Como por certo repararam, se forem a minha mãe, a semana passada não houve crónica. E porquê? Porque quando me preparava para regressar a casa, com o intuito de escrever esta minha coluna, constato que os pneus do meu carro estavam todos em baixo, cortesia dos infames “Tyre Extinguishers”. “Filhos de uma ganda p%$#!”, terão sido, de acordo com algumas testemunhas, as palavras que proferi. O que, como é óbvio, nego veementemente.
Até porque o que pensei foi o exacto oposto. Foi: “Repara, Tiago. Isto é realmente algo incómodo, mas a verdade é que estás a dar um contributo efectivo para salvar o planeta, reduzindo a pegada ecológica das tuas deslocações.” E neste pensamento me detive enquanto o meu veículo se afastava, rumo ao horizonte, rebocado pelo que percebi ser, depois de todo o fumo se dissipar, uma Mitsubishi Canter 2.7D de 1981 com 447.859 quilómetros.
Mentira. A minha ausência deveu-se a motivos de saúde. De saúde pessoal, não de saúde do planeta. Eu ainda estou convencido que tive COVID, mas a verdade é que, tendo bisado em idas ao hospital, não consegui convencer ninguém a fazer-me uma zaragatoa que fosse. A ideia que dá é que isto da COVID foi mais ou menos como o lusco-fusco. Foram 5, 7 minutos muito intensos e, pronto, está feito. Apareceu a COVID; pára tudo; arrasa com a economia mundial; e pronto, siga, que já ninguém quer saber da COVID para nada.
Tanto assim é que já nem há praticamente Direcção Geral da Saúde. O vírus da COVID desapareceu e logo a parasita DGS mirra até à insignificância. Se dúvidas havia, fica agora claro que a DGS não veio para a ribalta tanto como resposta à COVID, mas mais como efeito secundário indesejado da COVID. Agora, claramente em remissão. Primeiro foi a Dra. Graça Freitas a demitir-se, e agora foi aquele que era apresentado como seu sucessor, o Dr. Rui “Visitas Rápidas no Quintal para Troca de Compotas” Portugal, a sair. Quase alvitraria a hipótese desta extinção ser obra dos “Tyre Extinguishers” se, em lugar de esvaziar pneus, os ditos palermas esvaziassem de competências organismos públicos desprovidos de préstimo.
No entanto, longe de mim insinuar que a DGS não faz falta. Até digo mais. Faz falta uma DGS para cada português. Nomeadamente, para tratar da saúde mental de cada cidadão. Que ao ritmo a que temos sido obrigados a escutar ministros e ex-ministros socialistas em toda a sorte de comissões parlamentares, acaba por ganhar súbito encanto a recém aprovada legislação da eutanásia.
E especial encanto ganha a novel legislação quando o socialista inquirido é Pedro Nuno Santos. Ai estou a exagerar? Então deixo-vos este mimo, retirado da audição ao ex-ministro das infra-estruturas. Às tantas, Mariana Mortágua, a deputada coordenadora do BE, acusou o PS de ser “o partido que mais privatizou em Portugal”, referindo a EDP e a PT. Nisto, Pedro Nuno Santos, na ponta de lá da mesa da sala da comissão parlamentar, atirou um “fez mal”. Pronto, bastou-me referir esta ocorrência para ficar logo com pele de galinha.
Serei, portanto, presa fácil para Pedro Nuno Santos, assumidamente o novo animal feroz do PS. Animal feroz do PS, que é uma espécie que se caracteriza pela ligação umbilical à indústria da aviação. Basta constatar que o animal feroz original do Partido Socialista foi, contra vontade, agarrado numa manga à saída do avião, ao passo que este novo animal feroz do PS, por sua vontade, agarrava-se aos aviões até nos deixar a todos só com a roupa que temos no corpo.
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