No Facebook, os utilizadores não especificam a quem pertencem as “ogivas nucleares”. Sabe-se que, segundo as publicações, essas armas “estão prontas para intervir no Médio Oriente” e que as personagens principais desse conflito são Israel e Irão. As partilhas mostram um vídeo onde se vê uma série de camiões a transportar aquilo que serão “bombardeiros de longo alcance B-52H”. É falso.

As publicações começaram a surgir por volta de 16 de abril, dias depois do ataque que do Irão contra a Israel na madrugada de 13 de abril. O clima de máxima tensão entre os dois países continuou durante as semanas seguintes, com contínuas ameaças de ataques e com inúmeros boatos a surgir sobre a escalada de violência.

Mas o contexto que é dado ao vídeo na publicação que está a circular nas redes sociais é falso. As imagens foram originalmente publicadas no dia 7 de abril deste ano, cerca de uma semana antes do ataque. E também não foram captadas em nenhum dos países do médio oriente. Trata-se de um exercício de vigilância da Força Aérea dos Estados Unidos.

O conteúdo foi originalmente publicado da Defence Visual Information Distribution Service, um canal de comunicação do Departamento de Defesa dos Estados Unidos que partilha informação sobre as missões de forças do país por todo o mundo. Na descrição do vídeo aqui analisado aparece a informação detalhada sobre as imagens: “Aviadores designados para o 705º Esquadrão de Munições conduzem operações de comboio durante o Exercício Prairie Vigilance/Bayou Vigilance 24-3 na Base Aérea de Minot, Dakota do Norte, em 7 de abril de 2024”.

Conclusão

As publicações no Facebook mostram um vídeo que alegadamente mostra vários camiões a transportar “bombardeiros de longo alcance” carregados com “ogivas nucleares” no contexto do conflito no Médio Oriente. As partilhas não especificam a quem pertencem as armas — deixando apenas a suspeição de que se trata de armas israelitas ou iranianas —, mas apontam um destino: o Médio Oriente. Porém, é falso. As imagens foram captadas em abril pela Força Aérea dos EUA. Trata-se de um exercício de vigilância.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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