As publicações começaram a circular pelas redes sociais na terça-feira, dia 9 de agosto, horas depois de Michelle Bolsonaro ter publicado na sua conta oficial de Instagram um vídeo gravado em 2021 que mostra Lula da Silva a participar num ritual de umbanda, religião brasileira que reúne elementos de outras tradições religiosas, nomeadamente cristãs, indígenas e africanas. “Isso pode né? Eu falar de Deus, não!”, escreveu a mulher do Presidente brasileiro, candidato em outubro à reeleição, justamente contra Lula da Silva, a legendar a story, que entretanto já não está disponível.

A acompanhar uma imagem do perfil de @mibolsonaro bloqueado, mas noutra rede social, o Twitter, onde se pode ler uma mensagem tipificada a anunciar “Conta Suspensa – O Twitter suspende as contas que violam as regras do Twitter”, rapidamente se tornaram virais as publicações que atribuem à suspensão o alegado “racismo religioso” demonstrado pela primeira-dama brasileira, que é evangélica e tem ligações à Igreja Batista.

A verdade é que a conta está suspensa, sim, mas não por qualquer acusação de racismo religioso ou de outro tipo: apesar de ostentar o nome de Michelle Bolsonaro, o perfil era mantido por fãs (que nem sequer faziam disso segredo e o anunciavam na sua apresentação), pelo que o Twitter decidiu suspendê-lo, mas por poder levar ao engano os internautas menos avisados.

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“A referida conta (@mibolsonaro) foi suspensa por violar a política de identidades enganosas e que induzem ao erro”, explicou fonte da rede social à Folha de São Paulo.

O caso atingiu uma proporção tal que a própria Michelle Bolsonaro se viu obrigada, uma vez mais no Instagram, a anunciar que não tem, nem nunca teve, conta no Twitter e que também não está presente no Facebook. “O único perfil oficial que mantenho em redes sociais é no Instagram”, escreveu, também numa story, que no caso preferiu manter sempre visível à cabeça da sua conta, devidamente verificada e com o selo azul do Instagram.

A conta de fãs da mulher de Jair Bolsonaro no Twitter tinha mais de 124 mil seguidores. No Instagram, Michelle tem 3,2 milhões de pessoas a segui-la.

Conclusão

Não é verdade que Michelle Bolsonaro tenha sido banida do Twitter por questões relacionadas com intolerância ou racismo religioso. A mulher do Presidente brasileiro nunca teve sequer conta no Twitter. O que foi bloqueado, e por violar a política de identidades da rede social, foi um perfil mantido pelos seus admiradores que, apesar de estar assim devidamente identificado, ostentava o seu nome. “A referida conta (@mibolsonaro) foi suspensa por violar a política de identidades enganosas e que induzem ao erro”, explicou o Twitter.

Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.

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