Uma publicação viral de Facebook, do passado dia 19 de outubro, alega que “um comandante do exército brasileiro Tomás Paiva, convidado para o cargo pelo actual presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, confessou ter vendido armas para o tráfico”. A publicação vem acompanhada por um vídeo com várias imagens mas que não pertence a nenhum órgão de comunicação social credível. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Publicação viral alega que general brasileiro participou num furto de armas. Não existe qualquer prova disso.

O ponto do autor não citar nenhum jornal leva a crer que estamos perante informações falsas, mas não é o único que permite desmentir a publicação original. Depois, se é certo que o general Tomás Paiva foi de facto escolhido para ser o novo comandante do exército por Lula da Silva no início do ano de 2023. O que não é verdade é que tenha vendido, de facto, armas a grupos criminosos. Esta acusação liga-se a um furto que aconteceu em São Paulo, depois de terem sido furtadas armas ao Arsenal de Guerra do Exército, que aconteceu este mês. A questão é que esta acusação foi desmentida a jornais brasileiros por parte do exército brasileiro mas também da parte do  Superior Tribunal Militar.

Também é importante dizer que o general Tomás Paiva já veio dizer à imprensa brasileira que acredita que existem militares envolvidos neste furto. Entretanto, o general Tomás Paiva já pediu a exoneração do tenente-coronel Rivelino Brata de Sousa Batista, que era diretor do Arsenal de Guerra do Exército. à agência Lupa, que também verificou esta publicação, o general na reserva Décio Luís Schons, que supostamente teria denunciado o general Tomás Paiva, negou ter qualquer envolvimento com este caso. Ou seja, que as notícias divulgadas por publicações semelhantes à que o
Observador estava a verificar, eram falsas.

Ainda que os suspeitos da investigação em curso não sejam conhecidos, por estarmos perante um caso sob sigilo, a imprensa brasileira não destacou, em momento algum, a culpa ou participação do general Tomás Paiva no furto de armas do Arsenal de Guerra do Exército.

Conclusão

Não há qualquer prova de que o general Tomás Paiva, chefe do exército do Brasil, terá participado num furto de armas descoberto este mês em São Paulo. As várias partes envolvidas, desde o Superior Tribunal Militar ao exército do Brasil já negaram qualquer envolvimento do general Tomás Paiva. Não existe nenhuma notícia que confirme que o general seja sequer suspeito ou tenha sido detido. O próprio general Tomás Paiva já exonerou um dos responsáveis pelo Arsenal de Guerra do exército e já veio dizer que pode ter existido o envolvimento de militares no furto.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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