Só não estranho os passos de dança para a despedida da geringonça, em virtude da tendência que a política portuguesa tem para uma certa teatralidade. Francisco Assis tem razão ao ter apontado que “a geringonça acabou no domingo eleitoral e não com a divergência com o Bloco”. Mas só pode aparentar estranheza por este facto inevitável.
Em Junho passado, escrevi aqui um artigo em que o previ e procurei explicar porquê: “Esqueçam! A geringonça acabou”. Como afirmei, “a geringonça chegou ao fim. E não voltará depois das eleições de Outubro. Nem é só no cenário de o PS conquistar maioria absoluta – um cenário improvável, mas possível. É também no cenário de o PS recolher apenas maioria relativa, como é a perspectiva dominante.”
A geringonça não tinha as menores condições políticas para se manter depois de 6 de Outubro, a menos que se voltasse a repetir o cenário único de 2015: formar-se uma maioria de esquerda no Parlamento, mas ser o PSD o partido mais votado, e não o PS.
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