Um homem com uma mochila entrou na sede do Chega, em Lisboa, alegou ter uma bomba, e procurou André Ventura. Nas redes sociais circula a tese de que o cidadão era um ex-militante do partido que reivindicava uma dívida não paga. Fonte oficial do partido “desmente cabalmente” e diz tratar-se de uma informação “falsa”.

O episódio aconteceu no dia 23 de maio, antes do arranque das campanhas das europeias, quando um homem com uma mochila conseguiu entrar na sede do Chega, na rua Miguel Lupi, em Lisboa, e afirmou que tinha uma bomba na mochila que transportava consigo. A PSP confirmou ter sido chamada ao local e revelou, depois de resolvido o incidente, que não foi encontrado qualquer explosivo no edifício ou na mochila.

Fonte policial apontou um “discurso incoerente” do suspeito, que foi intercetado na chegada da autoridade ao local, e acabou por ser conduzido ao Hospital São Francisco Xavier para avaliação clínica, onde ficou internado. Na avaliação ainda no local, foi admitida a hipótese de o homem de 59 anos sofrer de problemas de saúde mental.

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Ora, nem o partido nem qualquer notícia fidedigna confirmam a publicação em causa e a tese de que se trata de um ex-militante do Chega. Mais do que isso, a publicação refere também que “o homem alega que havia prestado serviços de consultoria ao partido durante a última campanha eleitoral e não havia sido remunerado pelo trabalho”. “É falso e já foi cabalmente desmentido“, garante fonte oficial do partido em declarações ao Observador.

De resto, uma pesquisa pelo título da imagem partilhada no Facebook não permite qualquer conclusão sobre uma publicação num órgão de comunicação fidedigno, pelo que terá sido apenas colocada a circular nas redes sociais sem qualquer base de verdade.

Conclusão

A publicação que dá conta de que um homem que alegava ter explosivos entrou na sede do Chega e era um ex-militante a quem o partido devia dinheiro é falsa. O partido desmente a narrativa criada nas redes sociais e não houve qualquer órgão de comunicação social fidedigno a dar a notícia, pelo que a imagem que surge nas redes sociais e que, aparentemente, é de um jornal é, afinal, manipulada para passar uma ideia falsa.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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