Queria mandar daqui um sentido abraço solidário a Emília Cerqueira. O leitor recorda-se de Emília Cerqueira? É a deputada do PSD que marcava as presenças dos colegas que faziam gazeta. Foi constituída arguida por fingir que no plenário estavam deputados do PSD que, na realidade, se lá estivessem também não iam estar a fazer nada. Marcou falsas presenças a presenças falsas. “Emília, se alguém perguntar, diz que eu estou aí a não fazer a ponta chavelho, se faz favor”. Ou seja, Emília Cerqueira arrisca-se a ser punida por um crime inútil. O que ela fez, além de errado, não tem serventia. É como um ladrão arriscar-se a roubar a Mona Lisa para a pendurar no quarto do Andrea Bocelli.

Não podemos dizer que não fomos avisados. Rui Rio já nos tinha deixado pistas. Durante a campanha eleitoral, disse que não tem particular entusiasmo em ser deputado. Pelos vistos, o entusiasmo não é particular, nem geral. Não só não faz questão em ser deputado, como não faz questão que mais alguém seja. Rui Rio é o cortes das Cortes.

O líder do PSD acha que debates quinzenais são um circo, mas que debates bimensais não. É possível que tenha razão e que os palhaços, com mais tempo para reflectirem, percebam que devem ser menos histriónicos e mais sérios. Ao fim de três semanas a meditar, o palhaço larga o nariz vermelho. Passado um mês, os sapatos gigantes. Passados dois, já não começa a interpelação ao PM com “meninos e meninas!” São 60 dias preciosos, durante os quais um Batatinha se transforma num Cícero. Ou então não se passa nada disso e a única coisa que acontece é a substituição do Circo Chen pelo Circo Chiu.

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