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“Paris Londres”, “Eleições França” (com uma bandeirinha) e “British Night”. Não são os nomes mais originais para grupos de trabalho no WhatsApp, sobretudo aqui no Observador (onde o meu arquivo ainda guarda um “Rantanplan”, um “E o pintinho piu” e o clássico “Mais um grupo não!”), mas têm sido essenciais para coordenar o trabalho entre Lisboa, Londres e Paris nas últimas duas semanas. |
A Cátia Bruno, editora de Internacional, tem estado em França a acompanhar a campanha e as idas a votos nas legislativas. Seguiu a primeira volta (que terminou, no fim de semana passado, com a União Nacional de Le Pen a crescer e o partido de Macron em queda) e, no próximo domingo, vai ser os nossos olhos e ouvidos em Paris na noite de todas as decisões. O José Carlos Duarte, jornalista da mesma equipa, esteve no Reino Unido a seguir todos os passos que levaram à eleição de Keir Starmer e à demissão de Rishi Sunak, depois do resultado catastrófico dos Conservadores. |
É nesses grupos de WhatsApp que vamos discutindo com eles o andamento das reportagens e entrevistas e, muitas vezes, ajustando o plano de trabalho que fizeram antes de partirem. Também é ali que, nas noites eleitorais, partilhamos informação sobre o que está a acontecer, até porque nesses momentos juntam-se à equipa outros jornalistas, a partir de Lisboa, para garantir que não fica nada por escrever. |
Grupo de WhatsApp que se preze também tem de incluir algum humor e desabafos vários. Pergunta o caro assinante: lamentos sobre a intensidade do trabalho, típica destes períodos de eleições? Sobre a falha de algum entrevistado, que afinal não pôde falar connosco? Ou por causa de alguma dificuldade de acesso a informação? Nem por isso. Nestas eleições, a Cátia e o José Carlos queixaram-se, sobretudo, dos comboios. |
Só no grupo “Paris Londres” há 26 referências a comboios. Uma das primeiras tem o vídeo de uma longa fila onde a Cátia Bruno teve de estar para comprar um singelo bilhete para Courbevoie, nos arredores de Paris, onde os eleitores muçulmanos se sentem usados no combate político. A mais dramática (exagero meu) talvez seja a da noite em que o José Carlos Duarte percebeu que era bem possível que ficasse retido em Clacton, sem poder regressar a Londres (onde tinha hotel e muitos outros trabalhos para fazer), depois da reportagem no círculo eleitoral que acabou por eleger Nigel Farage, pela primeira vez, para a Câmara dos Comuns. O comboio até estava lá — devia partir às 19h35 —, mas um acidente algures na linha impedia que avançasse. Passou uma hora, depois duas… e, finalmente, luz verde (e um suspiro), sem que fosse preciso ir procurar abrigo alternativo e mudar de planos, já com o tempo muito apertado. |
Em todos estes dias, os dois falaram com eleitores dos principais partidos, ouviram queixas e argumentos sobre os principais temas das duas campanhas e entrevistaram biógrafos e especialistas no percurso de alguns dos candidatos. Um deles falou diretamente com o Observador — Jeremy Corbyn, antigo líder dos Trabalhistas, que, nestas eleições, concorreu contra o partido. Foi uma conversa rápida e sem grandes peripécias: como foi em Londres, não foi preciso apanhar nenhum comboio. |
Este domingo haverá mais um grupo de WhatsApp, agora para a segunda volta em França, que promete ser mais renhida do que poderia parecer. E que nós, claro, vamos acompanhar ao minuto, como sempre, no jornal e na rádio, em emissão especial. |
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