Participei na convenção deste fim-de-semana da IL como membro da lista de Carla Castro. Aceitei o convite dadas as capacidades que conheci na Carla aquando da sua liderança do gabinete de estudos da IL, com que colaborei. E pela serenidade, empatia e enfoque em temas sociais que a Carla sempre demonstrou e que sentia que a IL precisava.

Também me pareceu que seria bom apoiar uma candidatura que iria estimular o debate na convenção. Sendo Rui Rocha o favorito incontestável, como candidato da continuidade num partido em forte crescimento, seria importante evitar uma convenção frouxa, sem o debate de ideias associado a candidaturas diferentes.

Como os que acompanharam a convenção constaram, o evento foi tudo menos frouxo! Infelizmente, a convenção, bem com a campanha eleitoral que a antecedeu, expuseram tensões profundas, entre vários membros, sobre a gestão interna do partido.

Um dos temas que recebeu maior destaque foi a alegada centralização despropositada da direção cessante. Outro foi a suposta falta de transparência de várias decisões – nomeadamente o tema sempre “quente” das listas. Outro tema ainda foi a eventual injustiça das críticas à direção, dados os resultados muito bons nas legislativas.

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Tanto de um lado como do outro, ouvi várias intervenções emocionais e pouco contidas. Criou-se a imagem de um partido partido. De um partido que precisa de mais serenidade e comedimento entre os seus membros.

Receio que sejam situações que farão alguns potenciais eleitores refletir se o partido terá maturidade e diferenciação suficiente para merecer a sua confiança. A convenção marca o fim (público) da inocência da IL. A IL é, agora, de certa forma, um partido como os outros. Mas sejamos realistas – era inevitável que essa transformação acontecesse mais cedo ou mais tarde.

Independentemente de quem tem (mais) razão nestes debates, a prioridade agora será desenvolver convergências internas e continuar a expansão no país. Além de toda a algazarra, a convenção mostrou também a vitalidade e a diversidade das ideias liberais bem como o número cada vez mais alargado de pessoas que as apoiam. E muitos, muitos jovens, assertivos e exigentes, em contraste claro com outros partidos políticos.

É preciso reconhecer que são desconfortáveis estas dores de crescimento que a convenção da IL evidenciou. Mas continuemos focados no essencial: A incompetência, nepotismo e corrupção do PS, que se tornam mais evidentes a cada dia que passa. O esgotamento cada vez mais claro do regime, a afundar-se na estagnação que o PS criou. A mais valia das políticas liberais, normais na Europa próspera para onde os portugueses emigram.

Portugal precisa mais do que nunca de uma oposição forte que exponha o desgoverno do PS e proponha tanto políticas como políticos diferentes ao país. Rui Rocha e a sua equipa têm agora a responsabilidade e o privilégio de promover a união interna e fazer a IL entrar plenamente na sua idade adulta. E mobilizar a sociedade portuguesa para a mudança política cada vez mais urgente.