem da acidez. Uma “acidez crocante” típica da região do Dão. Deixamo-nos envolver e descontrair. Agora, sim, estamos prontos para o grande festim à volta da mesa.

Abrem-se as hostes para uma viagem que melhora a cada degustação de vinho. A conversa, entre todos, é leve, como o Rosé, mas a certa altura, o foco passa a ser outro, bem mais introspetivo. A culpa é daquele Encruzado de 2022, que eleva o patamar. Vinho de aroma intenso, com notas florais de jasmim e flor de laranjeira, nota-se bem o estágio em barrica. Sabemos que a preferência pessoal de André Guedes, coordenador de viticultura, é o vinho que vem a seguir, mas a elegância deste branco é harmoniosa e convida a degustar até ao fim, onde se denota um equilíbrio e persistência que não queremos perder.

Victor Machado

De volta à realidade, o cabrito já chegou e, com ele, o vinho tinto. O Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2020, resultado de uma longa experiência na produção de monocastas, revela a sua complexidade aromática, de onde sobressaem as notas a violeta, fruta preta, mentol e aromas balsâmicos. Mas é a sua maturação em madeira de carvalho francês e em garrafa que nos envolve na sua intensidade e equilíbrio. Para terminar, fizemos uma viagem com o Reserva Tinto 2020, que nos transportou até à floresta, envolvendo-nos num tanino polido, corpo fresco e delicado.

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Apesar do cabrito, a vontade de voltar ao Encruzado era grande, mas a Enóloga da casa descansou-nos: “A ideia de termos de beber um vinho branco com peixe e um vinho tinto com carne já está ultrapassada”, explica. “Há vinhos brancos que casam bem com carne e vice-versa, depende do gosto pessoal de cada um e, claro, das características de cada vinho conjugadas com cada prato”.

Afinal, que marca é esta que desconstrói preconceitos e que produz vinhos tão harmoniosos?

É do Dão, senhores, é do Dão!

É na Vinha da Anta, uma pequena parcela de 6.2 hectares dos 100 que compõem a quinta (54 dos quais plantados com vinhas), que André Guedes explica como as montanhas que cercam esta região funcionam como um “ninho” e têm um efeito essencial no seu microclima. Cercados a Este pela Serra da Estrela, a Oeste pela Serra do Caramulo, a Norte pelas Serras da Nave, Montemuro e Lapa, e a Sul pelas Serras do Buçaco, Açor e Lousã, a Quinta dos Carvalhais, situada entre Mangualde e Nelas, é beneficiada pela natureza, tendo um clima essencialmente temperado e sem diferenças climáticas acentuadas.

Mas se essa é uma das razões para que a uva cresça saudável, o solo é outro dos fatores importantes que tornam estes vinhos tão especiais, uma vez que a sua rocha-mãe é o granito, o que confere um carácter fresco, subtil e com a acidez certa em cada casta. Para além disso, a Quinta dos Carvalhais tem 9 tipos de solos diferentes que, bem estudados, podem ser adaptados a diferentes castas, mediante as suas características naturais.

Com uma sensibilidade apurada, Beatriz Cabral de Almeida faz questão de chamar a atenção para o aroma dos eucaliptos, pinheiros, cedros e carvalhos que rodeiam a Quinta e que se sentem nos vinhos. “Há até uma hortelã que cresce no meio da vinha”, refere, visivelmente orgulhosa dos néctares que a Quinta dos Carvalhais produz.

Explorando agora as castas, as mais nobres da região, entre outras, encontram-se em 21 hectares de tintas – Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro, Tinta Pinheira e Jaen – e 33 hectares de brancas – Encruzado, Gouveio e Sémillon. A propriedade conta ainda com um field blend de castas tintas e outro de brancas, cada um com cerca de 25 castas tradicionais do Dão.

Consumir com moderação

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A Quinta dos Carvalhais orgulha-se de integrar a Sogrape, empresa familiar de vinhos portuguesa, signatária, desde a primeira hora, do projeto denominado Wine in Moderation (Vinho com Moderação). O Grupo é ainda membro fundador do Fórum Nacional Álcool e Saúde, entidade que visa reforçar, a nível nacional, a sensibilização para os danos provocados pelo consumo excessivo de álcool.

Uma adega de referência

Construída pela Sogrape– Grupo português ao qual a Quinta dos Carvalhais pertence – em 1990, esta adega é uma referência para toda a região do Dão. Composta por várias secções que se desenvolvem na vertical, a adega da Quinta dos Carvalhais dá prioridade à receção das uvas no plano superior e utiliza, sempre que possível, a força da gravidade, mantendo o fluxo das uvas, mosto e vinho muito mais natural. Ao nível da vinificação, foi criada uma linha de pequenos volumes destinada à criação dos vinhos da mais alta qualidade, onde são vinificadas, em separado, as uvas da propriedade.

A adega antiga, com três belíssimos lagares em granito, foi cuidadosamente recuperada, sendo aí laboradas pequenas quantidades de uva, a título experimental.

A Quinta dos Carvalhais dispõe também de uma sala de provas e de uma adega experimental para micro e mini vinificações, bem como de um armazém para estágio com condições naturais ótimas, destinado a vinhos de alta qualidade. São 430 barricas de madeira de carvalho das melhores origens, especialmente francesa, mas também americana, produzidas por seis tanoarias diferentes para os vinhos tintos e por cinco tanoarias para vinhos brancos. Um must have na sua garrafeira!

Três vinhos que não pode perder

A prova que fizemos não deixa lugar para dúvidas: os vinhos da Quinta dos Carvalhais são delicados, subtis e harmoniosos. Conheça os nomes dos néctares que nos conquistaram:

Quinta dos Carvalhais Encruzado 2022

P.V.P. recomendado: 22 €

Este vinho 100% Encruzado é intenso de aromas, com notas de fruta de polpa amarela, como pêssego e nectarina. Notas florais de jasmim e flor de laranjeira. Complexo, com boa integração das notas do estágio em barrica. Ataque de boca com muita intensidade aromática, onde sobressaem novamente os aromas de pêssego e as notas florais. Acidez firme e bem integrada. Final muito equilibrado e persistente.

Qual o pairing perfeito?

Ideal para beber simples, como aperitivo, ou para acompanhar pratos de peixe mais elaborados, peixes fumados, pratos de carnes brancas ou aves.

Prémios:

91/100 (2023) – James Suckling

92/100 (2023) – Revista de Vinhos

Quinta dos Carvalhais Touriga Nacional 2020

P.V.P. recomendado: 22 €

Vinho do qual sobressaem notas a violeta, fruta preta, mentol e os aromas balsâmicos. A sua complexidade aromática é ainda enriquecida pela maturação em madeira de carvalho francês e em garrafa.
Qual o pairing perfeito?

Ideal para acompanhar pratos de carne e diversos tipos de queijos amanteigados. Experimente com uma terrina de cinco queijos e calêndulas.

Prémios

Prata (2023) – Decanter World Wine Awards

17.5/20 (2023) – Revista de Vinhos

Quinta dos Carvalhais Reserva Tinto 2020

P.V.P. recomendado: 30 €

Feito a partir das castas Touriga Nacional, Alfrocheiro Preto e Tinta Roriz, este vinho apresenta notas de fruta preta e fruta silvestre, nuances resinosas, aromas de floresta, musgo, pinheiro, “sous-bois” e um toque mentolado e arbustivo fresco. Na boca tem um ataque firme e definido, surgindo logo a estrutura tânica, mas com tanino polido, num corpo fresco, delicado e envolvente. A complexidade aromática confirma-se na boca complementada com alguns toques florais.

Qual o pairing perfeito?

Polvo à lagareiro ou um cachaço de porco assado no forno.

Prémios:

Ouro (2023) – Os Melhores Vinhos do Dão

94/100 (2023) – James Suckling

Do Dão para o mundo

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Os vinhos Quinta dos Carvalhais são exportados para cerca de 40 mercados, sendo que a exportação representa cerca de 20% do valor das vendas da marca.

Três perguntas a Beatriz Cabral de Almeida

Natural do Porto, a Enóloga da Quinta dos Carvalhais, Beatriz Cabral de Almeida, é da colheita de 1981. Licenciada em Microbiologia e Mestre em Viticultura e Enologia, a sua experiência conta com vindimas realizadas entre o Douro e o Alentejo. Faz parte da equipa da Quinta dos Carvalhais desde 2012.

 

Um vinho para aprender a gostar de vinho?

Quinta dos Carvalhais Branco, Tinto ou Rosé. São vinhos versáteis, perfeitos para um piquenique ou um domingo à tarde em casa a assistir um filme.

 

O seu vinho de eleição?

Não tenho um vinho de eleição, como também não tenho um filho de eleição (risos). Tenho uma casta de eleição: Alfrocheiro, pela sua suavidade, potencial de guarda e complexidade.

 

Como será o vinho que ainda está por fazer?

Boa pergunta! Nós estamos sempre a tentar reinventar-nos e a estudar o que é feito no mundo dos vinhos e, apesar de ainda não sabermos como será esse vinho, aceitamos o desafio!

Quem é André Guedes?

Com 10 anos de experiência em vindimas, André Guedes, de 37 anos e formado em Engenharia Agrícola, é coordenador de viticultura na Quinta dos Carvalhais. Para além das 16 pessoas que trabalham com ele durante o ano inteiro (e 30, durante a vindima) para que o controlo da planta não falhe, é com Beatriz Cabral de Almeida, a Enóloga da Quinta, que André faz uma parceria  infalível. O resultado são vinhos irrepreensíveis.

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