“Ficção completa.” Foi assim que a fotógrafa originária de Malta, mas radicada na Finlândia, Alison Buttigieg reagiu ao boato criado em torno da imagem que capturou em Maasai Mara, no Quénia, em setembro de 2013.

Publicação de imagem da fotógrafa Alison Buttigieg com estória falsa

A própria fotógrafa desmentiu já em fevereiro de 2017 a “fake news” criada em torno da fotografia, criticando fortemente a utilização da imagem sem qualquer atribuição ou respeito pelos direitos de autor. Mas, quase cinco anos depois, a estória continua a circular e a gerar milhares de partilhas nas redes sociais.

A verdadeira estória por trás da fotografia intitulada ‘Stranglehold’ — “Estrangulamento” — está disponível na página oficial da fotógrafa. Segundo Alison Buttigieg, a fotografia — que integra uma sequência de nove imagens — foi possível porque a mãe chita estava a ensinar as crias a caçar, e o momento de matar a impala foi mais demorado dada a inexperiência das chitas mais jovens.

“O que é fora do normal nesta sequência de fotografias é a calma da impala durante todo o tempo. Provavelmente, está em estado de choque, paralisada pelo medo”, descreveu, em 2013, a fotógrafa, no texto que acompanha a sequência de imagens do momento em que as chitas caçam a impala.

Sobre a alegação de que teria sofrido uma depressão depois de registar as imagens, Alison Buttigieg não podia ser mais clara: “A sério? Quem inventa estas tretas?”. “Sensacionalismo no seu melhor, ficção completa só para conseguirem mais gostos nas páginas”, criticou a fotógrafa.

Conclusão

Não é verdade que o autor da imagem onde duas chitas matam uma impala tenha tido uma depressão depois de registar o momento. O desmentido foi feito pela própria fotógrafa, já em 2017 quando o boato começou a circular online, mas quase cinco anos depois continua a ser partilhado centenas de vezes nas redes sociais. Alison Buttigieg, a fotógrafa, criticou ainda a utilização de imagens fora de contexto, sem qualquer atribuição de créditos de autor, o que prejudica o trabalho e alimenta narrativas falsas em torno da imagem capturada em 2013 no Quénia.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

 FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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