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Andreia Reisinho Costa/Observador

Andreia Reisinho Costa/Observador

Um problema de confiança. Em nós e nos outros

A confiança ou a falta dela pode determinar o (in)sucesso profissional. Ser bom no que se faz pode não ser suficiente para alcançar o topo. Porque se perde e como se ganha o jeito de acreditar em nós?

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Os outros eram sempre melhores. Melhores nos exames que ajudariam a definir a nota final, melhores nos trabalhos a entregar ao professor. Melhores em tudo. “Sentia sempre que não era capaz. Se calhar não tinha confiança e não trabalhava o suficiente, ficava à espera que as coisas caíssem do céu”, admite Filipa Freire. Hoje com 33 anos trabalha e vive tal como sonhou: se em tempos foi uma estudante de arquitetura que questionava constantemente o seu valor, hoje trabalha num atelier apostado em reabilitação urbana; se em tempos adiou sucessivamente a ida para o norte de Portugal, hoje faz sensivelmente dois anos que trocou a capital por Aveiro. Filipa nunca se viu como uma pessoa confiante, com segurança suficiente para levar os seus objetivos adiante, mas agora olha para trás e interroga-se: “Acho que com a idade vamos ficando mais confiantes, eu acredito mais em mim”.

De pequenino é que se torce o pepino (e ganha-se confiança)

Falar de confiança é também falar de autoestima, que o dicionário online Priberam define como o “apreço ou valorização que uma pessoa confere a si própria, permitindo-lhe ter confiança nos próprios atos e pensamentos”. A psicóloga infantil Inês Afonso Marques concorda e argumenta que autoestima é, preto no branco, a discrepância entre a forma como nos vemos e a pessoa que gostaríamos de ser — quem nunca? “A confiança em determinados contextos decorre da autoestima, ela regula a nossa confiança. É como um termómetro”, explica a profissional da Oficina de Psicologia.

O conceito que facilmente remete para livros de autoajuda tem mais que se lhe diga e é um fator essencial no crescimento do ser humano. Não é por acaso que os dois primeiros anos de vida são, diz a psicóloga, a “pedra basilar da nossa autoestima”. É nesse período que a forma como os adultos mais próximos das crianças reagem a diferentes situações — ou ajudam os mais pequenos a reagir — tem especial impacto. Mais, dizer “és um desastre, tens de ser mais cuidadoso” quando o filho suja a carpete lá de casa com canetas de feltro não é a mesma coisa que dizer “tens de ter cuidado quando tiveres a pintar”. A diferença está em pôr o foco de atenção na pessoa versus comportamento — “quando a crítica é feita à pessoa, a criança vai interiorizar isso. Aquilo que os outros nos dizem tem esse impacto e isso reflete-se na confiança”.

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"É como se houvesse uma curva na autoestima. Nos primeiros anos vai aumentando, diminui na adolescência, ganha estabilidade na vida adulta e na velhice surge um declínio."
Inês Afonso Marques

Imaginemos, então, uma criança que cresce para se tornar num adulto confiante. Ela será à partida uma pessoa com uma rede social mais alargada, mais satisfeita no trabalho, que procura evoluir e não se importa de arriscar. Arrisca porque confia em si e não tem medo de falhar — e caso falhe, terá os recursos para lidar com o erro. Por oposição, a criança menos confiante será um adulto mais inibido, menos integrado socialmente, que não cuida tanto de si, que tem medo de fracassar e tem uma especial facilidade em ignorar os seus pontos fortes e para desconfiar das suas capacidades. Há inclusive estudos, refere Inês Afonso Marques, que relacionam a boa autoestima com níveis mais elevados de saúde.

Pais democráticos, que apoiam as crianças, que as incentivam a conquistar um pouco mais e que mostram amor incondicional — ainda que enumerar ferramentas educacionais seja sempre mais fácil de escrever do que pôr em prática — é meio caminho andado para uma criança crescer com uma boa autoestima, garante a psicóloga. Claro que o ambiente escolar também tem o seu peso — incluindo os professores que apanhamos pelo caminho –, sobretudo na adolescência. “O adolescente passa a valorizar mais o grupo de pares [em vez da família] e aqui a qualidade das suas relações sociais é muito importante para a autoestima. É como se houvesse uma curva na autoestima. Nos primeiros anos vai aumentando, diminui na adolescência, ganha estabilidade na vida adulta e na velhice surge um declínio”.

O tema não é propriamente novo, mas é continuamente falado. Há poucos dias, o Business Insider questionava o psicólogo, e autor de 15 livros sobre as nem sempre fáceis relações entre pais e filhos, Carl Pickhardt sobre a importância da confiança numa criança, defendendo até que ela é um dos maiores presentes que um pai pode dar ao filho. E porque a falta de confiança nos mais novos pode deixá-los relutantes em experimentar coisas novas com medo de falhar ou de desapontar os outros, Pickhardt enumerou 17 coisas que os pais podem considerar fazer para aumentar a autoestima dos mais novos, das quais reunimos as mais importantes:

  • deixar que as crianças resolvam os problemas por si próprias;
  • deixá-las agir consoante a sua idade;
  • encorajar a curiosidade;
  • dar-lhes novos desafios;
  • nunca criticar a sua performance;
  • oferecer ajuda e apoio em dose comedidas;
  • celebrar a aprendizagem;
  • não deixar que percebam quando se está preocupado com elas.

Mulheres menos confiantes do que os homens?

O tema da confiança tem especial impacto na construção de uma carreira, uma vez que interfere diretamente na performance. A propósito disso, a competência das mulheres no mundo laboral nunca foi tão óbvia, tal como escreveu a revista The Atlantic em 2014 — a título de exemplo, em 2009/2010 quase metade da força de trabalho do Reino Unido era feminina (49,4%) e, em 2015, a taxa de emprego no feminino em Portugal estava nos 46,9%. No longo artigo sobre confiança, assinado pela dupla Katty Kay e Claire Shipman, as autoras defenderam que, a par e passo com a maternidade e fatores culturais, a falta de confiança tinha um impacto negativo na carreiras das mulheres. As autoras argumentaram que a lacuna era capaz de dividir os sexos: “por comparação aos homens, as mulheres não se consideram prontas para promoções, preveem que vão sair-se pior nos testes e, regra geral, subestimam as suas capacidades”.

A afirmação foi, então, suportada por diversos estudos, como aquele o que o Institute of Leadership and Management, no Reino Unido, tornou público em 2011 — um conjunto de gestores foi questionado sobre o quão confiantes se sentiam no desempenho das suas funções; metade dos inquiridos do sexo feminino relataram ter dúvidas sobre a sua performance no trabalho, sendo que menos de um terço dos inquiridos do sexo masculino responderam de forma idêntica. O mesmo estudo revelou ainda que as ambições femininas de progredir na carreira eram inferiores às dos homens: regra geral, as mulheres têm menos ambições do que os homens e mais facilmente limitam-se a cargos juniores de chefia, lê-se no respetivo documento. A isso junta-se a descoberta da professora académica Linda Babcock, da Carnegie Mellon University e autora do livro “Women Don’t Ask“, de que os homens iniciam negociações salariais quatro vezes mais do que as mulheres e que quando estas negoceiam, pedem menos 30% de dinheiro do que os homens.

"É como se as expetativas face às mulheres em determinadas áreas fossem maiores: do corpo perfeito à mãe perfeita. É como se o grau de exigência fosse muito maior para as mulheres, o que aumenta o fosso entre o eu real e o eu ideal."
Inês Afonso Marques

A ciência parece contribuir, com conta peso e medida, para a ideia de que as mulheres são menos confiantes. O artigo da revista norte-americana dá ainda conta de algumas descobertas, embora controversas, que apontam o dedo na direção do cérebro, sugerindo que a amígdala, envolvida no processo de formar memória afetiva e responder a situações de stress, é mais ativada pelas mulheres do que pelos homens em resposta a estimulantes emocionais negativos, o que pode dar a entender que as mulheres estão mais propensas a criar fortes memórias emocionais de eventos negativos. Más memórias, diz o senso comum, poderá deixar-nos mais desconfiados em determinadas situações.

Segundo Inês Afonso Marques, há investigação que, de facto, corrobora a ideia de que os homens tendem a ter uma maior autoestima do que as mulheres. A culpa parece pender para as expetativas que as mulheres têm de carregar às costas não raras vezes. “É como se as expetativas face às mulheres em determinadas áreas fossem maiores: do corpo perfeito à mãe perfeita. É como se o grau de exigência fosse muito maior para as mulheres, o que aumenta o fosso entre o eu real e o eu ideal. As mulheres acabam por enfrentar vários acontecimentos, transições de papel, etc. É como se sobre as mulheres existissem fatores de stress adicionais que podem abalar a sua autoestima.

Gustavo Bom / Global Imagens

Mas a confiança (ou a falta dela) não é um problema para todas as mulheres. “Sempre me considerei uma pessoa confiante, tendo em conta também que a confiança se constrói”, admite ao Observador Teresa Leal Coelho. A vice-presidente do Partido Social Democrata, habituada a pressão mediática e a ter os olhos postos em si e no seu desempenho, tem especial prazer em discutir o tema e considera-se confiante, ainda que consciente das suas limitações. E há uma ideia, igualmente defendida no artigo da The Atlantic, que para Teresa Leal Coelho faz todo o sentido: as mulheres arriscam quando sentem que conseguem ser perfeitas. “Acho que é preciso ter alguma ousadia, num sentido equilibrado, mas não podemos deixar de arriscar por ter medo do resultado. Temos é de nos preparar e ir subindo a fasquia.” E o que se entende por arriscar? Talvez a ideia de levar para a praça pública “aquilo que são as nossas convicções, mesmo que isso possa trazer algum mal-estar”.

“As posições que tomo e as declarações que faço são estruturadas por princípios e valores. Há momentos de impacto. Tenho de respirar fundo quando eles são mais violentos. Já houve declarações que prestei que tiveram um impacto maciço, muito crítico. Ninguém é absolutamente indiferente a críticas”, conta a deputada. E lembra a vez em que recebeu um email crítico de um professor, logo após um debate televisivo sobre a Caixa Geral de Depósitos, que no final tinha o seguinte comentário: “…ainda por cima é mulher, tem de ter mais cuidado”. Talvez esta história ajude a justificar o motivo por que a vice-presidente do PSD considere que existe uma maior exigência para com as mulheres e que, contrariando os estudos já citados, os homens não são, regra geral, confiantes.

“Não considero mesmo. À minha volta, e na política, tenho observado atuações dissimuladas de homens que eu interpreto como falta de confiança em si próprios. Acho que há homens e mulheres que são bastante confiantes e são sobretudo aqueles que estão melhor preparados para os desafios que vão surgindo.

Confiança e competência. Um só significado?

Pode não parecer, mas esta não é uma conversa dedicada a discutir diferenças entre sexos. Mais abrangente é a discussão generalista sobre o papel da confiança no ambiente de trabalho. É aquele velho quebra-cabeças: a promoção de fulano tal deve-se às suas qualidades profissionais ou à confiança que exibe de cada vez que há uma reunião de administração?

Para o consultor organizacional Luís Morgadinho, o impacto da confiança no local de trabalho é total, tanto que a sua falta pode mesmo prejudicar a performance. “A confiança é a base de tudo, porque a motivação mais profunda do ser humano é a autoestima”, atira o também licenciado em Relações Económicas Internacionais e em Gestão de Empresas. O psicólogo clínico especializado em stress e bem-estar Pedro Barbosa da Rocha concorda, argumentando que a confiança é tanto mais apreciada quanto maior for a exposição social que um determinado cargo exigir: talvez não seja fundamental num programador, mas o mesmo não se poderá dizer em relação a um formador. Quem não parece ser desta opinião é o psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic, que no seu mais recente livro — muito a propósito intitulado “Confidence” — argumenta que a confiança é dispensável e pouco relacionada com a competência, como se pode ler nesta crónica do britânico The Guardian.

O certo é que uma pessoa confiante irá, à partida, acreditar em si própria, bem como nos seus recursos e potencial, recorda o psicólogo português, ainda que não deixe de ser importante ter-se noção das vulnerabilidades individuais. Confiança pode também traduzir-se na ambição de subir na carreira, o que muitas vezes passa por desafiar zonas de conforto — coisa que pode, preto no branco, gerar ansiedade. “Isso não é necessariamente um preditor de insucesso, faz parte da nossa forma de estar.” E há medida que se tem mais confiança, menos ansiedade se sente.

"Raras são as organizações que têm o cuidado em criar um bom ambiente de trabalho, um clima de abertura em que cada um se responsabiliza pelas suas próprias emoções. O ser humano tende a julgar e não vê que por detrás de um erro, de uma falta de eficácia, está uma questão pessoal de falta de segurança."
Luís Morgadinho

Mas a ideia não é ganhar confiança em demasia — Donald Trump, o candidato republicano à Casa Branca pode ser considerado um bom exemplo disso, quando afirmou que “Podia estar no meio da Fifth Avenue [em Nova Iorque], matar alguém e, ainda assim, não perdia nenhum eleitor”.

Acontece que o consultor organizacional olha para o excesso de confiança como uma falta de autoconhecimento, uma espécie de ilusão. Esta parece ser uma realidade frequente, com Morgadinho a dar exemplos concretos: “São as pessoas que se metem em situações que ultrapassam as suas competências técnicas e sociais”. Na verdade, uma certa dose de inconsciência pode até ser mais útil do que a consciência em demasia, capaz de paralisar qualquer um. E pode a confiança mascarar falta de competências? “Isso não é confiança. São antes comportamentos defensivos, tal como a arrogância. Uma pessoa que está bem consigo própria não é arrogante, é assim que vejo as coisas”, afirma.

Voltemos ao problema. Luís Morgadinho atenta que a única forma de ultrapassar a falta de confiança é tentar identificar as origens, seja através de coaching ou de terapia, porque, tal como uma doença, é preciso saber de onde vem o problema. E se a empresa não pode entrar pela vida das pessoas a dentro, pode, ao invés, criar um ambiente de trabalho ideal. Aí está o problema. “Raras são as organizações que têm o cuidado em criar um bom ambiente de trabalho, um clima de abertura em que cada um se responsabiliza pelas suas próprias emoções. O ser humano tende a julgar e não vê que por detrás de um erro, de uma falta de eficácia, está uma questão pessoal de falta de segurança”, conclui o consultor, não sem antes referir que Portugal está entre os países da Europa com menor taxa de confiança interpessoal, citando o último Inquérito Social Europeu. “Acho que a chave da produtividade está nas relações interpessoais.”

Treinar a confiança? Sim, é possível

Não fosse o coaching e talvez Éder não tivesse marcado o golo que deu o título de campeão europeu a Portugal. Não fosse a sua mental coach, de nome Susana Torres, e Éder não teria tido confiança suficiente para acreditar (quando poucos acreditaram) no seu potencial. Mas o que é isto do coaching? Já antes Maggie João, executive coach e presidente da representação portuguesa da Federação Internacional de Coach (ICF Portugal) explicou ao Observador que este é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional, apostado em maximizar o potencial de uma pessoa. “Este processo consiste basicamente numa série de conversas entre o coach (o profissional) e o coachee (o cliente).”

Mas acontece que o coaching, ao contrário do que se pode pensar, não se destina apenas a atletas de alta competição. Até porque há quatro variantes, incluindo o coaching de vida, procurado por quem ambiciona mudar alguma coisa na vida e não sabe como fazê-lo. “Através de perguntas, o coach vai ajudar a pessoa a estruturar o pensamento. As pessoas começam a ver as coisas com mais clareza e ficam mais confiantes face à decisão que vão tomar”, diz Maggie João. “Elas podem não ter a completa noção das suas competências, pelo que o que nós fazemos é a ajudar a desconstruir a perceção que têm de si próprias.”

Há quem naturalmente prefira não recorrer a ajuda externa e decida tentar desenvencilhar-se sozinho. Até aí tudo bem. O que não vale a pena é fingir que se é confiante, uma vez que isso é cair numa armadilha de forma involuntária: demonstrar a confiança que não temos não é compatível com a nossa linguagem não-verbal. “O que contribui para a clareza na transmissão da mensagem é a linguagem não-verbal (e a expressão facial), o tom de voz e, em último lugar, as palavras. Se estamos a dizer uma coisa na qual não acreditamos…isso nota-se logo”, atira o psicólogo Pedro Barbosa da Rocha. Mas é também ele quem dá conselhos para um boost de confiança.

Uma das coisas fundamentais é desafiar-nos, partindo do princípio que vamos sentir ansiedade e inseguranças. Outra sugestão passa por confrontarmos pessoas de confiança para partilharmos as nossas dúvidas e receber feedback. E podemos também tomar consciência de como nos comportamos ou em que pensamos em determinadas circunstâncias, de modo a perceber o que nos deixa ansiosos ou receosos.

A isso a psicóloga Inês Afonso Marques acrescenta ainda cinco dicas para aumentar a autoestima:

  • “Conheça-se, sem juízos ou críticas. Reconheça em si os seus defeitos e as suas qualidades;
  • Deixe pensamentos tóxicos longe de si, porque aquilo que pensamos tem impacto na forma como nos sentimos e como nos vemos a nós próprios;
  • Cuide de si. Adote uma atitude positiva em relação a si próprio e dê atenção às suas necessidades reais, quer físicas como psicológicas. Sono, alimentação e atividade física são pilares que nunca deve ignorar;
  • Defina objetivos e doseie expectativas. Se for demasiado exigente e irrealista nos seus objetivos, poderá estar a fomentar a frustração e o desencorajamento;
  • Saia da sua zona de conforto. Ao experimentar novos desafios vai conhecer os seus recursos e as suas forças. Aumentará a sua confiança”.
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