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Rota dos Vinhos Verdes, onde a natureza ainda manda

Nesta região, não basta visitar os produtores e provar os vinhos. É necessário conhecer a região para perceber a influência da natureza e toda a envolvência das vinhas no resultado final: o vinho.

O contacto com a natureza, a apreciação de paisagens e os passeios a pé e de bicicleta são cada vez mais procurados. Sobretudo por pessoas que vivem nas grandes cidades e, claro, pelos turistas estrangeiros. As ecopistas e outros caminhos disponíveis juntam-se ao turismo e proporcionam esse contacto direto com a natureza.

Na região dos Vinhos Verdes este tipo de turismo tem evoluído imenso, com a maioria das câmaras municipais a implementarem vários tipos de soluções. Há mesmo cada vez mais produtores de vinho verde que exploram muito bem o seu património e toda a paisagem envolvente.

Na margem esquerda do rio Douro, em Castelo de Paiva, por exemplo, são já famosos os passadiços de madeira do rio Paiva e a ponte suspensa, num dos rios mais limpos da Europa, que ali atrai milhares de turistas. Numa região onde se produzem belos Vinhos Verdes e em que a produção de Vinhos Verdes tintos tem grande tradição.

Logo ao lado, nos municípios de Cinfães e Resende, é a beleza imponente da serra de Montemuro que atrai quem por ali passa, com o rio Douro ali em baixo, numa beleza ainda selvagem a que ninguém fica indiferente. Do outro lado do rio está Baião onde também se produzem grandes Vinhos Verdes. Mais acima, em Amarante, é já famoso o Trilho das Azenhas, que começa mesmo em Amarante e vai até Vila Caíz, sempre na margem direita do rio Tâmega.

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Recentemente nasceu o trilho da Ribeira da Póvoa, de grande beleza, numa região onde também se produzem ótimos vinhos verdes, e uma gastronomia regional de excelência.

Acima de Amarante está a serra da Aboboreira e todo o seu esplendor, com o Marão mesmo ao lado.

Continuando a subir para norte estão as Terras de Basto, com Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto a proporcionarem passeios e caminhadas muito interessantes, desfrutando da grade beleza daqueles montes, de que se destaca a Senhora da Graça e, apertado pelos montes, o rio Tâmega é um complemento natural das paisagens

Quinta da Raza: uma história de várias gerações

Um dos produtores que encontramos facilmente nesta região é a Quinta da Raza, um produtor de referência de Celorico de Basto. Empresa familiar, possuidora dum belíssimo solar e pertença da família há várias gerações, recebe os visitantes na sua moderna adega, situada mesmo em frente à Senhora da Graça. Instalações cuidadas e bem inseridas na paisagem, rodeadas de vinhas por todo o lado.

A adega é um projeto do arquiteto Paulo Lobo, onde não falha nenhum pormenor. É uma obra de grande beleza, e com toda a área industrial muito bem conseguida, que também pode ser visitada. À entrada uma loja bem apetrechada, no primeiro piso a sala de provas totalmente equipada para provas de vinho e mesmo para usufruir de petiscos variados que fazem boa companhia à grande variedade de vinhos verdes da casa. Mais acima, encontra um terraço muito acolhedor, que pelo bom tempo pode mesmo ser utilizado para provas de vinho ou simplesmente para estar por ali, com um copo de vinho verde na mão, a “beber” toda aquela beleza envolvente.

A gastronomia regional baseia-se muito em enchidos, presunto e broa de milho tradicional e em pratos principais, como o bacalhau e vitela assada no forno ou em nacos generosos grelhados na brasa. Também não falta o cabrito assado no forno, de animais que andam por aquelas serras a produzir carne de grande qualidade, na maior parte das vezes cozinhada respeitando a tradição. Não faltam restaurantes a oferecer essa gastronomia, mantendo tradições antigas. As ligações com os Vinhos Verdes são naturais, proporcionando refeições fantásticas.

  • Quinta da Raza
  • Quinta da Raza
  • Quinta da Raza
  • Quinta da Raza

A partir da Quinta da Raza é fácil encontrar percursos para passeios muito agradáveis e fáceis de percorrer. Um dos mais curiosos é a Ecopista da Linha do Tâmega, que recuperou o espaço da antiga linha de comboio do Tâmega, há muito desativada, que ligava a Livração (Marco de Canaveses) ao Arco do Baúlhe, passando por Amarante, Celorico de Basto e Cabeceiras de Basto. Para os mais radicais, uma subida a pé ou de bicicleta à Senhora da Graça é experiência incrível.

Há outra região, o vale do rio Lima, que proporciona paisagens de enorme beleza, lideradas pelo rio que vem de Espanha, atravessa parte do Gerês, alimenta uma das maiores barragens portuguesas – a do Lindoso -, até se espraiar pelo vale que o vai levar até ao mar, em Viana do Castelo. São já algumas as ecovias que por ali foram criadas, com destaque especial para a Ecovia dos Açudes, que liga Ponte de Lima a Santa Cruz do Lima, na margem esquerda do rio.

Usufruindo de toda a beleza deste rio, passamos pelos Moinhos de Gemieira, que passaram pela recuperação de alguns velhos moinhos e que agora deram origem a um restaurante: Restaurante da Gemieira. Em duas unidades muito bem recuperadas, em granito, recebe-nos uma senhora vestida de minhota a rigor, com um sorriso contagiante, que nos vai servir, na pequena sala ou na esplanada virada para o rio, com muita água a passar por baixo, petiscos tradicionais. Broa de milho, azeitonas, enchidos, presunto e depois bacalhau, rojões à moda do Minho e outras maravilhas. Tudo bem regado por Vinhos Verdes, incluindo um verde tinto da pequena produção própria.

Quinta do Ameal, onde encontra vinhos fantásticos

Do outro lado do rio está a Quinta do Ameal e os seus vinhos fantásticos. Mais acima encontramos a Ecovia do Vez, uma das mais bonitas e longas, que atravessa também muitos vinhedos e que inclui a maravilha dos Passadiços do Sistelo, num trajeto fabuloso cada vez mais procurado. Continuando a subir para norte, em breve estaremos no vale do rio Minho, fronteira natural com a Galiza. Lá podemos admirar paisagens variadas, sempre com o rio como companhia, mesmo que subamos aos vários montes, como o Monte de Faro ou o Miradouro do Cervo. Por ali produzem-se belos Vinhos Verdes e foi em Monção e Melgaço que nasceu a casta Alvarinho e onde as suas uvas dão vinhos extraordinários.

Por ali também se podem fazer belíssimos passeios. Em Monção termina a Ecopista do rio Minho, considerada uma das melhores da Europa, que liga Vila Nova de Cerveira a Monção, com paisagens variadas de grande beleza. Foi construído na antiga linha do caminho de ferro que ligava Valença a Monção, desativada há muito. Também os passadiços de Monção são muito apelativos, que ligam o centro histórico da vila às margens do rio Minho.

  • Quinta do Ameal
  • Quinta do Ameal
  • Quinta do Ameal
  • Quinta do Ameal

Em Melgaço, além de podermos usufruir de vários trilhos, temos toda a beleza selvagem da serra de Castro Laboreiro, que já faz parte da Peneda. Ali começa o Parque Natural da Peneda-Gerês, com muitos motivos para passeios de bicicleta ou a pé, ou mesmo uma estadia nas várias unidades hoteleiras da povoação. Muito frio e nevões frequentes durante o inverno, são motivos adicionais para conhecer toda aquela beleza, a que se juntam a produção de enchidos e presunto de carne de porco bísaro e os cabritos do monte, famosos em qualquer restaurante da região.

Lamas de Mouro e o santuário de Nossa Senhora da Peneda são outros motivos de passeio pela serra. Lá em baixo, na vila, os passadiços de Melgaço foram construídos por cima duma antiga levada de água, paralela ao rio, entre bosques e arvoredo diverso e são de visita obrigatória. No final de qualquer destes passeios, faça uma visita ao Solar do Alvarinho de Melgaço, na sua zona histórica, para degustar um copo de Alvarinho, seja vinho de mesa seja espumante, e brindar à Natureza.

Mesmo no centro de Melgaço, a Adega do Sabino é uma referência, quer pela gastronomia regional que apresenta, quer pela figura do seu proprietário, Augusto Sabino, um dos grandes divulgadores dos Alvarinho de Monção e Melgaço e um comunicador nato. Sempre disponível para partilhar conhecimento e informações sobre a sua terra.

Enchidos, pataniscas de bacalhau, bacalhau à Sabino, naco de vitela da região grelhado e o obrigatório cabrito assado no forno, tudo regado com um dos muitos Alvarinho disponíveis, são ofertas conhecidas por vasta clientela de todo o país e do estrangeiro, tal a fama que este espaço adquiriu.

Acompanhando o rio Minho no seu caminho para o mar, Valença é cidade fortificada muito antiga e uma das mais importantes fronteiras com a Galiza. A cidade antiga, dentro da fortaleza, é ponto de passagem e de grande atividade comercial, onde pontua uma das melhores garrafeiras do norte do país e onde os Vinhos Verdes têm presença de vulto.

O produtor que representa a amizade entre a Galiza e o Norte de Portugal

Não longe de Valença encontramos um produtor de vinho que representa a amizade entre as duas regiões, a Galiza e o Norte de Portugal: Edmun do Vale. Os irmãos Rubial – Pablo e Ollala – exploram a propriedade que o pai comprou em 1999, tentando recordar as suas origens também portuguesas, através da família da avó paterna, que era de Paredes de Coura. Ollala é a enóloga da casa, na produção das 15.000 garrafas, só de Alvarinho. A casa foi muito bem recuperada, datando de 1790. Tudo o que puderam recuperar, entre madeiras, mobiliário e peças diversas, ali continua para delícia dos visitantes. Os 6 hectares de vinha são trabalhados em modo de produção integrada e os dois irmãos desde o início que quiseram “fazer vinhos com tempo”, como o seu pai dizia!

Assim, só colocam vinho no mercado pelo menos com um ano e meio de garrafa, e que antes disso estagiou muitos meses sobre as borras finas. O vinho mais recente que têm no mercado é de 2019. E o Grande Reserva esteve 24 meses sobre as borras finas e 10 anos em garrafa antes de estar disponível no mercado. Este é mais um motivo para o sucesso do seu enoturismo, onde mostram tudo e contam a história da família e da propriedade, antes de sentar os visitantes para a prova comentada dos vinhos, na companhia de uns petiscos que podem ser portugueses ou galegos. Mas a grande companhia são estes dois irmãos que respiram simpatia e boa disposição.

  • Edmun do Vale
    Igor STERPiN
  • Edmun do Vale
    Igor STERPiN
  • Edmun do Vale
    Igor STERPiN
  • Edmun do Vale
    Igor STERPiN

Seguindo o curso dos vários rios que atravessam a região dos Vinhos Verdes vamos sempre dar ao oceano Atlântico, a essa costa de mar aberto e selvagem onde encontramos passeios incríveis que devemos desfrutar, e onde não faltam poisos, entre simples bares até restaurantes mais elaborados, onde mariscos variados e peixe fresco são companhia acertada para os Vinhos Verdes, durante todo o ano.

Enoturismo é palavra de ordem e esta região está no pelotão da frente da diversidade e da qualidade.

Saiba mais em Saberes e Sabores na Rota dos Vinhos Verdes

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