A vacinação em massa contra a Covid-19 continua  a decorrer um pouco por todo o mundo. A vacina do grupo farmacêutico Pfizer, feita em parceria com a alemã BioNTech foi a primeira a ser aprovada na União Europeia, em dezembro do ano passado.

E, mesmo com o processo a decorrer, há quem continue a desconfiar desta mega-operação à escala mundial. No passado dia 2 de fevereiro, uma publicação de Facebook partilhava uma suposta notícia do jornal Público, de 1 de fevereiro deste ano, com o seguinte título: “8 milhões de euros destinados à compra da vacina da Pfizer foram desviados. Os registos foram ‘limpos’”.  Também é garantido que o Ministério Público está averiguar o alegado caso. No entanto, não foi partilhado qualquer link, apenas uma imagem. Mesmo assim, atingiu as 184 partilhas. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.

Ao pesquisar por resultados semelhantes no site do Público, não é possível encontrar uma notícia que comprove o que foi divulgado: nem que o Ministério Público esteja a investigar um desvio de dinheiro deste género, nem que os registos tenham sido “limpos”.  Utilizando a ferramenta Google, também não foram encontradas quaisquer informações, quer em órgãos de comunicação social portugueses quer em internacionais, que falem de uma conduta ilegal no que diz respeito às vacinas da Pfizer.

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⚠️ FAKE NEWSEsta imagem de uma suposta notícia do jornal Público tem circulado nas redes sociais nas últimas horas….

Posted by Público on Tuesday, February 2, 2021

Quanto ao que foi divulgado pelo autor, foi desmentido, no mesmo dia, pelo Público, através das suas redes sociais. “Esta imagem de uma suposta notícia do jornal Público tem circulado nas redes sociais nas últimas horas. Esclarecemos que jamais foi publicada (e muito menos ‘apagada’) uma notícia com este título”, escreveu o jornal diário no Facebook.

Por outro lado, tratando-se de uma falsificação de uma notícia real, também é possível perceber que, ao clicar no link partilhado pelo post do Público, é-se encaminhado para uma notícia que, de facto, saiu naquela data. A jornalista Daniela Carmo, que assina esta peça — e tem o seu nome na imagem do post original – não escreveu nenhum texto no dia 1 de fevereiro relacionado com a informação falsa divulgada. Só assinou duas notícias naquela data: uma sobre o diretor da IPSS de Viseu, outra sobre Portugal aceitar ajuda alemã no combate à Covid-19. Nenhuma está ligada ao caso acima descrito.

Conclusão

Não é verdade que tenham sido desviados milhões de euros que seriam para adquirir as vacinas da Pfizer, tal como partilhado por uma suposta notícia do jornal Público. A publicação viral foi desmentida pelo jornal, no mesmo dia em que a publicação foi feita. Também não foi possível encontrar qualquer resultado semelhante em nenhum órgão de comunicação social estrangeiro ou português. É, por isso, uma informação falsa sem qualquer sustentação.

Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

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